Novo padrão GPMI, compatível com USB-C e USB-B, promete superar HDMI e DisplayPort

Conheça o GPMI, novo padrão de transmissão que une dados, vídeo e energia em um só cabo, superando HDMI e DisplayPort.
Atualizado há 5 horas
Novo padrão GPMI, compatível com USB-C e USB-B, promete superar HDMI e DisplayPort
GPMI: a revolução em transmissão de dados, vídeo e energia em um único cabo. (Imagem/Reprodução: Neowin)
Resumo da notícia
    • O novo padrão GPMI, desenvolvido na China, oferece transmissão de dados, vídeo e energia em um único cabo, superando HDMI e DisplayPort.
    • Você pode simplificar sua experiência com dispositivos, eliminando a necessidade de múltiplos cabos e adaptadores.
    • O GPMI promete maior velocidade e eficiência energética, beneficiando desde usuários comuns até profissionais de tecnologia.
    • A tecnologia também pode prolongar a vida útil de dispositivos antigos com adaptadores compatíveis.
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Um novo padrão de transmissão chamado GPMI compatível com USB está chamando atenção ao oferecer uma alternativa para envio de áudio, vídeo, dados e energia, superando as capacidades atuais do HDMI e DisplayPort. Desenvolvido na China, ele permite velocidades de até 192 Gbps com fornecimento de energia de até 480 W, reunindo múltiplas funções em um único cabo, o que promete simplificar e ampliar a conectividade para diversos dispositivos.

O que é o GPMI e por que ele está ganhando destaque

O General Purpose Multimedia Interface, ou GPMI, foi desenvolvido por um consórcio chinês liderado pelo Shenzhen 8K Ultra High Definition Video Industry Collaboration Alliance. Essa iniciativa conta com a participação de mais de 50 empresas, entre elas Huawei, Skyworth, Hisense e TCL. A ideia é entregar uma solução que una a transmissão de dados multimídia e fornecimento de energia por meio de uma conexão unificada.

Atualmente, interfaces como HDMI e DisplayPort transmitem sinais de áudio e vídeo, mas precisam de cabos separados ou soluções adicionais para alimentação energética ou controle de dispositivos. O GPMI elimina essa necessidade combinando tudo, algo que pode transformar a experiência dos usuários, inclusive em produtos como TVs, monitores, notebooks e até automóveis conectados.

Segundo o consórcio, o GPMI atinge taxa de transferência de até 192 Gbps e fornece potência máxima de 480 W. Esses valores posicionam a tecnologia à frente dos padrões HDMI 2.1 (com cerca de 48 Gbps) e DisplayPort 2.1 (com até 80 Gbps). Além disso, ele suporta comunicação bidirecional, inclusive para dados e comandos, e permite a formação de redes mesh de até 128 dispositivos conectados entre si.

O padrão também visa resolver problemas comuns enfrentados em aplicações onde dividir a alimentação elétrica da transmissão de dados cria limitações técnicas ou de design. Isso abre espaço para novos formatos, integração mais fácil e menos cabos espalhados, inclusive para configurações gamer com recursos gráficos avançados em jogos que usam ray tracing.

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Compatibilidade com cabos USB Tipo-B e Tipo-C e diferenciais técnicos

Um ponto importante é que o GPMI foi projetado para funcionar tanto com o conector USB Tipo-C quanto com o USB Tipo-B. O Tipo-C, mais comum em smartphones e notebooks atuais, oferece até 96 Gbps de dados e fornece até 240 W de energia, expandindo as associações com o ecossistema USB convencional.

No caso do Tipo-B, voltado para dispositivos de maior porte, como TVs de grandes dimensões e equipamentos profissionais, o padrão permite alcançar velocidades de até 192 Gbps e suporte a alimentação energética de até 480 W. Essa variação garante que fabricantes escolham a interface mais adequada conforme o segmento e o tamanho do produto.

Outra característica do Tipo-B é a possibilidade de inserir o cabo dos dois lados—similar aos USB-C reversíveis—agilizando conexões em equipamentos maiores. Já o Tipo-C no ambiente móvel mantém sua compatibilidade e permite o uso de telas externas, acessórios e carregamento em uma mesma porta, o que pode facilitar ainda mais o uso em celulares para espelhamento de tela ou reprodução de vídeos domésticos.

Na prática, o GPMI amplia as funcionalidades tradicionais das conexões antigas, que se limitam basicamente a transmitir sinais audiovisuais digitais, levando também alimentação de alta potência e comunicação bidirecional. E o consórcio garante que os dispositivos existentes que usam HDMI ou DisplayPort poderão ser compatíveis com a criação de adaptadores apropriados.

Comparação com HDMI, DisplayPort e cenário de adoção para o mercado

O padrão HDMI 2.1, por exemplo, alcança até 48 Gbps. Já o HDMI 2.2 com FRL chega próximo de 96 Gbps, mas não oferece entrega de energia embutida. O DisplayPort 2.1, conhecido como UHBR20, atinge 80 Gbps e traz entrega energética limitada a 240 W no modo USB. O GPMI avança nessas métricas, chegando a 96 Gbps (no Tipo-C) ou 192 Gbps (no Tipo-B), com fornecimento de até 480 W, superando os dois concorrentes em banda e energia.

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Esse salto abre espaço para telas com resoluções superiores ao 8K, conexões rápidas para múltiplos monitores, aplicações profissionais em estúdios de vídeo e ambientes industriais que trabalham com muitos dados e necessitam de alta energia simultânea. Além disso, o sistema promete baixa latência para operações como espelhamento de tela a partir do smartphone, o que influencia transmissões de jogos ou apresentações empresariais.

Entre os usos mais aguardados está o conceito de TVs modulares, onde a tela e o módulo de processamento podem ser separados. Assim, o usuário conecta os dois blocos via GPMI, podendo trocar ou atualizar a parte lógica ou o painel conforme preferir, sem descartar toda a TV. Esse mesmo sistema permitiria conectar facilmente celulares a telas grandes para reprodução de filmes ou jogos com baixa latência e tecnologia avançada de imagem.

Outro diferencial é a transmissão bidirecional dos comandos. Com isso, um controle remoto pode, por exemplo, comandar várias TVs ou set-top boxes na casa toda, ou o conteúdo de um dispositivo pode ser compartilhado com múltiplas telas com sincronização instantânea.

Desenvolvimento, adoção do padrão e aplicações futuras com GPMI compatível com USB

O desenvolvimento do GPMI começou em 2019, quando surgiram os primeiros estudos. Em 2021 foram publicados os padrões centrais em um grupo de trabalho que envolvia várias fabricantes. O primeiro protótipo físico surgiu em 2023 na forma de um chip em FPGA. Já em 2024, foi divulgado o cronograma definitivo para homologação industrial do padrão, e o consórcio conquistou o SVID, que é uma autorização da organização USB para operar dentro do ecossistema USB padrão.

Em fevereiro de 2025, foram lançadas cinco séries do padrão completo, consolidando regras comuns para adoção pelas empresas. O alinhamento ao USB amplia a compatibilidade e deve acelerar a integração em produtos novos, inclusive facilitando que celulares e computadores se comuniquem com sistemas automotivos, dispositivos de casa conectada e equipamentos industriais.

Outro ponto é o suporte para expandir funções em dispositivos já em uso, com adoção de adaptadores GPMI para equipamentos HDMI e DisplayPort. Isso poderá prolongar o tempo de vida útil de aparelhos que continuam funcionando normalmente, mas precisariam ser atualizados por limitações da tecnologia antiga.

O GPMI ainda deve favorecer setores como automação com Inteligência Artificial, sistemas industriais sensíveis a latência, distribuição de vídeo em residências inteligentes e centrais de dados que manuseiem grandes volumes de informação com alta demanda energética.

Essa evolução do padrão é resultado de uma cooperação ampla da indústria chinesa para criar uma solução que atenda as demandas crescentes em resolução, largura de banda, alimentação de energia e integração de dispositivos. Além disso, a interoperabilidade com o gosto do mercado mundial por conectores USB deve ampliar seu alcance global.

As fabricantes também apontam que essa integração simplifica o design de produtos futuros e pode ajudar a reduzir custos e consumo energético total, já que menos circuitos separados serão necessários. Isso contribui para manter a simplicidade no uso final por quem precisa apenas conectar um cabo para ter transmissão de dados, vídeo de alta resolução, alimentação e controle centralizado.

Nos próximos anos, a adoção do GPMI tende a se acelerar conforme a demanda por conteúdos em altíssimas resoluções, energia mais eficiente e conexões multifuncionais aumenta — especialmente para casas inteligentes, entretenimento, indústria e veículos conectados. O suporte total a USB Tipo-C e Tipo-B também facilita que gadgets atuais e futuros usem o padrão.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Neowin

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.