Mistérios do espaço: ondas de rádio de origem desconhecida intrigam astrônomos

Astrônomos descobrem sinal com ondas incomuns que podem revelar novas dimensões do universo, ampliando o conhecimento da astronomia no Brasil.
Atualizado há 14 horas atrás
Mistérios do espaço: ondas de rádio de origem desconhecida intrigam astrônomos
Astrônomos detectam sinal inédito que pode expandir nosso entendimento do universo. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Um sinal de rádio incomum, detectado a cada 14 minutos, está intrigando cientistas em todo o mundo.
    • O objetivo é entender a origem dessas ondas e o que elas podem revelar sobre o universo.
    • Essa descoberta pode expandir o conhecimento sobre objetos cósmicos pouco estudados.
    • A pesquisa envolve diversos telescópios avançados, promovendo colaboração internacional.
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Um sinal de rádio incomum, com ondas detectadas a cada 14 minutos em direção à Terra, está intrigando profundamente os astrônomos. Conforme descreveram cientistas em um estudo publicado na plataforma arXiv em 7 de julho, trata-se de um Transiente de Rádio de Longo Período (LPRT) com características “incomuns”, levantando novas questões sobre sua origem.

Designado CHIME J1634 + 44, o misterioso sinal foi identificado em outubro de 2022. A detecção ocorreu durante uma busca por pulsares realizada por pesquisadores do Experimento Canadense de Mapeamento de Intensidade de Hidrogênio (CHIME). Inicialmente, uma única explosão foi notada, mas, com o tempo, 89 outras foram registradas, confirmando a periodicidade do objeto.

O que Torna Este Sinal de Rádio Tão Diferente?

De acordo com a pesquisa, liderada pelo Observatório Nacional de Radioastronomia dos Estados Unidos (NRAO), o sinal de rádio incomum se repete precisamente a cada 841 segundos, o equivalente a 14 minutos. Além disso, há um período secundário distinto de 4.206 segundos (70 minutos), que possivelmente está relacionado a uma atividade binária em seu sistema.

  • A interação binária pode ser causada pela radiação de ondas gravitacionais ou pela adição de material de outro objeto companheiro próximo, como teorizam os especialistas.
  • O objeto cósmico também se diferencia dos demais transientes de longo período. Suas rajadas são 100% polarizadas circularmente, o que significa que as ondas de rádio formam uma espiral enquanto viajam pelo espaço. Este é um fenômeno extremamente raro.
  • Ele se destaca, ainda, pela sua rotação acelerada. Essa combinação de polarização circular total e rotação acelerada nunca havia sido encontrada em LPRTs, tornando o CHIME J1634 + 44 um caso único para a ciência.
  • O CHIME J1634 + 44 está localizado na constelação de Hércules. Esta região da Via Láctea é menos congestionada, o que facilita significativamente a detecção e o estudo detalhado dos sinais sem interferências.
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Para a pesquisa, chefiada pelo astrônomo Fengqiu Adam Dong, foram usados alguns dos radiotelescópios mais avançados do mundo. Além do CHIME, crucial para a descoberta e monitoramento das rajadas periódicas e da evolução da rotação do objeto, o estudo contou com outros equipamentos.

O telescópio Green Bank da Fundação Nacional de Ciência dos EUA, o projeto Very Large Array (VLA) e o Observatório Neil Gehrels Swift da NASA também participaram. Cada um desses instrumentos teve um papel complementar, fornecendo dados valiosos para uma análise multifacetada do fenômeno observado.

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O CHIME, com seu amplo campo de visão, detectou as rajadas e monitorou a rotação. O VLA refinou a localização do sinal e mitigou distorções. O Green Bank disponibilizou dados para analisar a polarização, e o Swift auxiliou na investigação de sinais de alta energia associados. Essa colaboração multiprojetos permitiu um estudo aprofundado.

Qual a Origem Desse Sinal Enigmático?

Os astrônomos ainda não têm uma resposta definitiva sobre que tipo de objeto estaria emitindo essas ondas de rádio incomuns.

As possibilidades incluem algo mais exótico que um pulsar de rotação lenta, como um magnetar, uma anã branca magnética, ou até mesmo uma classe totalmente nova de objeto celeste, o que seria uma descoberta significativa para a astrofísica.

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As ondas de rádio também podem ter origem nas interações entre duas estrelas que orbitam uma à outra bem de perto, como destacam os autores do estudo. É possível que elas estejam perdendo energia ou liberando ondas gravitacionais, o que explicaria uma possível diminuição da órbita do sistema. No entanto, novas observações são essenciais para um entendimento mais completo desse fenômeno.

Fengqiu Adam Dong declarou ao site do NRAO que a descoberta do CHIME J1634 + 44 amplia a população conhecida de LPRTs e desafia os modelos existentes de estrelas de nêutrons e anãs brancas. Isso sugere que pode haver muitos outros objetos desse tipo ainda não descobertos, abrindo caminhos importantes para desvendar os mistérios desses enigmáticos corpos cósmicos.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.