Novo chanceler da Alemanha enfrenta desafios crescentes após eleição tensa

Friedrich Merz, novo chanceler da Alemanha, lida com economia fragilizada e tensões políticas internas e externas. Saiba mais.
Atualizado há 14 horas
Novo chanceler da Alemanha enfrenta desafios crescentes após eleição tensa
Friedrich Merz enfrenta desafios econômicos e políticos como novo chanceler da Alemanha. (Imagem/Reprodução: Infomoney)
Resumo da notícia
    • Friedrich Merz, do partido CDU, foi eleito chanceler da Alemanha após uma votação parlamentar tensa e atrasos.
    • O objetivo da notícia é informar sobre os desafios políticos e econômicos que Merz enfrenta no cargo.
    • As tensões comerciais com os EUA e a crescente popularidade da AfD complicam a governabilidade de Merz.
    • A fragilidade da coalizão pode impactar a liderança da Alemanha na Europa e suas políticas internas.
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Friedrich Merz, do partido de centro-direita União Democrata Cristã (CDU), venceu as eleições na Alemanha no final de fevereiro e, após intensas negociações para formar uma coalizão, assumiu o cargo de chanceler. A eleição de Merz ocorreu após uma votação parlamentar tensa e atrasos significativos, marcando um período de incertezas políticas no país.

No entanto, a situação de Merz se complicou ainda mais desde então.

As perspectivas para a economia alemã, já em dificuldades e que Merz prometeu revitalizar, pioraram devido às tarifas e tensões comerciais impostas pelo governo de Donald Trump. As relações com os Estados Unidos também seguem tensas.

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O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que muitos associados a Trump apoiam, igualou a popularidade dos democratas-cristãos de Merz nas pesquisas. A AfD poderia até ter vencido uma eleição nacional, mesmo sendo formalmente classificada como extremista pelos serviços de inteligência alemães.

O maior revés de Merz ocorreu quando ele não conseguiu obter votos suficientes para ser eleito chanceler na primeira votação no parlamento. Dezoito membros de sua própria coalizão se recusaram a apoiá-lo, um evento sem precedentes na Alemanha moderna. Apesar desse tropeço, Merz conseguiu vencer em uma segunda votação realizada à tarde.

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Merz enfrenta dois grandes desafios como chanceler: reafirmar a liderança da Alemanha na Europa e no mundo, algo que não se vê desde o auge de Angela Merkel, e convencer o público alemão de que os partidos tradicionais podem trazer as mudanças necessárias.

A falha na primeira votação dificulta essas tarefas, expondo a fragilidade da coalizão de Merz e a possibilidade de sua agenda ser obstruída por deserções em votações importantes.

Desafios do Líder da Alemanha

Merz tem como objetivo fortalecer as fronteiras da Alemanha e endurecer as políticas de imigração para responder às preocupações dos eleitores sobre a chegada de milhões de imigrantes. Ele também busca desburocratizar o país e reduzir as regulamentações para impulsionar o crescimento econômico. A economia alemã encolheu no ano passado e não apresenta crescimento real há cinco anos.

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Para modernizar o exército, melhorar a infraestrutura e investir em iniciativas de combate às mudanças climáticas, o novo chanceler precisa aprovar legislação para liberar recursos recém-adquiridos por meio de dívida. Essas iniciativas foram acordadas com partidos de centro-esquerda após a eleição, mas ainda precisam ser formalizadas em lei.

A capacidade de Merz de garantir votos para aprovar projetos de lei é questionada por seus próprios aliados. Em março, ele conseguiu apoio para o acordo de dívida, mas em janeiro, ao tentar aprovar um projeto de lei de imigração com votos da AfD, quebrando um tabu político, ele falhou.

Líderes estrangeiros questionam a capacidade de Merz de implementar sua agenda e a duração de seu governo. A legislação de gastos é crucial para os parceiros europeus, que esperam que a Alemanha lidere a defesa do continente, especialmente com as ameaças de Trump de reduzir o apoio americano. Merz iniciou seu primeiro dia completo no cargo viajando para Paris e Varsóvia.

Em Paris, Merz e o presidente francês Emmanuel Macron realizaram uma coletiva de imprensa para reafirmar o compromisso com a defesa e a segurança na Europa.

A fragilidade de Merz pode encorajar Trump a desafiar suas políticas de defesa e econômicas, complicando os esforços do chanceler em construir uma relação pessoal com o presidente americano.

As preocupações com essas repercussões parecem ter mobilizado os membros da coalizão de Merz, incluindo os social-democratas de centro-esquerda, que se uniram na segunda votação. Ele ganhou 15 votos em relação à votação da manhã.

Reações e Implicações Políticas

Alguns legisladores sugeriram que as deserções na primeira votação foram protestos pessoais contra Merz, que teria antagonizado membros de sua coalizão com suas escolhas políticas, mas que nunca tiveram a intenção de impedi-lo de vencer. Acreditam que esse constrangimento pode garantir mais unidade no futuro.

A AfD, por outro lado, se sentiu encorajada pelos eventos. Na oposição, seu trabalho é mais fácil: explorar a instabilidade, criticar o governo e apresentar sua agenda populista como a única alternativa em um país insatisfeito com o status quo.

“Este governo começa em extrema instabilidade”, afirmou Bernd Baumann, representante da AfD, pouco antes da segunda votação parlamentar. “E permanecerá instável. Isso é o oposto do que a Alemanha precisa.”

Merz sabe que resolver problemas como a economia é sua melhor chance de conter a AfD. Pesquisas mostram que ele é impopular entre os eleitores, que estão desencantados com as elites políticas, um fenômeno comum em muitas democracias.

Na manhã da votação, o jornal Berliner Morgenpost publicou uma manchete que resumia o sentimento geral: “O grande dia de Friedrich Merz, mas sem euforia na Alemanha.”

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via InfoMoney

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.