Legislador de Taiwan propõe incluir Bitcoin nas reservas nacionais para fortalecer defesa financeira

Um legislador de Taiwan, Ko Ju-Chun, propôs que o governo adicione Bitcoin para reservas nacionais, defendendo que a criptomoeda pode fortalecer a defesa financeira do país. Ko argumenta que, em tempos de instabilidade econômica e geopolítica, o Bitcoin oferece uma alternativa segura e líquida aos ativos de reserva tradicionais, como ouro e títulos do Tesouro dos EUA. A proposta ocorre em meio a um crescente interesse em regulamentação de criptoativos em Taiwan.

Durante a Conferência Nacional de Finanças, Ko Ju-Chun enfatizou que o Bitcoin merece ser considerado um ativo de reserva soberano, assim como o ouro e as moedas estrangeiras. Ele ressaltou a importância de diversificar as reservas de Taiwan para mitigar riscos econômicos e geopolíticos. A sugestão veio após um encontro com Samson Mow, CEO da Jan3, um defensor da adoção do Bitcoin em nível nacional, especialmente em países como El Salvador.

Ko, que atua como legislador no Legislative Yuan de Taiwan, acredita que o Bitcoin pode ser crucial para fortalecer os mecanismos de defesa financeira de Taiwan. Ele observou que as reservas de Taiwan incluem 423 toneladas de ouro e US$577 bilhões em reservas cambiais, incluindo títulos do Tesouro dos EUA. No entanto, ele alertou que, em caso de volatilidade cambial ou conflitos regionais, Taiwan pode não conseguir garantir a segurança e liquidez dessas reservas.

Bitcoin como proteção estratégica em meio a riscos crescentes

Ko explicou que as características do Bitcoin, como oferta fixa, descentralização e resistência à censura, o tornam uma proteção adequada contra a crescente vulnerabilidade dos instrumentos financeiros tradicionais a pressões externas. Ele destacou que o Bitcoin opera há mais de 15 anos sem uma autoridade central e permanece resistente a embargos. “É hora de Taiwan pensar estrategicamente”, insistiu Ko. “O Bitcoin pode não ser apenas uma moeda. Como disse o ex-reitor Chen Chong, pode ser a arma, o ouro, a prata ou mesmo a pólvora da era digital. Um país sábio nunca deve deixar tais armas nas mãos de outros.”

O legislador sugeriu que uma pequena alocação de Bitcoin, até 5% da reserva de US$50 bilhões de Taiwan, seria prudente. Ele enfatizou que isso faria parte de uma estratégia diversificada, não uma mudança total. A proposta de Ko surge de preocupações crescentes sobre a exposição econômica de Taiwan como uma nação dependente de exportações. Ele observou que o Novo Dólar de Taiwan enfrentou amplas flutuações devido à inflação global e às tensões na região da Ásia-Pacífico.

Ko argumenta que, em momentos de crise severa ou agitação regional, os ativos de reserva tradicionais, como títulos ou mesmo ouro, podem não garantir liquidez ou segurança rápidas. “O Bitcoin, com seu design transfronteiriço e resistente a apreensões, nos dá opções”, disse ele. Ele cuidadosamente apresentou o Bitcoin como uma ferramenta adicional, em vez de um substituto para as reservas existentes. “Não estou dizendo que o Bitcoin é a única resposta”, esclareceu Ko.

Em um mundo onde os riscos de taxa de câmbio e a instabilidade regional estão aumentando, é essencial introduzir novas ferramentas que possam nos ajudar a construir uma estratégia financeira mais flexível e resiliente. É fundamental que a ilha de Formosa adote medidas para garantir sua soberania digital, assim como diversos países estão buscando acordos para garantir o fornecimento de minerais raros, usados em itens de alta tecnologia.

Taiwan avança na regulamentação de ativos virtuais

As declarações de Ko coincidem com o desenvolvimento do ambiente regulatório de criptomoedas em Taiwan. Enquanto Ko defende a adoção do Bitcoin em nível nacional, a Comissão de Supervisão Financeira (FSC) de Taiwan está preparando o terreno para uma regulamentação abrangente de ativos virtuais. Em 25 de março, a FSC divulgou seu projeto da “Lei de Serviços de Ativos Virtuais”, uma estrutura legislativa proposta que regularia a indústria de criptomoedas, ao mesmo tempo em que aprimoraria a integridade do mercado e as proteções aos investidores.

O projeto descreve requisitos de licenciamento rigorosos para Provedores de Serviços de Ativos Virtuais (VASPs), incluindo padrões para estrutura organizacional, limites de capital e pessoal qualificado. Ele também permite que bancos locais emitam stablecoins indexadas ao Novo Dólar de Taiwan, pendente de aprovação da FSC e rigoroso cumprimento das diretrizes de emissão. Para manter esses padrões, a FSC será autorizada a realizar inspeções, monitorar a conformidade e impor penalidades a entidades não conformes.

O compromisso da FSC em construir um ecossistema de criptomoedas seguro e bem regulamentado se estende além da conformidade. No início de 2025, a agência lançou um programa piloto para serviços de custódia institucional de criptomoedas e aprovou vários fundos negociados em bolsa (ETFs) de criptomoedas estrangeiras para investidores profissionais. Em setembro de 2024, a FSC aprovou o acesso a ETFs de criptomoedas estrangeiras para investidores profissionais, exigindo avaliações rigorosas por parte das corretoras.

Em conjunto, essas iniciativas regulatórias e institucionais indicam a intenção de Taiwan de se tornar uma jurisdição de criptomoedas totalmente desenvolvida, regulamentada e favorável à inovação, e um ambiente onde um legislador como Ko acredita que o Bitcoin pode se tornar um ativo soberano. O movimento de modernização do sistema financeiro é global, e diversas empresas e instituições estão criando ferramentas de proteção para os usuários, como o alerta do Banco Central sobre vazamento de dados do Pix.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Cryptonews

André Luiz

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.