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A migração do Birmingham City para o Oracle Fusion, iniciada em 2018, continua enfrentando problemas e não apresenta sinais de melhora, mesmo após anos de atraso e custos elevadíssimos. Apesar das expectativas iniciais de conclusão até 2021, a implementação só foi ao ar em abril de 2022, e o projeto ainda não atingiu a estabilidade. Relatórios recentes indicam que a situação permanece grave, com riscos elevados e maiores gastos previstos.
Um projeto que virou um problema complexo
A migração do Birmingham City para o Oracle Fusion foi concebida para substituir seu sistema de gestão financeira e de recursos humanos baseado em SAP, com a promessa de modernizar a administração municipal. No entanto, o projeto enfrentou uma série de desafios desde o começo, incluindo uma gestão deficiente e uma falta de propriedade tecnológica interna. Essas falhas comprometeram o cumprimento do cronograma e contribuem para a instabilidade atual.
A previsão inicial era que o sistema estivesse operacional em 2021, mas a implementação foi adiada para abril de 2022, o que gerou críticas. A tentativa de colocar a plataforma em funcionamento resultou na incapacidade de gerar contas auditáveis, complicando toda a gestão financeira do município, com um volume de gastos de aproximadamente £3 bilhões. Para compensar as falhas do sistema, o município precisou recorrer a trabalhos manuais e softwares de terceiros, como uma ferramenta de gerenciamento de caixa. Essa medida aumentou ainda mais os custos e a complexidade do projeto.
Segundo avaliações independentes, o projeto sofre de uma governança fraca e uma falta de alinhamento organizacional. A ausência de uma propriedade interna sólida para liderar a migração impede avanços significativos. O status atual de risco foi classificado como Ámbar-vermelho, indicando problemas sérios que ameaçam o sucesso da implementação.
Custos astronômicos e atrasos recorrentes
Desde o seu começo, o projeto acumulou custos que superaram várias vezes o orçamento original. Planejado inicialmente com um investimento de £20 milhões, passou a exigir cerca de £131 milhões para ser concluído. Ainda assim, as dificuldades persistem e o município busca uma redução do orçamento para aproximadamente £108 milhões. No entanto, essa estimativa ainda está longe do valor inicial e reforça a percepção de um projeto altamente sobrecarregado financeiramente.
O atraso na implementação também afetou o escopo original, que previa incluir escolas, mas esse objetivo foi abandonado. O entendimento interno é de que ainda há muito trabalho a ser feito para que o sistema funcione de forma confiável. O risco de um novo fiasco permanece, mesmo com o esforço de readequar a estratégia e tempos de execução.
Relatórios apontam que a ausência de uma liderança forte no âmbito do departamento de tecnologia, aliado a uma governança inadequada, fez com que problemas se perpetuassem. Os órgãos internos alertam que, apesar da tentativa de ajustar o projeto, a situação ainda está na zona de risco, dificultando a confiança no sucesso do processo de migração para Oracle Fusion.
Se desejar, é possível encontrar detalhes adicionais sobre o impacto do projeto na gestão do município, assim como as ações que estão sendo tomadas para contornar a crise. O que fica claro é que o projeto ainda precisa de avanços concretos para evitar um grave prejuízo operacional e de imagem.
Via The Register.