Jovens buscam convívio offline em meio à dependência digital

Grupo holandês promove encontros sem celulares para quem busca desconectar das redes sociais e reconectar com o mundo real. Saiba mais!
Atualizado há 1 dia atrás
Jovens buscam convívio offline em meio à dependência digital
Desconecte-se das telas e reconecte-se com o mundo real em encontros sem celulares. (Imagem/Reprodução: G1)
Resumo da notícia
    • O Offline Club, grupo holandês, organiza encontros onde participantes deixam celulares de lado para viver experiências offline.
    • Se você se sente sobrecarregado pela vida digital, essa iniciativa oferece uma alternativa para reconectar com o mundo real.
    • A tendência reflete uma busca por conexões mais autênticas e pode inspirar mais pessoas a reduzir o tempo nas redes sociais.
    • Iniciativas similares estão surgindo globalmente, mostrando uma crescente conscientização sobre os impactos do uso excessivo de tecnologia.
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Quase metade dos jovens prefere um mundo sem internet, conforme revelado por uma pesquisa britânica recente. Essa preferência se manifesta em uma tendência crescente: encontros onde os participantes optam por deixar seus smartphones em casa. O Offline Club, um grupo holandês, busca promover um detox das redes sociais, oferecendo uma alternativa para quem se sente sobrecarregado pela vida digital. Esses encontros e iniciativas semelhantes estão ganhando popularidade globalmente.

O Offline Club: Uma pausa do mundo digital

O Offline Club possui uma presença irônica no Instagram, com quase 530 mil seguidores, considerando que seu principal objetivo é incentivar a desconexão das redes sociais. Os fundadores, Jordy, Ilya e Valentijn, jovens holandeses, reconhecem a estranheza de manter uma conta na plataforma, mas afirmam que o propósito do clube é “trazer de volta a humanidade à sociedade, atualmente isolada e fixada na tela”.

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Há cerca de um ano, o Offline Club organiza encontros para pessoas que compartilham dessa visão, onde smartphones e laptops são deixados de lado. Uma das postagens do grupo pergunta: “Você está pronto para abandonar seu telefone?”. A proposta tem atraído cada vez mais adeptos, dispostos a desligar seus celulares por algumas horas ou até mesmo por vários dias.

Durante os encontros, os participantes se envolvem em atividades como leitura, jogos, trabalhos manuais ou simplesmente relaxam, revivendo um estilo de vida semelhante ao de antes dos smartphones. A ideia, que surgiu na Holanda, se espalhou para cidades como Londres, Paris, Milão e Copenhague, e já começa a ganhar espaço na Alemanha.

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Iniciativas similares estão surgindo em restaurantes e clubes, onde os clientes são incentivados a deixar seus celulares em casa, mostrando uma crescente conscientização sobre os impactos do uso excessivo de tecnologia. Essa tendência reflete uma busca por conexões mais autênticas e momentos de tranquilidade longe das telas.

Jovens e a dificuldade de se desligar

Apesar da disponibilidade de recursos para limitar o tempo gasto na internet, muitos jovens ainda enfrentam dificuldades para se desligar. Mesmo o retorno dos telefones celulares básicos, sem acesso à internet, não conseguiu substituir os smartphones.

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Dados de 2024 da Bitkom, uma associação alemã do setor, revelam que jovens entre 16 e 29 anos passam mais de três horas por dia em seus smartphones, representando o maior tempo de uso entre todas as faixas etárias. Essa estatística sublinha o desafio de equilibrar o uso da tecnologia com o bem-estar.

Apesar do tempo gasto online, uma pesquisa recente da British Standards Institution revelou que quase 70% dos jovens entre 16 e 21 anos se sentem mal ao passar muito tempo na internet. Metade deles gostaria de um “toque de recolher digital”, restringindo o acesso a aplicativos e sites após as 22h. Além disso, 46% afirmaram que prefeririam ter nascido em um mundo sem internet. Para aprender mais sobre isso, você pode ler sobre pioneiros da internet no Brasil, que relembram a trajetória e os desafios da fama digital.

Esses resultados ecoam outras pesquisas, como a do instituto americano Harris Polls, que indicou que muitos jovens desejam que plataformas como TikTok, Instagram ou X nunca tivessem sido criadas. Esses dados refletem uma crescente insatisfação com os impactos negativos das redes sociais na vida dos jovens.

Ações governamentais

Os resultados das pesquisas têm chamado a atenção de alguns políticos, embora seus esforços ainda pareçam limitados diante das demandas dos jovens. No Reino Unido, o ministro da Tecnologia, Peter Kyle, mencionou em entrevista ao The Guardian a possibilidade de criar toques de recolher obrigatórios.

A Noruega planeja aumentar a idade mínima para uso de mídias sociais de 13 para 15 anos. A Austrália já elevou esse limite para 16 anos no final de 2024, tornando-se um dos primeiros países a adotar essa medida.

Outros países, como Brasil e Dinamarca, implementaram mudanças em suas políticas escolares, proibindo o uso de tablets e smartphones nos pátios das escolas. Essas ações visam reduzir a exposição dos jovens à tecnologia em ambientes educacionais e promover a interação social.

Celulares e saúde mental

O uso excessivo de smartphones tem sido associado a diversos problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade, estresse, insônia e até mesmo dependência. Um estudo publicado na revista BMC Medicine revelou que os sintomas de depressão diminuem em 27% após três semanas de redução no uso de smartphones.

De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), a saúde mental dos jovens tem se deteriorado drasticamente nos últimos 15 anos, uma tendência agravada pela pandemia. Nesse mesmo período, houve um aumento significativo no uso de mídias digitais. Para lidar com isso, empresas brasileiras investem em programas de saúde mental para funcionários.

A OECD ressalta, no entanto, que os pesquisadores ainda não conseguiram estabelecer uma relação causal definitiva entre essas duas tendências. Apesar da falta de comprovação científica, muitos especialistas acreditam que o uso excessivo de tecnologia pode contribuir para o agravamento de problemas de saúde mental.

Os fundadores do Offline Club decidiram agir e expandir seus encontros. Em um evento em Londres, no início de abril, mais de mil pessoas desligaram seus celulares e sorriram para a câmera. Os organizadores celebraram o novo recorde através do Instagram, demonstrando a crescente popularidade da iniciativa. Se você se sente sobrecarregado e deseja pausar o mundo digital, você pode ler sobre como usar as ferramentas do Google para vídeos com IA e criar algo novo.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via G1

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.