Mercado ilegal de apostas esportivas no Brasil atrai menores e movimenta milhões

Descubra como o mercado clandestino de apostas esportivas no Brasil movimenta milhões e expõe menores a riscos de fraudes e vícios.
Atualizado em 13/05/2025 às 08:55
Mercado ilegal de apostas esportivas no Brasil atrai menores e movimenta milhões
Apostas clandestinas no Brasil: milhões em jogo e menores em risco de fraudes e vícios. (Imagem/Reprodução: G1)
Resumo da notícia
    • Um mercado paralelo de apostas esportivas ilegais no Brasil movimenta milhões de reais e burla regulamentações.
    • Você pode estar exposto a golpes e fraudes ao utilizar plataformas clandestinas de apostas.
    • Menores de idade e outros grupos proibidos são alvos frequentes dessas operações ilegais.
    • O governo enfrenta desafios para fiscalizar e combater a proliferação dessas apostas nas redes sociais.
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No Brasil, um mercado paralelo de apostas esportivas ilegais tem crescido, movimentando milhões de reais e burlando as regulamentações. Essa atividade, impulsionada pelos “cambistas de bets“, oferece uma alternativa para quem está proibido de apostar legalmente, como menores de idade. As redes sociais se tornaram um campo fértil para a divulgação dessas apostas clandestinas, com ofertas tentadoras e bônus proibidos.

Apesar dos esforços do governo para regulamentar o setor, as apostas ilegais no Brasil persistem, apresentando desafios complexos e expondo apostadores a riscos de fraudes e golpes.

A Atuação dos Cambistas de Bets

Os cambistas de bets atuam como intermediários entre os apostadores e as casas ilegais, recebendo comissões por cada transação. Eles utilizam plataformas como Facebook e Instagram para divulgar seus serviços, atraindo clientes com prêmios maiores e bônus que não são permitidos pelas casas legalizadas. Essa atuação burla as restrições impostas pela legislação, permitindo que menores de idade e outras pessoas impedidas de apostar continuem a fazê-lo.

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Além das redes sociais, os cambistas também operam em sites clandestinos e aplicativos de mensagens como WhatsApp e Telegram, onde as apostas são efetivamente concretizadas. Essa capilaridade dificulta o rastreamento e a fiscalização das atividades ilegais.

Redes Sociais como Vitrine das Apostas Clandestinas

O Facebook e o Instagram se tornaram importantes canais de divulgação para os cambistas de bets. Grupos com milhares de membros oferecem apostas clandestinas diariamente, e páginas com grande número de seguidores também promovem os serviços, muitas vezes utilizando nomes semelhantes aos de casas legalizadas para confundir os apostadores.

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A Meta, empresa que controla o Facebook e o Instagram, informou que exige que anunciantes de jogos de azar solicitem permissão por escrito e comprovem que suas atividades são licenciadas. No entanto, a proliferação de anúncios de apostas clandestinas nessas plataformas demonstra que a fiscalização ainda é um desafio.

O Crescimento das Apostas Ilegais e a Vulnerabilidade dos Jovens

Uma pesquisa do Ministério da Justiça de São Paulo revelou que 10,5% dos adolescentes entrevistados apostaram no último ano. Com as restrições impostas às casas regularizadas, as bets clandestinas e os cambistas se tornam a única opção para os jovens continuarem a apostar. Essa situação é preocupante, pois expõe os adolescentes aos riscos de vício em jogos e fraudes.

É importante ressaltar que, além de menores de idade, técnicos de futebol, jogadores, árbitros e membros de órgãos de regulação também são proibidos de apostar. As empresas legalizadas devem impedir que pessoas comprometam sua renda com apostas ou que viciados em jogo apostem, medidas que nem sempre são seguidas pelas casas clandestinas.

O Impacto da Regulamentação e as Ações do Governo

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Desde que o mercado regulado de apostas esportivas começou a operar no Brasil, as casas de apostas autorizadas movimentam bilhões de reais mensalmente. No entanto, a busca por alternativas ilegais para contornar as restrições já era esperada, segundo o governo. Nos primeiros meses de 2025, o Brasil registrou uma movimentação de centenas de milhões de reais em apostas ilegais, com milhões de acessos a sites clandestinos.

O governo tem buscado combater as apostas ilegais por meio de diversas medidas, como a obrigatoriedade de bancos denunciarem contas suspeitas e a proibição de beneficiários de programas sociais apostarem em bets. Além disso, a Secretaria de Monitoramento e Fiscalização tem atuado para derrubar sites e perfis com irregularidades nas redes sociais.

A Experiência da Argentina e a Necessidade de uma Regulamentação Equilibrada

A Argentina, que possui uma regulamentação rígida no setor, também enfrenta o problema das apostas ilegais, com a atuação dos chamados “cajeros“, que desempenham a mesma função dos cambistas no Brasil. Uma pesquisa da Unicef mostrou que muitos jovens argentinos utilizam esses intermediários para apostar, evidenciando que a limitação de acesso aos sites regularizados pode impulsionar a clandestinidade.

Para o presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), Plínio Lemos Jorge, a rigidez na regulamentação pode estimular a clandestinidade, como nos casos de Portugal e Argentina. Por isso, é importante buscar um equilíbrio entre a proteção dos consumidores e a oferta de um ambiente legal atrativo para os apostadores.

Riscos e Golpes nas Apostas Clandestinas

A falta de regulamentação nas apostas clandestinas abre espaço para golpes e fraudes. Apostadores relatam perdas financeiras em um ambiente sem nenhuma garantia, com casos de não pagamento de prêmios e exigência de depósitos adicionais para a liberação de créditos. Um levantamento revelou que uma parcela significativa dos apostadores brasileiros já foi vítima de algum tipo de fraude em plataformas de apostas.

Ainda, é possível que figuras famosas promovam casas não regularizadas e ganhos irreais, o que vem sendo investigado no Senado. A contratação de influenciadores para divulgar as plataformas ilegais e o uso de contas falsas para simular ganhos são estratégias utilizadas para atrair novos apostadores. Inclusive, o Google Drive ganha um botão flutuante que simplifica a experiência, o que pode facilitar o acesso a essas plataformas.

Ações de Combate e o Papel dos Influenciadores

O governo tem intensificado as ações de combate às apostas ilegais, com a abertura de processos contra sites e perfis com irregularidades e a derrubada de milhares de endereços clandestinos. No entanto, a fiscalização em espaços fechados como grupos de WhatsApp e Telegram enfrenta limitações devido à privacidade dessas plataformas.

Há uma grande preocupação com perfis promovendo apostas ilegais, com influenciadores apresentando casas não regularizadas e ganhos exorbitantes. Um projeto de lei em análise na Câmara dos Deputados busca definir regras para a propaganda de apostas on-line e cassinos digitais por influenciadores, com a exigência de certificação e treinamento sobre os riscos das apostas.

A ideia é que as plataformas de redes sociais também exijam a certificação dos influenciadores que veiculam publicidade de apostas. Com a regulamentação e ações mais rigorosas, espera-se que os influenciadores se tornem mais conscientes dos riscos de promover apostas irregulares.

Medidas Adicionais e Perspectivas Futuras

Para combater as apostas ilegais, é fundamental intensificar a identificação dos meios de pagamento e o controle das transferências financeiras. Além disso, a punição dos que divulgam apostas ilegais pode ter um caráter didático e desencorajar novos perfis de fazer o mesmo.

O governo Lula tem se mostrado atento ao tema e buscando reforçar o combate às apostas ilegais. No entanto, é preciso reconhecer que existem grandes limitações na fiscalização de espaços privados como grupos de WhatsApp e Telegram. A atuação legal nesses casos é restrita, pois a fiscalização regular não abrange a possibilidade de infiltração. A situação é semelhante com o que ocorre com o Discord, que se torna alvo de crimes de extremismo no Brasil, alertam autoridades.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

Via G1

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.