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- Operadoras de telecomunicações na Colômbia defendem que grandes plataformas digitais paguem pelo uso intensivo da infraestrutura de rede.
- O objetivo é garantir uma contribuição mais equitativa para sustentar os investimentos em infraestrutura.
- O debate pode influenciar políticas similares em outros países, incluindo o Brasil, e impactar o custo e a qualidade dos serviços de internet.
- A discussão também levanta questões sobre a sustentabilidade do modelo atual de financiamento das redes de telecomunicações.
Na Colômbia, o debate sobre o fair share, ou “contribuição justa”, está ganhando força. As operadoras de telecomunicações, representadas pela Asomóvil, defendem que grandes plataformas de conteúdo digital paguem pelo uso intensivo da infraestrutura de rede. Afinal, dados recentes mostram que uma parcela significativa do tráfego móvel é gerada por um número limitado de empresas, que não contribuem financeiramente para a manutenção e expansão dessa infraestrutura essencial.
Essa discussão ocorre em um momento crucial, em que a infraestrutura digital do país enfrenta grande pressão. A Asomóvil, que reúne as principais operadoras móveis da Colômbia, está liderando o movimento para que se discuta a necessidade de uma contribuição mais equitativa por parte das gigantes da internet.
O que é Fair Share?
O fair share se refere à necessidade de que as grandes empresas de conteúdo digital paguem uma tarifa pelo uso intensivo das redes de telecomunicações. As operadoras argumentam que essas empresas geram um tráfego massivo, exigindo investimentos constantes em infraestrutura, enquanto não contribuem financeiramente para esses custos. Essa discussão não é exclusiva da Colômbia; no Brasil, a Anatel já propôs mesas de conversa para abordar essa questão.
De acordo com a Asomóvil, dados da Comissão de Regulação das Comunicações (CRC) confirmam essa tendência. Entre 2022 e 2024, o tráfego de internet móvel na Colômbia cresceu 57%, com uma taxa anual composta de 25%. Esse aumento exige investimentos significativos em manutenção, expansão e modernização da infraestrutura por parte das operadoras.
Esse esforço financeiro, que totalizou mais de 55 trilhões de pesos colombianos nos últimos sete anos, contrasta com o fato de que 67% do tráfego móvel é gerado por apenas três empresas de tecnologia: Meta, Alphabet e TikTok. Essas empresas, apesar de gerarem grandes receitas através da rede, não arcam com os custos de sua utilização.
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Em dezembro de 2024, a Meta gerou 226,3 TB de tráfego, a Alphabet 97,8 TB e o TikTok 53,90 TB. Segundo a CRC, esse volume equivale a mais de 213 milhões de filmes em alta definição baixados em um único mês. Esse consumo massivo de dados sobrecarrega a infraestrutura e levanta questões sobre a sustentabilidade do modelo atual.
A Visão da Asomóvil sobre o Fair share na Colômbia
Samuel Hoyos, presidente da Asomóvil, alerta que essa situação compromete a sustentabilidade do ecossistema digital. Ele compara a internet a uma estrada onde transitam bicicletas e caminhões de carga pesada. “Embora todos a utilizem, os caminhões causam muito mais desgaste e, por isso, devem pagar mais pedágios. Na internet, esses caminhões são as grandes plataformas, e deveriam contribuir de forma justa pelo uso que fazem da rede”, explicou.
Em dezembro passado, a CRC e o Ministério das TIC lançaram uma consulta pública para discutir o papel das plataformas OTT (Over-The-Top) e abrir um espaço de diálogo entre todos os atores do ecossistema digital. No entanto, até o momento, não houve avanços significativos nessa discussão.
O debate sobre a contribuição justa das plataformas digitais não é exclusivo da Colômbia. No Brasil, a Anatel propôs a criação de mesas de conversa para que os dois lados pudessem discutir a questão. A ideia é encontrar um modelo que garanta a sustentabilidade da infraestrutura de telecomunicações sem prejudicar a inovação e o acesso à internet.
A Colômbia tem se destacado no cenário tecnológico, inclusive com iniciativas como o programa Fogo Alto, que selecionou dez startups para receber apoio e investimento após um evento em São Paulo. Esses programas são vitais para impulsionar a inovação e o desenvolvimento no setor. No entanto, a sustentabilidade da infraestrutura digital é fundamental para que essas iniciativas possam prosperar.
Impacto da Geração de Tráfego e o Fair share na Colômbia
A necessidade de modernização da infraestrutura também passa pela implementação de novas tecnologias. A tecnologia de túnel imerso, que será usada em uma obra entre Santos e Guarujá, é um exemplo de como a inovação pode contribuir para o desenvolvimento do país. No entanto, para que essas tecnologias possam ser implementadas em larga escala, é preciso garantir que as empresas de telecomunicações tenham recursos suficientes para investir em suas redes.
Outro ponto importante é a segurança cibernética. Um relatório recente apontou que o Brasil mantém estagnação em maturidade de cibersegurança, o que representa um risco para a economia digital. A falta de investimento em segurança cibernética pode comprometer a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade dos dados, causando prejuízos para empresas e cidadãos.
Em um mundo cada vez mais conectado, a infraestrutura de telecomunicações é essencial para o desenvolvimento econômico e social. Garantir a sustentabilidade dessa infraestrutura é um desafio complexo, que exige o diálogo e a colaboração entre todos os atores do ecossistema digital. A discussão sobre o fair share na Colômbia é um passo importante nessa direção, buscando um modelo mais justo e equitativo para o financiamento das redes de telecomunicações.
A Asomóvil continua a defender a importância de se encontrar uma solução para essa questão, buscando garantir que as empresas de telecomunicações tenham condições de continuar investindo na expansão e modernização da infraestrutura digital do país. A expectativa é que a consulta pública lançada pela CRC e pelo Ministério das TIC possa gerar avanços concretos nessa discussão, abrindo caminho para um futuro mais sustentável para o ecossistema digital colombiano.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificado, mas escrito e revisado por um humano.
Via Mobile Time Latinoamérica