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- O jornal italiano Il Foglio publicou uma edição experimental escrita por inteligência artificial.
- O objetivo foi testar os limites da IA e provocar reflexões sobre o futuro do jornalismo.
- O experimento gerou debates sobre a qualidade do conteúdo e o papel dos jornalistas.
- Erros factuais e falta de originalidade destacaram as limitações da IA no jornalismo.
Já imaginou um jornal sendo “escrito” por uma IA no jornalismo? Um jornal italiano resolveu testar essa ideia, e o resultado levanta questões importantes sobre o futuro da profissão. Será que as máquinas podem substituir os jornalistas? Ou será que a inteligência artificial pode ser uma ferramenta para melhorar o trabalho humano? A experiência do jornal Il Foglio promete gerar debates e reflexões no mundo todo.
Jornal italiano entrega edição à IA: entenda o experimento
O jornal italiano Il Foglio decidiu inovar e publicou uma edição experimental criada por inteligência artificial. Claudio Cerasa, editor do jornal, explicou que o objetivo foi testar os limites da IA e provocar uma reflexão sobre o futuro do jornalismo. A ideia é descobrir o que os jornalistas precisam fazer para se destacar em um mundo com ferramentas como o ChatGPT.
Cerasa acredita que os jornalistas devem focar em reportagens e textos originais para diferenciar seu trabalho do conteúdo gerado por IA. A experiência gerou debates, com alguns críticos questionando se não seria apenas uma jogada de marketing e alertando para os riscos de desinformação e conteúdo de baixa qualidade.
Apesar das críticas, o editor defende o experimento como uma forma de preparar os jornalistas para o futuro e incentivar a produção de conteúdo mais original e relevante. A iniciativa ocorre em um momento crucial, em que organizações de mídia em todo o mundo discutem como usar a IA de forma responsável e transparente.
Como a IA assumiu o controle do jornal
A ideia de usar IA no Il Foglio começou há um ano, com a publicação de um artigo semanal escrito por IA sem aviso prévio. Os leitores eram convidados a adivinhar qual artigo foi gerado por IA, com direito a prêmio para quem acertasse. Segundo Cerasa, a maioria dos leitores acertou, e os erros convenceram a equipe a “melhorar nosso jornalismo”.
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Para a edição especial, Cerasa usou o ChatGPT Pro, inserindo prompts diários sobre temas específicos e seguindo a linha editorial do jornal: pró-Europa, pró-globalização e antipopulista. O resultado, no entanto, não foi perfeito. O ChatGPT gerou artigos com erros factuais, informações inventadas e textos monótonos.
Para resolver os problemas, dois jornalistas foram designados para verificar os fatos dos artigos antes da publicação. Notícias falsas foram removidas, mas erros menores e a escrita ruim foram mantidos para mostrar as limitações da IA. A edição especial continha avisos aos leitores sobre o uso de IA, mas não alertava sobre possíveis imprecisões ou falta de originalidade.
Afinal, qual o futuro do jornalismo com a IA?
Nem tudo saiu como o esperado. Um artigo sobre “situationships” (relacionamentos sem rótulo) copiou trechos de um artigo do The Atlantic. Cerasa explicou que pediu ao ChatGPT para usar o texto como base, mas a IA fez um “copiar e colar”. O editor prometeu divulgar esse e outros erros aos leitores.
O jornalista italiano Gianni Riotta elogiou a ousadia do experimento, enquanto Charlie Beckett, especialista em IA no jornalismo da London School of Economics and Political Science, alertou para os riscos de usar IA para criar conteúdo sem critérios. Para Beckett, o futuro do jornalismo é o trabalho “assistido por IA”, com tarefas como transcrição e triagem automatizadas, mas com o “julgamento editorial humano” no comando.
O próprio Foglio AI chegou a uma conclusão semelhante: “a inteligência artificial pode escrever bem, mas escrever bem ainda não é jornalismo”. O experimento, segundo o jornal, foi uma forma de questionar o papel do jornalismo em um mundo dominado por máquinas.
Beckett acredita que o experimento serve de alerta para que os jornalistas busquem sempre a precisão e a originalidade. Afinal, “é fácil zombar \[da IA] por alguns erros, mas, sabe, eu encontro distorções e imprecisões na mídia mainstream todos os dias”, concluiu.
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Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de S.Paulo