A Google AI Mode está transformando a forma como interagimos com a busca online, mas será que essa mudança é totalmente positiva? Com a expansão dos recursos de inteligência artificial, como o AI Overviews, que resumem conteúdos de diversos sites, surge a preocupação sobre a precisão das informações fornecidas. Este novo modo de busca, ainda em fase de testes, promete uma experiência mais conversacional, similar a um chatbot, mas levanta questões sobre a confiabilidade e os riscos de disseminação de informações errôneas.
O que é o Google AI Mode?
O Google AI Mode busca fornecer aos usuários as informações mais relevantes de forma rápida, eliminando a necessidade de clicar em vários links e ler diversos sites para encontrar respostas. Imagine ter um assistente que reúne tudo o que você precisa, apresentando de forma clara e concisa. Além disso, você pode fazer perguntas adicionais em linguagem natural, sem precisar usar termos específicos ou palavras-chave.
De acordo com a Google, essa ferramenta utiliza uma técnica de “query fan-out”, que realiza várias buscas relacionadas simultaneamente em diferentes fontes de dados. O objetivo é entregar uma resposta completa e fácil de entender. No entanto, a empresa reconhece que o Google AI Mode pode não ser perfeito e, em alguns casos, exibirá os resultados da busca tradicional, com links para os sites.
Inicialmente, o Google AI Mode estará disponível apenas para assinantes do Google One AI Premium, funcionando como uma opção experimental. As respostas podem ser apresentadas em formato de texto ou tabelas, e a expectativa é que, no futuro, imagens e vídeos também sejam integrados. Será que essa evolução é realmente o que os usuários desejam?
A precisão das informações é uma preocupação crucial. Para ilustrar, ao perguntar ao AI Overview se estávamos em 2025, a resposta foi que estávamos em 2024, citando a Wikipédia como fonte, que indicava corretamente o ano de 2025. Esse tipo de erro levanta sérias dúvidas sobre a confiabilidade da ferramenta.
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Um histórico de riscos
A ideia por trás do Google AI Mode parece boa no papel: proporcionar conveniência ao usuário. No entanto, a tecnologia por trás dessa ferramenta ainda enfrenta desafios significativos, como as “alucinações” da IA, que se referem à capacidade da inteligência artificial de inventar informações e apresentá-las como verdadeiras.
Os AI Overviews são um exemplo claro desses problemas, com erros que persistem até hoje. Um exemplo recente, compartilhado no Reddit, mostra o AI Overview afirmando erroneamente que na Índia se dirige do lado direito da via. Apesar da informação falsa, o texto não sugere que o usuário verifique a informação.
A falta de precisão e os erros constantes levaram alguns usuários a questionar a utilidade da ferramenta. Um relatório descreve o AI Overview como “tão impreciso e cheio de bugs que é surpreendente que ainda exista”. Imagine, então, uma página inteira apresentada como uma longa explicação, com alguns links de fontes dispersos no meio do texto.
A Google afirma que o Google AI Mode se destacará em “codificação, matemática avançada e consultas multimodais”. Contudo, o histórico mostra que a ferramenta já cometeu erros básicos, até mesmo em perguntas simples, que são justamente o foco do novo modo de busca. Será que estamos preparados para confiar em uma ferramenta que ainda tropeça no básico?
Quando questionado se astronautas encontraram gatos na Lua, o AI Overview confirmou a história, acrescentando que os astronautas cuidavam dos felinos lunares. Julia Feerrar, especialista em alfabetização digital da Virginia Tech, ressalta que a IA não “sabe” as respostas, citando um exemplo em que o Google AI Overview afirmou que Barack Obama foi o primeiro presidente muçulmano dos EUA. Erros como esses podem ter consequências sérias, especialmente quando se trata de informações sobre saúde e bem-estar.
As consequências da desinformação
Um estudo analisou mais de 30 milhões de páginas de resultados de busca (SERPs) e descobriu que as buscas relacionadas à saúde são as mais populares entre os AI Overviews. Essa mesma ferramenta já sugeriu que as pessoas deveriam comer uma pedra por dia, adicionar um oitavo de xícara de cola à pizza e beber urina para eliminar pedras nos rins. Além disso, afirmou que um filhote de elefante caberia na palma da mão de um humano em 2025.
A situação não parece ter melhorado muito, apesar das alegações da Google sobre a evolução de seus modelos de IA. Recentemente, o Futurism noticiou que o AI Overviews afirmou que MJ Lenderman ganhou 14 prêmios Grammy. Ao perguntar ao Google AI Mode se estávamos em 2025, a resposta foi “Não, não estamos em 2025. O ano atual é 2024”.
A ferramenta ainda explicou que 2025 é um ano comum que começa em uma quarta-feira, adicionando informações aleatórias sobre feriados nacionais e declarações da ONU que não tinham relação com a pergunta. Embora eu utilize ferramentas de IA como o Gemini Deep Research e o Gemini 2.0 Flash para obter ideias criativas, sou cauteloso em relação à implementação generalizada de uma IA com erros em uma ferramenta tão essencial como o Google Search.
O Digital Trends entrou em contato com a Google para comentar sobre o assunto e atualizará esta matéria assim que receber uma resposta. É importante questionar se essa é realmente a evolução da busca que queremos. Afinal, a praticidade não deve vir à custa da precisão e da confiabilidade das informações.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Digital Trends