Do mini system ao Atari: a trajetória da Gradiente no Brasil

Conheça a história da Gradiente, desde seus produtos icônicos até os desafios atuais e a nova estratégia no setor de energia solar.
Atualizado há 13 horas atrás
Do mini system ao Atari: a trajetória da Gradiente no Brasil
Da inovação dos produtos ao futuro sustentável com energia solar: a história da Gradiente. (Imagem/Reprodução: Infomoney)
Resumo da notícia
    • A Gradiente, marca icônica dos anos 70 e 80, enfrentou desafios com a abertura do mercado brasileiro e entrou em recuperação judicial.
    • Você pode entender como uma empresa tradicional se adapta às mudanças do mercado e quais são suas novas estratégias.
    • A história da Gradiente reflete as transformações da indústria brasileira e pode inspirar empreendedores.
    • A empresa agora aposta no setor de energia solar, buscando se reinventar e capturar 10% do mercado.
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Para quem viveu entre as décadas de 70 e 80, ter um produto da Gradiente em casa era quase um símbolo de status. Seja um rádio, toca-fitas, videocassete ou um sofisticado “system” modular, a marca era sinônimo de qualidade e modernidade. Mas, afinal, o que aconteceu com essa gigante que marcou a memória de tantos brasileiros?

Fundada em 1964 por estudantes de engenharia da Universidade de São Paulo (USP), a Gradiente viveu seu auge durante o período em que as políticas de desenvolvimento industrial nacional restringiam as importações, incentivando a produção local. Vamos descobrir o caminho da Gradiente e os desafios que a empresa enfrentou.

A Era de Ouro da Gradiente

Em 1974, a empresa foi comprada pelo empresário Émile Staub e instalou-se na Zona Franca de Manaus, um marco do desenvolvimentismo brasileiro. Curiosamente, mesmo sem fabricar outros produtos lá, Manaus continua sendo a principal fonte de receita da companhia até hoje. Após a aquisição, Eugênio Staub, filho de Émile e atual presidente do conselho, assumiu a liderança dos negócios.

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Aproveitando a reserva de mercado, a Gradiente adotou uma estratégia de crescimento ambiciosa. Abriu seu capital na Bolsa brasileira em 1974 e, um ano depois, já operava no México. Em 1979, adquiriu a Garrard, fabricante inglesa de toca-discos, e incorporou a Polyvox, sua maior concorrente no mercado de equipamentos de som no Brasil. A empresa também investiu em outras marcas, como a Telefunken, fabricante de televisores.

Na área de videogames, a Gradiente alcançou um de seus maiores sucessos. Em 1983, entrou no mercado com o Atari 2600. Já em 1993, criou a Playtronic, em parceria com a Estrela, tornando-se a única fabricante autorizada da Nintendo fora do Japão. Para quem busca relembrar os bons tempos, vale a pena conferir os ícones dos brinquedos no Brasil.

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O Declínio e a Busca pela Reestruturação no Caminho da Gradiente

Apesar de ter atingido um faturamento de R$ 1 bilhão em 1998, a última década do século passado marcou o início de uma crise para a Gradiente. Com a reabertura comercial do Brasil, a empresa enfrentou uma concorrência crescente de produtos eletrônicos importados, principalmente da Ásia.

A partir dos anos 2000, a Gradiente fez vários ajustes em seu portfólio. Em 2000, vendeu sua participação na joint venture NGI para a Nokia, em um negócio de US$ 415 milhões, buscando capitalização. Em 2005, adquiriu a Philco do grupo Itaú, mas vendeu a marca em 2007.

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Em 2018, a Gradiente entrou com um processo de recuperação judicial. Como parte da estratégia para pagar os credores, vendeu diversos ativos e licenciou sua marca para uma importadora, recebendo royalties por isso. Para quem acompanha o mercado financeiro, vale a pena entender como funciona uma plataforma de investimentos com IA.

Desde o fim da sua recuperação judicial em 2023, a principal fonte de receita da empresa é a locação de galpões em Manaus, onde surgiu sua principal fábrica, conforme informou o diretor-presidente da companhia, Ricardo Staub, ao jornal Valor Econômico em 2023.

Novos Horizontes: A Expansão para o Setor de Energia Solar

Em 2024, a empresa lançou uma estratégia de expansão no setor de energia solar, com a meta de alcançar 10% do mercado. “A Gradiente tem vocação industrial e estamos sempre estudando as possibilidades. Penso até em fabricar inversores em Manaus. Se conseguirmos um bom volume de vendas, podemos pensar em parcerias para produzir painéis solares também”, afirmou o CEO da Gradiente Solar em entrevista ao InfoMoney no ano passado.

A Batalha Judicial pelo “iPhone”

Um dos episódios mais curiosos da história recente da Gradiente foi a batalha judicial contra a Apple pelo uso da marca “iPhone” no Brasil. A Gradiente registrou o nome em 2000, anos antes do lançamento do smartphone da Apple. O caso se arrastou por anos e envolveu negociações entre as duas empresas. Para quem acompanha disputas legais, vale a pena entender como funciona a disputa legal com a SEC.

Em 2024, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) manteve uma decisão que negava um pedido da Gradiente para anular o registro da marca da Apple no Brasil. O mesmo tribunal também está analisando outro processo, no qual a Apple pede a caducidade do registro “G Gradiente iPhone”, em uma vara especializada em propriedade intelectual.

Enquanto isso, o Supremo Tribunal Federal (STF) avalia se a Apple pode deter exclusivamente a propriedade da marca iPhone no Brasil, enquanto a Gradiente tenta manter seu direito de uso.

Primeira: Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

Segunda: Via InfoMoney

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.