Meta e empresa russa exploraram falha no Android para monitorar usuários

Meta e Yandex usaram brecha no Android para monitorar usuários sem consentimento. Entenda como isso afeta sua privacidade.
Atualizado em 04/06/2025 às 13:03
Meta e empresa russa exploraram falha no Android para monitorar usuários
Meta e Yandex exploram falha no Android, ameaçando sua privacidade. (Imagem/Reprodução: Tecnoblog)
Resumo da notícia
    • Meta e Yandex exploraram uma falha no Android para monitorar usuários sem seu conhecimento, usando uma interface chamada localhost.
    • Se você usa Android, sua privacidade pode ter sido comprometida, mesmo em modo anônimo.
    • Essa prática revela vulnerabilidades em sistemas que deveriam proteger seus dados pessoais.
    • Empresas já tomaram medidas, mas a descoberta alerta para riscos similares em outros dispositivos.
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A Meta, empresa de Mark Zuckerberg, e a Yandex, gigante tecnológica russa, exploraram uma falha no Android para monitorar usuários mesmo quando eles acreditavam estar protegidos. A descoberta foi revelada em uma pesquisa divulgada por especialistas do Instituto IMDEA Networks, na Espanha, e da Universidade Radboud, na Holanda.

Como funcionava o rastreamento?

O método explorava uma interface chamada localhost, normalmente usada por desenvolvedores para testes internos. No entanto, essa ferramenta foi adaptada para coletar dados de navegação dos usuários sem seu conhecimento. A falha no Android permitia que aplicativos com permissão de Internet abrissem um servidor local na interface de loopback, acessível por outros apps ou navegadores.

O risco aumentava porque scripts JavaScript em páginas da web conseguiam se conectar ao localhost. Assim, apps como Facebook podiam abrir um serviço local, e códigos da Meta, presentes em sites, enviavam dados do navegador — como cookies e identificadores — diretamente para o aplicativo. Essa técnica driblava até mesmo o modo anônimo.

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De acordo com os pesquisadores, Facebook, Instagram e diversos apps da Yandex usavam essa brecha para monitorar portas específicas no Android, criando um canal secreto entre navegador e aplicativo. Os scripts do Meta Pixel estavam presentes em mais de 5,8 milhões de sites, enquanto os do Yandex Metrica apareciam em quase 3 milhões.

E no iPhone?

O estudo não encontrou evidências de algo similar no iPhone, mas os pesquisadores alertam que a técnica é tecnicamente possível, já que navegadores no iOS também permitem conexões localhost. A pesquisa ainda não passou por revisão por pares, mas algumas empresas envolvidas confirmaram parcialmente as descobertas.

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Reação das empresas

Após a divulgação, a Meta desativou a função e removeu quase totalmente o código responsável pelo envio dos dados. A empresa afirmou estar em negociação com o Google para resolver o que chamou de “falha de comunicação”. O Chrome, Brave e DuckDuckGo já adotaram medidas para bloquear esse tipo de rastreamento.

Já a Yandex, que usa comunicações localhost desde 2017, defendeu a prática, dizendo que o recurso “não coleta informações sensíveis” e serve apenas para “aprimorar a personalização” em seus apps. Enquanto isso, usuários buscam alternativas como proteger sua privacidade online diante dessas vulnerabilidades.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

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Via Tecnoblog

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.