Orkut critica redes sociais por transformarem amizades em moeda

Criador do Orkut critica as redes sociais por priorizarem engajamento em vez de conexões genuínas. Entenda o impacto dessa mudança.
Atualizado há 12 horas
Orkut critica redes sociais por transformarem amizades em moeda
Engajamento excessivo nas redes prejudica conexões verdadeiras e genuínas. (Imagem/Reprodução: Redir)
Resumo da notícia
    • Orkut Büyükkökten, criador do Orkut, afirma que as redes sociais priorizam engajamento em vez de conexões genuínas.
    • Você pode refletir sobre como as redes sociais afetam suas relações pessoais e a qualidade das interações online.
    • Essa crítica pode influenciar a forma como as plataformas são desenvolvidas no futuro, buscando mais autenticidade.
    • Iniciativas como o Poosting surgem como alternativas para equilibrar a dinâmica das redes sociais.
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As redes sociais mudaram a forma como interagimos, e o criador do Orkut, Orkut Büyükkökten, acredita que elas se transformaram em “mídia social”, priorizando o engajamento em vez da conexão genuína entre as pessoas. Lançada em 2004, a plataforma fez muito sucesso no Brasil e no mundo, mas, para ele, o foco nos algoritmos e na monetização alterou a dinâmica das amizades online. Orkut defende que as plataformas atuais transformaram a atenção em narcisismo e a amizade em moeda.

O Início do Orkut e a Conexão Social

No início dos anos 2000, a internet era bem diferente. As pessoas se comunicavam principalmente por e-mail, programas de mensagens como Messenger e ICQ, e em chats temáticos. Foi nesse cenário que Orkut Büyükkökten, então engenheiro do Google, decidiu criar uma rede social com um propósito claro: “ajudar as pessoas a fazer amigos a partir dos amigos dos amigos”.

Lançado em janeiro de 2004, o Orkut rapidamente ganhou popularidade. O slogan da plataforma destacava tanto os “amigos dos amigos” quanto as “comunidades”, que reuniam pessoas com interesses em comum. Os usuários podiam trocar mensagens e compartilhar fotos, criando uma experiência online mais interativa e pessoal.

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Essa abordagem fez do Orkut a maior rede social do mundo até 2011, com 100 milhões de usuários, dos quais 30 milhões eram brasileiros. Orkut Büyükkökten recorda com carinho do sucesso no Brasil, um país que ele visitou para participar de um evento de tecnologia em Porto Alegre. “A cultura brasileira é similar à que eu cresci. As pessoas são muito amigáveis, apaixonadas e há tanta comunidade, e todos esses valores estavam refletidos no Orkut”, disse ele.

A Transformação das Redes Sociais em Mídia Social

Para Orkut, as plataformas redes sociais perderam o foco na conexão entre as pessoas. A teia de contatos que antes interligava os usuários foi substituída pela mediação de algoritmos projetados para capturar a atenção do público. “Nos primeiros dias de Orkut, chamávamos de rede social e agora chamamos de mídia social”, explica.

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Essa mudança transformou a dinâmica de circulação de conteúdo, que se assemelha mais à transmissão em massa da televisão e do rádio. “Agora, nós não lemos jornalistas ou assistimos às notícias, e sim ouvimos influenciadores, que são pessoas que têm muitos seguidores”, afirma o criador do Orkut.

Büyükkökten avalia que apenas os grandes perfis são ouvidos e vistos, e a pressão para crescer leva as pessoas a publicarem conteúdos exagerados. “O que cria mais renda? Mais engajamento, mais tempo gasto na plataforma, viralização, essas são coisas que a empresa pode medir e planejar”, acrescenta.

“Eles estão transformando nossa atenção em narcisismo, nossa amizade em moeda, e a intimidade em um teatro de espetáculos”, completa o pioneiro das redes sociais. Essa crítica reflete uma preocupação crescente sobre o impacto das plataformas na sociedade.

A Busca por uma Alternativa: O Caso do Poosting

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Diante desse cenário, alguns empreendedores estão buscando alternativas para a dinâmica das redes sociais. Afonso Alcântara, do Ceará, criou o Poosting, uma plataforma brasileira que combina elementos do Orkut, do X (antigo Twitter) e do Instagram.

A solução de Alcântara não é eliminar os influenciadores, mas equalizar a circulação das publicações. Com 1,5 milhão de usuários cadastrados, o Poosting garante que cada publicação chegue a todos os usuários. “Se você publicou agora, quem estiver online e chegar a tempo no feed cronológico vai ver a sua publicação sem a necessidade de receber um monte de likes na publicação”, explica.

Para evitar sobrecarga, as publicações desaparecem após 24 horas, e apenas 15% dos usuários cadastrados utilizam a plataforma regularmente. Essa dinâmica, segundo Alcântara, desafia a autoridade dos influenciadores. “Já houve casos de influencers que entraram na plataforma e não se deram tão bem porque o negócio deles era ali uma foto na praia, aquela coisa toda, mas o forte da Poosting é a interação, a comunidade”, afirma.

O Poosting também oferece comunidades temáticas, como no Orkut, e mantém a opção de seguir outras contas. No entanto, desde abril, a plataforma passou a aceitar pagamentos para impulsionar publicações, tornando-se mais semelhante a outras redes sociais.

O Futuro das Redes Sociais Segundo Orkut

Orkut Büyükkökten acredita que conectar o valor da plataforma ao engajamento é um erro. “O que cria mais engajamento é o ódio, a raiva e o conteúdo polarizado, e todos os algoritmos são otimizados para engajamento”, argumenta.

Sua aposta é retornar às interações entre amigos de amigos. Ele está trabalhando em uma nova plataforma, mas ainda não divulgou detalhes. A ideia é criar um ambiente online onde as conexões genuínas sejam priorizadas em vez do engajamento a qualquer custo.

As críticas de Orkut Büyükkökten e as iniciativas como o Poosting indicam uma busca por alternativas que valorizem a autenticidade e a interação real entre as pessoas, em vez da busca incessante por atenção e monetização.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Folha de São Paulo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.