O navegador da OpenAI pode mudar o controle de informações na internet

Aprecie uma nova era de navegação com o navegador da OpenAI, que centraliza dados e desafia o controle do Google
Atualizado há 5 horas atrás
O navegador da OpenAI pode mudar o controle de informações na internet
Descubra uma nova era de navegação com o inovador navegador da OpenAI. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • A OpenAI planeja lançar um navegador com IA que promete transformar o acesso à informação online.
    • Usuários podem se beneficiar de uma navegação mais fluida e centralizada na interpretação dos dados.
    • A mudança aumenta o controle de plataformas sobre o tráfego, afetando publishers e modelos tradicionais de negócio.
    • Se essa estratégia for bem-sucedida, ela pode reconfigurar a troca de valor na internet globalmente.
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O browser da OpenAI está prestes a transformar a forma como acessamos e negociamos informações na internet. Mais do que uma inovação técnica, essa novidade representa um movimento estratégico que desafia o modelo tradicional de troca de valor online. Com ele, o controle sobre o tráfego, os dados e a monetização será centralizado, mudando fundamentalmente a dinâmica entre plataformas, publishers e usuários.

Controle e poder na nova era do Browser da OpenAI

Nos próximos meses, a OpenAI planeja lançar um browser integrado com inteligência artificial, que promete uma experiência fluida dentro de uma interface conversacional. Mas, por trás dessa promessa de praticidade, está uma mudança de poder na relação entre conteúdo, tráfego e valor. Dados do Press Gazette indicam que buscas com zero clique no Google aumentaram de 56% para 69% de maio de 2024 a maio de 2025,confirmando essa tendência de desintermediação. A OpenAI, ao criar seu próprio browser, busca controlar todo o ciclo de uma consulta — da busca ao dado, passando pelo seu processamento e entrega final.

Essa estratégia de controle de tráfego reforça a intenção de reescrever as regras do jogo. Com um navegador próprio construído sobre o Chromium, a plataforma da OpenAI desafia o domínio do Google Chrome, usando a base open-source do Chrome. Assim, a navegação deixa de ser um simples meio de acesso e se torna uma ferramenta de centralização de poder, onde quem controla o ciclo de informação também domina a geração de valor. Essa mudança remete a um ciclo de Kondratiev, onde a inteligência artificial deixa de apenas complementar infraestruturas existentes e passa a absorver toda a cadeia de valor.

Desintermediação e reposicionamento econômico

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O impacto dessa nova abordagem é profundo. Enquanto soluções como o pay per crawl do Cloudflare tentam manter um equilíbrio ao cobrar por acesso de bots aos sites, a realidade se inverte. A lógica econômica passa a valorizar quem interpreta o conteúdo, ao invés de quem o produz. Para os publishers tradicionais, como Reuters e WSJ, o tráfego direto pode diminuir drasticamente, já que conteúdo premium passa a ser usado como combustível para sistemas de respostas automatizadas. Assim, o valor da visita se dilui, passando a residir na inteligência que fornece o dado.

Esse movimento pode parecer simultaneamente brilhante por redefinir a experiência de navegação, e assustador, por concentrar o controle sobre o fluxo de informações. É como uma materialização de um novo ciclo econômico onde as plataformas passam a gerir e dominar toda a cadeia de troca de informações, capturando valor que antes fluía livremente. Para entender esse cenário, vale conferir a análise sobre o navegador da OpenAI e sua influência na estrutura da internet que encontramos no tecmundo.com.br.

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Redefinição da relação com conteúdo e influência na navegação

Com o crescimento de consultas de notícias feitas via ChatGPT, que chegou a registrar aumento de 212% desde janeiro de 2024, a influência do sistema na navegação tradicional fica clara. O uso de agentes web integrados, como o Operator, permite que a IA possa preencher formulários, agendar refeições ou comprar passagens, tudo sem a necessidade de visitar o site do conteúdo original. Assim, o valor de conteúdo que antes fluía direto ao site agora se concentra na interpretação via IA, criando um sistema onde o tráfego se torna menos relevante.

Contentores premium, antes considerados essenciais para geração de receita, tornam-se apenas combustível para sistemas de respostas que entregam a informação final, sem gerar visitas físicas aos sites originais. Essa tendência levanta questões sobre a sustentabilidade financeira de publishers, pois o fluxo indireto de tráfego aumenta e, ao mesmo tempo, diminui a dependência do visitante tradicional. Muitos deles podem perder essa relação direta com o usuário, o que reforça a mudança de paradigma na preferência por consumo de conteúdo mediado por agentes conversacionais.

Uma nova configuração de poder na era da inteligência artificial

Por trás dessa mudança, está uma disputa por talentos e pelo controle da infraestrutura tecnológica. A OpenAI contratou ex-VPs do Google Chrome e sinalizou possível interesse em adquirir o navegador próprio caso a Alphabet precise vender. Enquanto isso, a Meta atrai profissionais como Mat Velloso, ex-DeepMind, com salários superiores a US$ 100 milhões, numa guerra que não é só por tecnologia, mas pelo domínio dos meios de troca na nova era digital.

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Para os publishers da América Latina, o cenário é preocupante: sem presença institucional forte e sem acordos bilaterais com as principais big techs, a desintermediação será silenciosa e completa, levando a um declínio do tráfego direto. A cada passo, fica mais claro que o browser da OpenAI representa uma mudança de proporções globais, em que o controle da infraestrutura e do ciclo de troca de valor passa a ser uma jogada de poder.

Quer entender mais a fundo essa transformação? A análise completa sobre o impacto do navegador da OpenAI na estrutura da internet está disponível na coluna do tecmundo.com.br.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.