MiCA obriga empresas de criptomoedas na UE a se adaptarem ou saírem do mercado

A nova regulamentação MiCA na UE exige que empresas de criptomoedas se adaptem ou deixem o mercado. Entenda os impactos e quem está preparado.
Atualizado em 29/05/2025 às 11:47
MiCA obriga empresas de criptomoedas na UE a se adaptarem ou saírem do mercado
Nova regulamentação MiCA força adaptações no mercado de criptomoedas na UE. (Imagem/Reprodução: Cryptonews)
Resumo da notícia
    • A regulamentação MiCA está impondo novas regras para empresas de criptomoedas na União Europeia.
    • Empresas menores podem ser forçadas a sair do mercado devido aos custos e exigências da MiCA.
    • A Letônia se destaca como uma das jurisdições mais preparadas para a adaptação à MiCA.
    • A longo prazo, a MiCA pode influenciar a fragmentação ou unificação regulatória global de criptomoedas.
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A regulamentação Markets in Crypto-Assets Regulation (MiCA) está transformando o cenário das criptomoedas na Europa. Com regras unificadas, a MiCA busca organizar um mercado que antes era fragmentado. No entanto, essa transição não será fácil para todos. Empresas menores podem ter dificuldades em cumprir as novas exigências, enquanto outras precisarão se adaptar culturalmente para operar como instituições financeiras tradicionais.

Durante a conferência UN:BLOCK em Riga, especialistas discutiram as mudanças que a MiCA trará e quem está melhor preparado para se adaptar. A Letônia, por exemplo, está se destacando por sua agilidade na emissão de licenças e prontidão regulatória.

Cumprimento ou Saída: O Impacto da MiCA no crypto

Rūdolfs Eņģelis, sócio da Sorainen, comentou na conferência que a estrutura do mercado europeu será impactada a curto prazo. Empresas menores, que não podem arcar com os custos e o tempo necessários para obter e manter a licença, podem ter que deixar o mercado da União Europeia.

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A longo prazo, a MiCA pode aprofundar a fragmentação regulatória global, a menos que as principais regiões alinhem seus padrões. Isso pode criar silos e dificultar o comércio de criptomoedas entre diferentes regiões, a menos que haja uma unificação das normas.

MiCA obriga empresas de criptomoedas na UE a se adaptarem ou saírem do mercado 1
Fonte: UN:BLOCK

Clareza com Condições

Reinis Znotins, cofundador da UN:BLOCK, disse que a MiCA estabelece uma estrutura sólida, exceto para as DAOs (Organizações Autônomas Descentralizadas), que ainda estão em uma área cinzenta. Ele também mencionou que o verdadeiro teste será como a lei será aplicada, algo comum com novas legislações.

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Eņģelis concordou que as expectativas regulatórias ainda estão mudando, o que gera incerteza. Novas diretrizes regulatórias estão surgindo, e nem sempre estão alinhadas com o que os participantes do mercado esperavam.

Da Mudança de Paradigma ao Choque Cultural

Agneta Rumpa, associada sênior da Sorainen, observou que, para empresas que operam sem uma estrutura regulatória pesada há anos, entrar no processo de licenciamento da MiCA representa uma grande mudança. É quase como se estivessem mudando de planeta!

Ela explicou que o cumprimento das normas agora vai além do design do produto ou da experiência do usuário. As equipes precisam analisar todos os aspectos de seus negócios sob a perspectiva de como uma entidade financeira tradicional operaria. Isso inclui políticas e procedimentos internos não apenas para produtos, mas também para contabilidade, continuidade dos negócios, gestão de conflitos de interesse e terceirização de serviços.

Inovação vs. Regulação: Um Equilíbrio Delicado

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Quando questionada se a MiCA tornará a Europa mais atraente para a inovação em criptomoedas, Rumpa expressou um otimismo cauteloso. A empolgação inicial com a clareza e abrangência das regras diminuiu à medida que o mercado privado percebe que o “diabo está nos detalhes”.

Znotins complementou, afirmando que, se o objetivo é transformar a Europa em um centro para criptomoedas e blockchain, a abordagem regulatória precisa permitir que os pequenos cresçam até a conformidade total, em vez de excluí-los desde o início.

O Maior Desafio? Transformação Operacional

Martins Puke, diretor jurídico da Gravity Team, ressaltou que o maior desafio está na mudança cultural e operacional necessária para funcionar em um ambiente totalmente regulamentado. É como reaprender a andar, só que de terno e gravata.

Rumpa ainda observou que a lista completa de documentos que um candidato a uma licença MiCA precisa preparar ainda não está totalmente clara. Isso adiciona uma camada extra de complexidade ao processo.

Onde na Europa a MiCA Está Funcionando Melhor?

Vários especialistas apontaram a Letônia como uma das jurisdições mais amigáveis às criptomoedas na UE. Znotins destacou que a Letônia se destaca como uma das opções mais atraentes, com empresas potencialmente obtendo licenças em apenas três a cinco meses.

Puke, que está intimamente envolvido com a Associação Blockchain da Letônia, acrescentou que testemunhou em primeira mão a vontade política de transformar a Letônia em um centro de criptomoedas. Outras jurisdições, como Polônia e Bélgica, ainda precisam capacitar totalmente seus órgãos reguladores sob a MiCA, o que pode custar caro.

A MiCA oferece a estrutura e a credibilidade que o mercado europeu de criptomoedas tanto precisava. No entanto, também traz uma curva de aprendizado acentuada. À medida que as empresas menores saem ou se adaptam, a indústria se consolidará em torno daqueles que conseguem atingir o patamar exigido. Se os reguladores equilibrarem a fiscalização com o apoio, a MiCA poderá ajudar a transformar a UE em uma potência global de criptomoedas. Sem esse equilíbrio, a inovação pode procurar um lar em outro lugar.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.