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- Manifestantes pró-palestina protestaram contra o uso de IA e nuvem por empresas em conflitos geopolíticos.
- O objetivo é pressionar empresas a interromper colaborações com governos em contextos de conflito.
- O debate pode influenciar políticas de empresas de tecnologia sobre o uso ético de suas ferramentas.
- O caso também levanta questões sobre liberdade de expressão de funcionários em empresas de tecnologia.
Em meio a protestos e debates sobre o uso de tecnologias por grandes empresas, um manifestante pró-palestina chamou a atenção ao declarar que a IA e nuvem são as “armas do século 21”. O ativista, que protestava em frente ao centro de convenções da Microsoft Build, criticava a colaboração de big techs com o governo de Israel. Mas qual o real impacto dessas tecnologias em conflitos e questões geopolíticas?
Protesto na Microsoft Build: IA e nuvem no centro do debate
Durante o primeiro dia da conferência anual Microsoft Build, manifestantes se reuniram em frente ao Centro de Convenções de Seattle para protestar contra a colaboração de empresas como Microsoft, Google e Amazon com o governo de Israel. Os ativistas empunhavam cartazes e entoavam palavras de ordem em apoio à Palestina e Gaza. A polícia foi acionada após relatos de que alguns manifestantes tentaram entrar na conferência, resultando na detenção de pelo menos uma pessoa, segundo o The Seattle Times.
Na abertura do evento, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, foi interrompido por um engenheiro de firmware chamado Joe Lopez, que protestava contra os contratos de serviços de nuvem e IA e nuvem da Microsoft com o governo israelense, conforme noticiado pelo The Verge. A manifestação reacendeu o debate sobre a responsabilidade das empresas de tecnologia em relação ao uso de suas ferramentas em contextos de conflito.
O TecMundo acompanhou de perto a manifestação e conversou com Hossam Nasr, um ex-engenheiro de software da Microsoft e membro da organização No Azure for Apartheid. Segundo Nasr, o objetivo do protesto é exigir que a Microsoft pare de colaborar com o que ele descreve como “apartheid e genocídio contra os palestinos”.
A demissão de um ex-funcionário da Microsoft
Hossam Nasr relatou que foi demitido da Microsoft em outubro de 2024 por organizar uma vigília no campus da empresa em homenagem às vítimas palestinas em Gaza. “Não foi um protesto, foi simplesmente uma vigília para homenagear as vidas do povo palestino que foram mortas no genocídio em Gaza”, explicou Nasr. Ele acrescentou que a vigília estava em conformidade com as políticas da Microsoft e que a empresa igualaria em 100% os fundos arrecadados para a causa.
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Apesar disso, a Microsoft considerou a vigília “motivo suficiente para me demitir, junto com outro funcionário chamado Abdo Mohamed”, disse Nasr. Ele também mencionou que Abdo é de origem muçulmana, enquanto ele é de origem egípcia. A demissão gerou controvérsia e levantou questões sobre a liberdade de expressão dos funcionários da Microsoft em relação a questões políticas e sociais.
“IA e nuvem são as armas do século 21”
Essa não foi a primeira vez que funcionários ou ex-funcionários da Microsoft protestaram contra os contratos da empresa com o governo israelense. Em abril, durante a comemoração dos 50 anos da Microsoft, uma funcionária interrompeu a apresentação do CEO de IA e nuvem da empresa, Mustafa Suleyman, pedindo o “fim do uso de IA para o genocídio”. Além disso, outra funcionária interrompeu uma conversa entre Nadella, Steve Ballmer e Bill Gates em apoio aos palestinos em Gaza.
Durante a conversa com o TecMundo, Hossam Nasr explicou que mora nos EUA há cerca de nove anos e trabalhou na Microsoft por três anos. Após ser demitido, ele se juntou ao No Azure for Apartheid. “Fazemos parte de um movimento mais amplo de trabalhadores da tecnologia e do público em geral que estão começando a reconhecer que a tecnologia — especialmente a IA e nuvem — são as armas do século 21″, afirmou.
Nasr também destacou que, além da Microsoft, outras empresas como Google e Amazon são citadas nos cartazes dos manifestantes. Para o grupo, “essas empresas são tão essenciais quanto os tanques, bombas e aviões”. Ele enfatizou que eles se recusam a permitir que seu trabalho seja usado para alimentar o que chamam de “genocídio do nosso povo” e se recusam a ser cúmplices no “holocausto do nosso tempo”.
O ativista finalizou dizendo que sentem a obrigação de fazer tudo que estiver ao seu alcance para que isso pare imediatamente. A declaração ressalta a crescente preocupação de profissionais de tecnologia sobre o uso de seus trabalhos em contextos que consideram antiéticos ou prejudiciais.
O TecMundo entrou em contato com a Microsoft para obter um posicionamento sobre os protestos e as alegações dos manifestantes. A empresa reforçou sua posição pública divulgada em 15 de maio, afirmando que conduziu uma revisão interna e contratou uma empresa externa para avaliar as preocupações sobre o uso das tecnologias Azure e IA da Microsoft pelos militares israelenses.
A Microsoft afirmou que, com base nessas revisões, não encontrou nenhuma evidência de que suas tecnologias tenham sido usadas para atingir ou causar danos a pessoas no conflito em Gaza. O posicionamento completo da empresa pode ser acessado publicamente. As manifestações e os debates sobre o uso de IA e nuvem em contextos de conflito continuam a ser um tema relevante e complexo no mundo da tecnologia.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via TecMundo