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- Paciente com ELA conseguiu se comunicar novamente com um implante de chip cerebral.
- A tecnologia envolve interface cérebro-computador que converte atividades neurais em voz.
- O avanço pode melhorar a qualidade de vida de pessoas com dificuldades na fala.
- Estudos futuros buscam aplicar a tecnologia em mais pacientes de forma prática e segura.
Um paciente com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), que havia perdido a capacidade de falar, conseguiu se comunicar de novo. Ele recebeu um implante de chip cerebral que traduz a atividade do cérebro em palavras faladas. Essa tecnologia foi detalhada em um estudo publicado na revista Nature no mês passado, trazendo esperança para muitos.
Como a Tecnologia Funciona para a Fala
A tecnologia, desenvolvida pela Universidade da Califórnia em Davis (UC Davis), nos Estados Unidos, utiliza uma interface cérebro-computador (BCI). Ela é capaz de transformar a atividade cerebral em voz no exato momento em que o voluntário tenta se expressar. O sistema consegue reconhecer nuances na entonação e até mesmo reproduzir melodias simples.
Diferente de outros métodos que focam na conversão de sinais cerebrais em texto, esta abordagem recria digitalmente o trato vocal. Para isso, quatro conjuntos de microeletrodos são implantados na área do cérebro responsável pela fala, registrando a atividade elétrica de centenas de neurônios.
Computadores equipados com algoritmos avançados de IA são treinados com sons captados do próprio paciente. Eles analisam os dados neurais e os combinam com os sons da fala para um reconhecimento preciso.
Em seguida, o sistema reconstrói a voz do voluntário utilizando essas informações. Isso permite uma reprodução mais natural e fluida da comunicação desejada pelo paciente.
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Além das palavras aprendidas no treinamento, a ferramenta consegue gerar outras que a IA não havia identificado antes. Ela também pode modular o tom da voz, enfatizando certas palavras ou indicando dúvidas na fala do usuário.
A tecnologia não para por aí: se o sistema identificar uma tentativa de cantarolar, ele consegue produzir melodias curtas. Durante os testes, as pessoas que ouviam o paciente compreenderam 60% das palavras sintetizadas. Isso representa um salto comparado aos 4% registrados quando o paciente tentava se comunicar sem o auxílio tecnológico.
Os pesquisadores destacaram que esta inovação é um grande progresso em relação a outras tecnologias assistivas para pessoas com deficiência grave de fala ou paralisia. Segundo eles, o novo método é mais rápido, mais eficiente e mais confortável do que os conversores de sinais cerebrais em texto ou os rastreadores oculares.
O Avanço do Implante de Chip Cerebral
David Brandman, o neurocirurgião responsável pelo implante, comentou sobre os resultados. Ele expressou que a pesquisa oferece esperança para quem deseja conversar, mas não consegue, mostrando o potencial da tecnologia.
Brandman enfatizou como um homem paralisado pôde se expressar com uma versão sintetizada de sua própria voz. Ele acredita que este tipo de tecnologia tem potencial transformador para pessoas que vivem com paralisia, abrindo novas portas para a interação social.
Os implantes cerebrais prometem se tornar uma opção cada vez mais viável para pessoas que perderam a capacidade de falar, se mover e até enxergar. Os estudos nesta área avançaram muito nas últimas duas décadas, com diversas empresas explorando soluções similares.
A Neuralink, de Elon Musk, é uma dessas empresas. Testes realizados pela startup permitiram que voluntários movessem braços robóticos e operassem computadores, celulares e outros dispositivos usando apenas o pensamento. Isso traz uma nova esperança para pessoas com ELA ou paralisia causada por lesões na coluna vertebral, mostrando o potencial de controle direto.
Empresas como Blackrock, Precision e Synchron também estão desenvolvendo projetos de BCIs, algumas com tecnologias menos invasivas e consideradas mais seguras. Apesar do otimismo, ainda não existe um prazo definido para que essas soluções cheguem ao mercado comercialmente. É preciso resolver desafios técnicos e obter aprovação dos órgãos reguladores para garantir a segurança e eficácia a longo prazo.
No caso da solução criada pela UC Davis, os cientistas ressaltam a necessidade de testar o dispositivo em mais pessoas, visto que apenas um voluntário participou do experimento inicial. Eles também planejam oferecer a técnica para pacientes que perderam a fala por outros motivos e adaptar o equipamento para o uso diário, tornando-o mais prático e acessível.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.