Juiz barra exigência de venda do Google Chrome e Android nos EUA

Decisão judicial nos EUA barra pedido para Google vender Chrome e Android, impondo restrições para competição.
Publicado dia 2/09/2025
Juiz barra exigência de venda do Google Chrome e Android nos EUA
(Imagem/Reprodução: Wccftech)
Resumo da notícia
    • Um juiz federal dos EUA rejeitou a exigência de que o Google venda seus navegadores Chrome e Android.
    • Você poderá continuar usando Chrome e Android normalmente, com melhorias na concorrência de serviços de busca.
    • A decisão impede exclusividades e obriga o Google a compartilhar dados com concorrentes, promovendo o mercado.
    • A justiça reconheceu a ameaça da inteligência artificial e limita a extensão da dominância do Google no setor.
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Um juiz federal antitruste nos Estados Unidos barrou a exigência de que o Google se desfaça do seu navegador Google Chrome e Android. A decisão, vista como um alívio para a Alphabet (empresa-mãe do Google), rejeitou as propostas do Departamento de Justiça americano, que considerava essas medidas radicais para corrigir o comportamento monopolista da empresa. Agora, o foco se volta para a reformulação de acordos de exclusividade.

A situação marca um momento importante no contencioso que envolve a gigante da tecnologia e o governo dos EUA. O desinvestimento do Chrome e do sistema operacional Android era uma das soluções mais discutidas para combater as práticas que, segundo o Departamento de Justiça, mantinham a dominância do Google no mercado de buscas.

Decisão Judicial sobre o Ecossistema Google

Em setembro de 2023, o Departamento de Justiça dos EUA levou o Google a julgamento em Washington, D.C. A acusação era de práticas anticompetitivas, alegando que a empresa mantinha sua posição como motor de busca padrão em navegadores e smartphones através de pagamentos significativos a parceiros, como a Apple.

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Paralelamente, procuradores-gerais estaduais moveram ações antitruste focadas nos negócios de publicidade do Google e em acordos que restringiam a concorrência. Essas ações somaram-se ao caso principal, ampliando o escopo das investigações sobre o domínio da empresa no mercado digital.

No ano de 2024, o juiz distrital Amit Mehta determinou que o Google, da Alphabet, havia violado as leis antitruste ao manter um monopólio ilegal na esfera de buscas. Isso levou a um julgamento para definir as medidas corretivas, que foi concluído em maio de 2025.

O Departamento de Justiça queria que o tribunal ordenasse a Alphabet a vender o navegador Chrome e seu projeto de código aberto Chromium. Chegaram a cogitar potenciais compradores, como Yahoo, OpenAI e Perplexity, demonstrando a seriedade da proposta.

O Google, por sua vez, argumentou que a venda do Chrome comprometeria a privacidade e a segurança dos usuários. A empresa alegou que sua tecnologia proprietária está profundamente integrada ao navegador, tornando a desassociação complexa e potencialmente prejudicial para os usuários.

Nesta etapa do processo, o juiz impediu o Google de fechar acordos exclusivos que priorizassem seu próprio motor de busca em outras plataformas. Ele também exigiu que a gigante da tecnologia compartilhe alguns dados com seus motores de busca rivais, buscando nivelar o campo de jogo.

Para mais detalhes sobre as restrições impostas, confira a notícia: Justiça americana mantém Google com Chrome e Android, mas impõe restrições. Essa decisão é fundamental para o futuro da concorrência no mercado de tecnologia.

O Futuro dos Acordos e a Inteligência Artificial

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No entanto, o juiz Mehta não ordenou que o Google se desfizesse do seu navegador Chrome ou do sistema operacional Android, classificando o pedido do governo como um “exagero” ou “overreach”. Este ponto é crucial e marca uma vitória significativa para a empresa.

É importante destacar que o Google pode continuar a pagar pela distribuição de seus produtos, incluindo seu motor de busca e ofertas relacionadas à inteligência artificial. A condição é que esses acordos não se tornem exclusivos, abrindo espaço para a concorrência.

O juiz Mehta também apontou que os chatbots de inteligência artificial generativa surgiram como uma “ameaça competitiva nascente” para o Google. Suas medidas corretivas foram projetadas para garantir que a “dominância do Google nas buscas não se estenda” para o espaço da inteligência artificial.

Isso significa que o Google poderá continuar a pagar à Apple cerca de US$ 20 bilhões por ano para disponibilizar seu motor de busca no navegador Safari. Contudo, essa parceria não será mais exclusiva, o que pode levar a uma redução no valor dos pagamentos futuros.

A Perplexity AI, uma empresa de inteligência artificial, chegou a apresentar uma oferta de US$ 34,5 bilhões pelo Google Chrome em agosto, mas não foi levada a sério pela gigante das buscas. A Perplexity AI tem um valor de mercado de aproximadamente US$ 18 bilhões.

Para tornar a oferta mais atraente, a Perplexity AI se comprometeu a manter o projeto de código aberto Chromium do Google. Embora o valor de mercado exato do Chrome não seja conhecido, estimativas recentes variam entre US$ 20 bilhões e US$ 50 bilhões.

A respeito da continuidade dos acordos de busca com restrições, pode ser interessante ler: Justiça permite que acordo de busca entre Google e Apple continue com restrições. Essa notícia complementa o entendimento sobre as novas regras para a parceria.

Para quem usa Windows e Android, uma novidade pode ser a sincronização da área de transferência, um recurso que pode melhorar a integração entre os sistemas. Saiba mais em: Windows testa sincronização da área de transferência entre PC e Android.

Outros Desafios Legais e Avanços da Plataforma

A Alphabet ainda enfrenta um julgamento relacionado ao caso de tecnologia de anúncios do Google, onde a empresa também foi considerada responsável por manter um monopólio ilegal. Esse é outro processo importante que pode impactar as operações da empresa.

Além disso, a Alphabet lida com as repercussões antitruste do caso Epic vs. Google. Em dezembro de 2023, um júri federal concluiu que o Google manteve um monopólio na distribuição de aplicativos Android e nos serviços de faturamento dentro dos aplicativos.

O Google continua a desenvolver seus produtos, como o Android. Uma atualização recente do Gemini, por exemplo, traz recursos de áudio para o Google Docs no Android, mostrando o investimento contínuo em novas funcionalidades. Para mais informações: Atualização do Gemini traz recurso de áudio ao Google Docs para Android em breve.

O teclado Gboard, parte do ecossistema Google, também tem recebido melhorias. Recentemente, passou a permitir o ajuste independente do tamanho da fonte, um detalhe que pode fazer a diferença na experiência do usuário. Conheça a novidade em: Ferramenta de escrita com IA do Gboard chega a celulares além do Pixel.

O Google havia declarado anteriormente que apelaria da decisão, especialmente da cláusula de responsabilidade em relação aos seus acordos de exclusividade. Isso indica que a batalha legal ainda pode ter novos capítulos.

As decisões recentes mostram que, embora o Google tenha evitado a fragmentação de seus principais produtos, as autoridades estão atentas para garantir um ambiente competitivo. As restrições impostas podem remodelar a forma como a empresa interage com parceiros e concorrentes no mercado de tecnologia.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.