▲
- Um manuscrito perdido há 400 anos sobre a lenda do Rei Arthur e do mago Merlin foi encontrado dentro de um livro.
- O objetivo da notícia é informar sobre a descoberta e os detalhes revelados pelo manuscrito.
- Essa descoberta pode reacender o interesse pela lenda e oferecer novas perspectivas sobre a história de Merlin e Arthur.
- A tecnologia moderna foi essencial para decifrar o manuscrito sem danificá-lo.
A lenda do Rei Arthur e do mago Merlin sempre fascinou gerações, e agora, um manuscrito perdido por 400 anos sobre essa saga foi redescoberto dentro de um livro. Utilizando tecnologia de ponta, pesquisadores conseguiram decifrar esse fragmento único, que revela detalhes inéditos sobre a história de Merlin e as primeiras aventuras do mítico Rei da Grã-Bretanha. Prepare-se para mergulhar em um mundo de magia, dragões e heróis!
Imagine só: um manuscrito medieval, escondido por séculos, que traz à tona novas revelações sobre Merlin e o Rei Arthur. A descoberta, feita por pesquisadores que usaram tecnologia de ponta, promete reacender o interesse por essa lenda que atravessa gerações. Vamos descobrir juntos os segredos que estavam guardados nesse fragmento!
O Enigma do Manuscrito Perdido da Lenda do Rei Arthur
O manuscrito, um fragmento de um texto medieval, estava escondido há mais de 400 anos. Graças à tecnologia moderna, pesquisadores conseguiram recuperar essa parte da história, que narra as aventuras de Merlin e as primeiras conquistas do Rei Arthur. O documento revela um Merlin surpreendente: um mago que se transforma em harpista cego e, em seguida, reaparece como uma criança careca.
Este fragmento é o único remanescente conhecido de um manuscrito que conta como Merlin se transforma em um harpista cego, desaparecendo e reaparecendo como uma criança careca. Essa criança, sem roupa íntima, proclama éditos ao Rei Arthur. Além disso, Merlin, com seus poderes vindos de sua origem peculiar – filho de uma mulher e do diabo –, pede para levar o emblema de Arthur para o campo de batalha.
O rei aceita o pedido, uma decisão que se mostra crucial. Merlin, com sua habilidade de se transformar em qualquer coisa, oferece a Arthur uma arma secreta: um dragão mágico que cospe fogo. Durante quatro séculos, esse pedaço da história medieval ficou esquecido, sendo reutilizado como capa de livro durante o reinado de Elizabeth 1ª para proteger um registro de propriedades.
Leia também:
A Suite Vulgate du Merlin, como é chamado o fragmento, tem cerca de 700 anos e foi encontrado por um arquivista da biblioteca da Universidade de Cambridge. O texto estava dobrado e costurado na capa de um registro do século 16. Escrito em francês antigo, o fragmento é uma raridade, já que existem menos de 40 cópias no mundo. Aliás, você sabia que Lenda do Rei Arthur tem diversas adaptações? Que tal conhecer o filme mais assistido da Netflix no Brasil atualmente?
Tecnologia Desvenda Segredos do Passado
Para preservar o documento, os pesquisadores utilizaram tecnologia de ponta para capturar digitalmente as partes mais inacessíveis do manuscrito, sem precisar desdobrá-lo ou descosturá-lo. Esse cuidado permitiu conservar o material e evitar danos irreparáveis, além de melhorar a definição do texto, que havia se tornado borrado com o tempo. Assim, foi possível ler o manuscrito pela primeira vez em séculos.
Anteriormente, o documento havia sido catalogado como a história de Gawain, um dos Cavaleiros da Távola Redonda. “Não foi arquivado corretamente. Na verdade, ninguém havia registrado que estava escrito em francês”, explicou Fabry-Tehranchi, especialista em francês da biblioteca da universidade. Quando ela e suas colegas perceberam que se tratava de uma história sobre Merlin e sua habilidade de mudar de forma, a descoberta gerou grande entusiasmo.
A Suite Vulgate du Merlin foi escrita por volta de 1230, época em que os romances arturianos eram populares entre as mulheres da nobreza. No entanto, este fragmento fazia parte de uma cópia perdida, publicada por volta de 1300. “Não sabemos quem a escreveu. Acreditamos que tenha sido uma tarefa colaborativa”, afirma Fabry-Tehranchi.
O texto é uma continuação de uma obra mais antiga, escrita por volta de 1200, que narra a história de Merlin como uma criança prodígio com a capacidade de ver o futuro. Ele usou seus poderes para facilitar o nascimento do Rei Arthur, que provou seu direito ao trono ao retirar a espada de uma rocha.
Os Primeiros Anos de Arthur e o Santo Graal
A Suite Vulgate du Merlin narra os primeiros anos do reinado de Arthur, sua relação com os Cavaleiros da Távola Redonda e sua luta contra os saxões. A pesquisadora destaca que Arthur é retratado de forma positiva: “é o jovem herói que se casa com Guinevere, cria a Távola Redonda e tem uma boa relação com Merlin, seu conselheiro”.
Fabry-Tehranchi ressalta que, graças a essa continuação, a história do Santo Graal e o papel de Merlin nela podem ser contados de forma coerente do começo ao fim. “Se a sequência foi escrita para facilitar isso, conseguiu. Ela se tornou a principal forma como a história foi transmitida ao longo dos anos”, observa a pesquisadora. Se você curte histórias medievais, já pensou em criar seu próprio jogo? A DeepSeek lançou uma atualização do modelo R1 com melhorias significativas para desenvolvedores.
Evidências no texto sugerem que o fragmento foi escrito por um escriba desconhecido, em um dialeto do norte da França compreensível para a aristocracia inglesa. “São lendas celtas e inglesas, que haviam circulado oralmente pelas Ilhas Britânicas. Mas o idioma usado para escrevê-las é o francês antigo, por causa da conquista da Normandia”, explica Fabry-Tehranchi.
No entanto, no século 16, o francês antigo já não era mais usado na Inglaterra. “Houve uma mudança linguística para o inglês entre os leitores da literatura arturiana. O livro perdeu seu interesse e procuraram reutilizá-lo”, afirma Fabry-Tehranchi. Talvez por isso o fragmento tenha sido reaproveitado como capa de um registro: “O texto havia perdido seu apelo”.
Técnicas do Século 21 Revelam o Passado
A biblioteca buscava preservar o registro, criado em 1580 para armazenar informações sobre a propriedade da Mansão Huntingfield, em Suffolk, como evidência das práticas de encadernação dos arquivos ingleses do século 16. Anteriormente, seria necessário cortar a encadernação para ler o fragmento. Além disso, os trechos apagados com o tempo não poderiam ser lidos.
Hoje, tecnologias como imagens multiespectrais, tomografia computadorizada e modelagem 3D permitiram aos acadêmicos não só ler os textos borrados, mas também entender como aquele texto foi parar no registro do arquivo. A equipe do Laboratório de Imagem do Patrimônio Cultural da Universidade de Cambridge analisou os tecidos usados pelos encadernadores isabelinos e os pigmentos decorativos utilizados pelos ilustradores medievais.
No subsolo da biblioteca, em um estúdio fotográfico, a chefe técnica do laboratório, Amélie Deblauwe, explica que “as técnicas de imagem digital que usamos no fragmento de Merlin revelaram detalhes que não podem ser vistos a olho nu”. A câmera tirou 49 fotos de cada página, usando diferentes combinações de luz, desde a ultravioleta até a infravermelha. “Tudo isso é medido em nanômetros. Então sabemos com muita precisão o que estamos fazendo na página com essas luzes. Temos controle total sobre o que estamos projetando sobre a folha”, completa Deblauwe.
Com uma gama de luzes coloridas, até o menor resíduo de tinta, degradado pelo tempo, apareceu com nitidez nas imagens capturadas pela câmera. Utilizando um software geoespacial de código aberto, os técnicos conseguiram tornar a escrita mais legível ao processar os dados das imagens. “Isso acontece porque diferentes tipos de tinta e de papel reagem de maneiras distintas à luz. Enquanto algumas luzes são absorvidas pelo pergaminho e pela tinta, outras são refletidas, revelando diferentes detalhes”, explica Deblauwe.
Descobertas Inesperadas e a História do Objeto
A câmera consegue até revelar pequenos arranhões no pergaminho ao projetar luz em ângulos variados sobre o papel, criando “sombras de superfície”. “Chamamos isso de ‘luz de rastreamento'”, observa Deblauwe. Uma descoberta inesperada surgiu quando as imagens revelaram que o pergaminho estava significativamente mais claro no centro.
“Foi um momento incrível para nós. Dava para perceber um pouco na imagem colorida, mas na imagem multiespectral (MSI, na sigla em inglês) ficou muito claro”, disse a especialista. Após ver essas imagens, percebeu-se que o centro do pergaminho também era mais brilhante e tinha uma textura diferente. Isso sugere que, em algum momento, uma tira de couro pode ter sido amarrada ao redor do livro para mantê-lo fechado e, com o tempo, deixou sua marca no pergaminho.
“Às vezes, você tem esses momentos de revelação e começa a entender melhor a história do objeto. Esse é um novo nível para o estudo de manuscritos”, comenta Deblauwe. Um dos maiores desafios da equipe foi acessar os textos escondidos nas dobras sem precisar remover o frágil pergaminho. A solução foi que os conservadores manuseassem cuidadosamente o pergaminho enquanto os técnicos inseriam uma lente de sonda macro “muito estreita” nas fendas mais escuras das áreas ocultas, através de qualquer parte do pergaminho que ainda estivesse acessível.
“A lente pode ficar muito próxima do objeto e tirar várias imagens, que depois podem ser unidas para formar uma imagem geral”, explica o chefe dos técnicos de fotografia, Błażej Władysław Mikuła. O resultado foram centenas de imagens de palavras e letras em francês antigo, todas escritas à mão por um escriba medieval, que precisavam ser montadas como um quebra-cabeça.
Para adicionar um nível extra de complexidade, algumas imagens foram tiradas usando espelhos para refletir áreas do texto que, de outra forma, seriam inacessíveis, fazendo com que as fotos capturadas estivessem curvadas ou precisassem ser giradas ou invertidas. Descobrir a que parte pertencia cada imagem foi um processo minucioso, mas no final muito gratificante, indica Fabry-Tehranchi.
Restam apenas alguns poucos centímetros quadrados do texto ocultos devido à localização da linha; fora isso, o fragmento revelou todos os seus segredos. Utilizando um scanner que pode distinguir entre diferentes materiais, a equipe conseguiu até remover digitalmente a linha da lombada do livro por meio de um novo processo, o que permitiu analisar os pontos e os materiais usados pelos encadernadores isabelinos.
“Nunca imaginamos que conseguiríamos uma imagem de tão boa qualidade da estrutura da encadernação”, afirma Fabry-Tehranchi. Mikuła às vezes se pergunta o que teriam pensado esses isabelinos sobre todo o esforço para analisar o fragmento. “Eles viam aquilo como um resíduo. Jamais imaginariam o que faríamos com ele”, diz o técnico fotográfico.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de S.Paulo