Oscar permite uso de inteligência artificial em filmes a partir de 2024

Academia do Oscar anuncia novas regras que permitem o uso de IA em filmes. Entenda como isso afeta a indústria e o futuro do cinema.
Atualizado há 8 segundos
Oscar permite uso de inteligência artificial em filmes a partir de 2024
Novas regras da Academia do Oscar abrem caminho para o uso de IA no cinema. (Imagem/Reprodução: Digitaltrends)
Resumo da notícia
    • A Academia do Oscar anunciou novas regras que permitem o uso de inteligência artificial em filmes a partir de 2024.
    • Você pode ver filmes com cenas ou roteiros criados por IA, o que pode mudar sua experiência no cinema.
    • A decisão pode afetar empregos na indústria cinematográfica e levantar debates sobre ética e autoria.
    • A falta de regras claras pode gerar incertezas sobre o futuro da criação artística no cinema.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas definiu novas regras para o uso de IA nos filmes que concorrem ao Oscar. A decisão reconhece a crescente presença da inteligência artificial na produção cinematográfica, mas levanta questões sobre a importância da criação humana e o futuro do trabalho na indústria. Entenda como a generative AI será avaliada e o que muda com as novas diretrizes.

Oscar e IA nos filmes: Novas regras

Em 2024, Hollywood foi palco de protestos liderados pelo sindicato SAG-AFTRA, que lutava por direitos sobre o uso de imagem e voz de artistas na era da IA nos filmes. Após um acordo para garantir uma compensação justa aos artistas, ficou claro que a inteligência artificial veio para ficar na indústria cinematográfica.

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A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas confirmou a tendência ao anunciar que o uso de generative AI está liberado nos filmes que concorrem ao Oscar. De acordo com a instituição, as ferramentas de IA nos filmes “não ajudam nem prejudicam as chances de um filme ser indicado”. O que importa é o resultado final.

Afinal, qual o limite para o uso de IA nos filmes? A academia não estabeleceu regras rígidas, deixando a critério dos votantes a avaliação do mérito artístico de cada produção, o que pode abrir espaço para vieses sobre o papel da inteligência artificial.

A decisão da Academia acompanha a crescente integração da IA nos filmes e levanta debates importantes sobre o futuro da indústria cinematográfica.

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Afinal, o que é generative AI?

É importante diferenciar generative AI da inteligência artificial usada de forma geral. Hollywood já utiliza ferramentas de IA nos filmes há algum tempo. Softwares como Axle AI auxiliam no reconhecimento facial, detecção de cenas e transcrição. O Magisto, por exemplo, usa a tecnologia Emotion Sense para edição de vídeos.

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Além disso, há softwares como Strada AI, que organiza arquivos e facilita a edição remota, e o sistema de foco automático da DJI, que já foi usado em produções como Civil War, de Alex Garland. Ferramentas como Twelve Labs ajudam na identificação de cenas, enquanto a Luma AI auxilia na renderização de cenas em 3D.

Essas ferramentas usam IA nos filmes para otimizar tarefas técnicas, mas não necessariamente geram o conteúdo principal, como cenários e vozes. A generative AI, por outro lado, é capaz de criar conteúdo original.

Pense em um chatbot como o Gemini ou ChatGPT escrevendo um roteiro completo, ou no Imagen, do Google, e no Midjourney, criando imagens a partir de textos. Ferramentas como o Sora, da OpenAI, e o Veo, do Google, conseguem até criar vídeos realistas ou cinematográficos.

O uso da generative AI e o futuro do Oscar

O uso da generative AI levanta questões sobre a criação de conteúdo e a perda de empregos na indústria. Vídeos gerados por IA nos filmes podem substituir artistas humanos, e a geração de voz e dublagem por inteligência artificial também preocupa.

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A Marvel já enfrentou críticas por usar visuais de IA na abertura da série Secret Invasion. Além disso, o motor de IA Runaway foi usado no filme Everything Everywhere All at Once. Mas até onde o uso de generative AI é aceitável para o Oscar?

A Academia não tem regras claras sobre o tema. Segundo a instituição, “a Academia e cada setor julgarão a conquista, levando em conta o grau em que um humano esteve no centro da criação ao escolher qual filme premiar”. Ou seja, os votantes devem decidir o mérito artístico do filme, e suas opiniões sobre o uso de generative AI certamente influenciarão o processo.

James Cameron, um dos maiores nomes do cinema e vencedor de vários Oscars, agora faz parte do conselho da StabilityAI, empresa de inteligência artificial envolvida em processos de direitos autorais contra a Getty e outros artistas. Ou seja, a IA nos filmes veio para ficar, e seu uso também cresceu na indústria de jogos.

A Microsoft, por exemplo, está criando ferramentas para inserir ativos de IA em jogos, como o modelo Muse. Resta saber se o público aprovará jogos criados por IA e se a Academia manterá a integridade da arte cinematográfica diante de uma ferramenta que, muitas vezes, usa conteúdo humano de forma antiética para treinamento.

Para saber mais sobre o futuro da IA nos filmes, você pode conferir esta matéria sobre Demis Hassabis, CEO da Google DeepMind, falando sobre os avanços da IA em entrevista.

Impacto da IA nos filmes

A decisão da Academia de permitir o uso de generative AI nos filmes que concorrem ao Oscar é um reconhecimento da crescente presença da tecnologia na indústria cinematográfica. No entanto, a falta de regras claras sobre o limite do uso da IA nos filmes pode gerar debates e incertezas.

Afinal, como garantir que o trabalho humano continue sendo valorizado em um cenário em que a inteligência artificial pode criar conteúdo original? Como evitar a perda de empregos e garantir que os artistas sejam justamente compensados? Essas são algumas das questões que a indústria cinematográfica precisa enfrentar.

A IA nos filmes tem o potencial de revolucionar a forma como os filmes são feitos, mas é preciso que seu uso seja feito de forma ética e responsável, garantindo que a criatividade e o talento humano continuem sendo o coração da sétima arte.

Além disso, para quem se interessa pelo tema e quer saber mais, vale a pena conferir este artigo sobre adoção segura de IA autônoma, que pode trazer insights valiosos para a indústria cinematográfica.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Digital Trends

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.