Minha análise sobre dispositivos com tela E-Ink: Kindle, Boox, reMarkable e outros

Descubra os prós e contras de dispositivos com tela E-Ink, como Kindle e Boox, e escolha o modelo ideal para você.
Minha análise sobre dispositivos com tela E-Ink: Kindle, Boox, reMarkable e outros
(Imagem/Reprodução: Androidauthority)
Resumo da notícia
    • Dispositivos com tela E-Ink oferecem conforto visual, longa duração de bateria e sensação próxima ao papel para leitura e escrita digital.
    • Conheça as vantagens e limitações da tecnologia E-Ink para ajudar você a escolher o aparelho mais adequado para leitura e anotações.
    • Os usuários se beneficiam da autonomia prolongada e conforto ocular, mas enfrentam lentidão e qualidade de cores limitada.
    • A tecnologia E-Ink é ideal para leitura ao sol e escrita sem distrações, apesar das limitações em recursos multimídia e fluidez.
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Se você já se perguntou sobre a experiência de usar um dispositivo com tela E-Ink, como Kindles, Boox ou reMarkable, saiba que essa tecnologia oferece benefícios notáveis, como semanas de bateria e um conforto visual parecido com o papel. No entanto, ela também apresenta desafios, como lentidão e cores limitadas, que podem frustrar em certos usos. Entender esses pontos é crucial para quem busca o aparelho certo.

O Lado Bom da E-Ink para Leitura

A tecnologia E-Ink cativa muitos usuários por razões claras. Primeiramente, suas telas são bastante confortáveis para os olhos. Elas não emitem a intensa luz azul que muitos dispositivos modernos liberam, o que ajuda a evitar a fadiga visual, especialmente em leituras prolongadas. Ler em um aparelho desses é uma experiência que se aproxima muito da leitura em papel, oferecendo uma sensação natural e relaxante.

Com uma luz frontal sutil, é possível continuar a leitura mesmo em ambientes escuros, sem o incômodo brilho artificial de outros tipos de tela. Além disso, ao ar livre, as telas E-Ink se destacam. Enquanto a maioria dos tablets e telefones se tornam espelhos sob o sol, a E-Ink fica mais nítida. É uma das poucas tecnologias de tela que realmente melhora sob luz direta, tornando-a ideal para quem gosta de ler em ambientes externos, como na praia ou parques.

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A E-ink para leitura também é notável pela sua autonomia de bateria. Um Kindle Scribe, por exemplo, pode durar até 12 semanas com uma única carga se usado apenas para leitura. Mesmo com funcionalidades de caneta e anotações, a duração ainda impressiona, chegando a três ou quatro semanas de uso antes de precisar de uma nova carga. Dispositivos da Kobo, como o Clara Colour e o Libra Colour, seguem uma linha semelhante, prometendo semanas de uso dependendo do tamanho da tela e das configurações de luz.

Essa longa duração contrasta bastante com tablets como o iPad ou Galaxy Tab, que costumam oferecer cerca de 10 horas de uso, ou smartphones que mal aguentam um dia. Ter semanas de energia à disposição é um luxo que a E-Ink proporciona, garantindo que o dispositivo esteja sempre pronto para uso quando você precisar, sem a constante preocupação com o carregador. Essa característica é um dos maiores atrativos para quem busca um aparelho dedicado à leitura.

Para quem gosta de escrever, a experiência com E-Ink também é muito boa. Modelos como o reMarkable Paper Pro se aproximam bastante da sensação de escrever em papel. A tela oferece uma resistência adequada à ponta da caneta, enganando o cérebro e simulando a fricção de uma caneta sobre o papel. A latência é baixa, o que significa que os traços aparecem na tela quase instantaneamente, exatamente onde se espera, e a sensibilidade à pressão garante que notas e desenhos tenham uma qualidade mais orgânica.

Embora não seja idêntica à escrita com uma caneta esferográfica em uma folha, a sensação é convincente o suficiente para que muitos usuários optem por esses dispositivos em vez de cadernos físicos. Uma vantagem adicional é a eliminação da bagunça, de manchas e a garantia de que cada anotação seja sincronizada na nuvem, evitando que se perca. Isso traz organização e praticidade para o dia a dia, consolidando o uso da E-Ink para quem valoriza a escrita digital.

Os Pontos Fracos da Tecnologia E-Ink

Apesar de seus pontos fortes, a realidade é que a E-Ink ainda enfrenta algumas limitações. Um dos principais problemas são as taxas de atualização. Cada gesto, como virar uma página ou rolar a tela, parece demorar um pouco mais do que o ideal. Quando os primeiros Kindles foram lançados em 2007, a taxa de atualização era de aproximadamente 1000 milissegundos, ou um segundo.

Atualmente, esse tempo foi reduzido para cerca de 150 milissegundos. No entanto, muitos painéis OLED e LCD modernos conseguem tempos de resposta inferiores a 1 milissegundo e um atraso de entrada de apenas 10 a 20 milissegundos. Essa diferença não está apenas na percepção do usuário, mas nas características físicas e na fiação da E-Ink, que limitam sua velocidade. Para atividades simples, como ler ou fazer anotações básicas, a lentidão é aceitável, mas em tarefas interativas ou animadas, a lentidão se torna evidente.

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As cores também não são o ponto forte da E-Ink. Houve melhorias, é verdade, mas elas ainda são opacas, lavadas e muito distantes da riqueza e vibração das telas de tablets modernos. Mesmo os painéis Kaleido 3, os melhores atualmente, não conseguem competir com a qualidade visual dos painéis OLED. As capas dos livros ficam um pouco mais visíveis e as histórias em quadrinhos são legíveis, mas a paleta de cores ainda é sutil e discreta.

Apesar disso, dispositivos como o Kobo Libra Colour são valorizados por adicionar um toque de cor que torna as capas e o conteúdo mais envolventes. Isso demonstra o potencial da E-Ink colorida. Contudo, em uma comparação direta com um tablet Android com tela AMOLED, a disparidade na qualidade de cores é inegável, mostrando que ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a vivacidade de outras tecnologias de display.

A ideia de um dispositivo E-Ink rodando Android completo, com acesso à Play Store, gerenciamento de arquivos e todos os aplicativos desejados, é um sonho para muitos. Essa realidade já existe nos dispositivos Boox. No entanto, ao usar um Boox Note Air 4C, por exemplo, a experiência revela por que essa “fantasia” ainda não se sustenta completamente. É possível baixar qualquer aplicativo e a Play Store está disponível, mas o desempenho é frustrantemente lento.

Aplicativos como o Gmail travam, o Chrome arrasta e até mesmo navegar por um PDF pode testar a paciência. Não que a linha Boox não seja impressionante, mas os aplicativos Android são desenvolvidos para telas rápidas, e a E-Ink, mesmo nas suas taxas de atualização mais velozes, ainda não consegue acompanhar. Isso faz com que a utilização de apps mais complexos se torne uma tarefa desafiadora, evidenciando as limitações da tecnologia para um uso mais versátil.

E-Ink: Um Equilíbrio Imperfeito

A tecnologia E-Ink sempre parece estar um passo aquém da perfeição. Ela realiza as tarefas básicas com excelência, desde a leitura e escrita até a economia de bateria e a proteção dos olhos. É o tipo de tela que muitos gostariam de usar sempre, em todos os lugares, devido ao seu conforto visual e longa duração.

No entanto, no momento em que se exige mais dela, as limitações se tornam visíveis. As taxas de atualização lentas, a paleta de cores discreta e a falta de responsividade ainda a impedem de oferecer uma experiência mais completa. Essas são as áreas onde a tecnologia precisa de mais desenvolvimento para se tornar verdadeiramente versátil.

Apesar desses desafios, muitos continuam a usar dispositivos E-Ink. Isso porque, quando a tecnologia brilha, ela realmente se destaca. A capacidade de ler sob o sol forte, escrever sem distrações ou carregar um único aparelho que dura semanas superam as frustrações para muitas pessoas. Não se espera que a E-Ink rivalize com as telas OLED ou LCD em velocidade e vivacidade no futuro próximo, e talvez nem precise disso.

O que ela precisa é de mais refinamento: painéis mais rápidos, cores mais ricas e uma resposta que não pareça um compromisso. A cada nova geração, a tecnologia se aproxima desses objetivos, e o otimismo sobre o que virá é grande. Até lá, a estratégia é usar um conjunto de dispositivos: Kindles e Kobos para a pura experiência de leitura, Boox para quando a flexibilidade é essencial e reMarkable para a sensação de papel ao escrever.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.