Pedro Janot: da liderança no varejo à transformação na aviação brasileira

Conheça a trajetória de Pedro Janot, do varejo à aviação, e como suas decisões estratégicas impactaram o mercado brasileiro.
Atualizado em 25/05/2025 às 20:19
Pedro Janot: da liderança no varejo à transformação na aviação brasileira
Pedro Janot: da liderança no varejo à revolução na aviação brasileira. (Imagem/Reprodução: Infomoney)
Resumo da notícia
    • Pedro Janot liderou a entrada da Zara no Brasil e foi fundamental na criação da Azul Linhas Aéreas.
    • Você pode se inspirar em sua trajetória para entender como decisões estratégicas transformam negócios.
    • Suas ações impactaram diretamente o varejo e a aviação, setores essenciais da economia brasileira.
    • Janot demonstra como adaptação e coragem são cruciais para o sucesso empresarial.
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Pedro Janot, figura emblemática por liderar a Azul Linhas Aéreas (AZUL4) e a chegada da Zara ao Brasil, construiu uma trajetória profissional notável. Sua carreira é marcada por mudanças estratégicas, decisões corajosas e uma busca constante por novos desafios. Em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo, ele compartilhou suas experiências, desde os tempos nas lojas Mesbla até os bastidores das transformações no varejo e na aviação brasileira.

Na conversa, Janot revelou os aprendizados adquiridos ao construir e reestruturar empresas e culturas organizacionais. Acompanhe a seguir os principais momentos dessa inspiradora trajetória.

A carreira de Pedro Janot tomou um novo rumo quando ele deixou o atendimento nas lojas Mesbla para atuar no setor de compras. Essa mudança permitiu que ele conhecesse de perto o funcionamento das indústrias e a dinâmica do mercado.

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“Durante cinco anos, viajei constantemente, visitando fábricas e analisando estoques antigos para conseguir os melhores preços”, relatou Janot. Esse período foi crucial para o seu desenvolvimento profissional, proporcionando uma visão abrangente do mundo dos negócios.

O ambiente de trabalho estava em constante evolução, e Janot também. Logo, ele recebeu uma proposta para ser gerente de marketing nas Lojas Americanas, um trabalho que exigia dedicação integral. “Zé Paulo dizia: ‘Janô, está escuro, mas não está tarde’ – e a reunião das 4 da tarde se estendia até as 11 da noite”, relembra, com bom humor.

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Esse ritmo intenso o levou à Richards, uma marca que aspirava ser a Ralph Lauren brasileira. O convite partiu do próprio Zé Paulo, e o desafio era grande: transformar uma empresa com apenas duas lojas, processos desorganizados e uma estrutura amadora.

“Eu queria ser cabeça de formiga, não rabo de elefante”, explica Janot, justificando sua busca por poder de decisão. Na Richards, ele se tornou o CEO de fato, mesmo sem o título formal, e foi o principal responsável por expandir a marca de duas para quase 40 lojas.

Do fiador da Richards ao embaixador da Zara no Brasil

Com o passar do tempo, o executivo sentiu-se esgotado. “Eu era fiador de 10 lojas, o que demonstrava o tamanho da minha responsabilidade”, conta. Quando o fundador Ricardo manifestou o desejo de reassumir o controle, Janot percebeu que era o momento de seguir em frente.

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A oportunidade surgiu através da headhunter Fátima Russell Reynolds: ele foi convidado para liderar a entrada da Zara no Brasil, pois possuía os dois requisitos essenciais: experiência com o setor têxtil e experiência em startups. Ele aceitou o desafio.

A missão começou com uma imersão de quase um ano na Europa. Trimestralmente, Janot viajava à Espanha para apresentar os resultados a Amancio Ortega, o fundador da Inditex. No entanto, o choque cultural logo se manifestou: “Os biquínis que eles mandavam dariam para fazer três aqui”, ironiza.

Além disso, a Zara insistia em vender roupas pretas para o Réveillon brasileiro. “Lá era inverno, aqui é praia. Eles não entendiam.” A situação mudou com a inauguração da loja no Iguatemi-SP, um símbolo de prestígio que atraiu a atenção da Faria Lima e do mercado financeiro.

À medida que a marca se consolidava, surgiram os conflitos. A matriz impunha restrições, proibia entrevistas e centralizava as decisões. Janot, um espírito inquieto, não se conformou. “Eu falei: não vou ficar nesse ambiente, não sou assim.” Então, ele saiu. E, mais uma vez, um novo desafio surgiu – dessa vez, com asas.

É importante estar sempre atento às novidades do mundo dos negócios, e uma ótima forma de fazer isso é conferir as estreias da semana no cinema, que muitas vezes retratam histórias inspiradoras de empreendedores e empresas.

A transição para o setor aéreo e a criação da Azul

Antes de ingressar no setor aéreo, Janot teve uma breve passagem pelo Grupo Pão de Açúcar, onde atuou como vice-presidente de não-alimentos em um período de expansão do consumo entre as classes mais baixas.

Mas a grande oportunidade surgiu quando recebeu um convite que mudaria sua vida e o mercado brasileiro: “Um headhunter me ligou dizendo que havia um americano maluco querendo abrir uma companhia aérea no Brasil.” Era David Neeleman, fundador da JetBlue, e o projeto era a Azul Linhas Aéreas.

Neeleman possuía um trunfo valioso: a dupla cidadania brasileira e americana, o que lhe permitia fundar uma companhia aérea nacional mesmo sendo estrangeiro. Janot aceitou a proposta, e o que parecia improvável se tornou realidade.

A experiência de Janot no varejo foi fundamental para construir uma operação focada no cliente, com uma ampla rede de rotas regionais, uma frota moderna e um apelo emocional inédito no setor aéreo. Para saber mais sobre estratégias de negócios, confira dicas de como a inovação pode transformar o futuro da sua empresa.

Um executivo que transforma empresas e a si mesmo

Pedro Janot sempre esteve presente nos momentos cruciais de grandes transformações. “Eu era o cara que tocava a banda”, afirma, em uma metáfora que resume seu estilo de liderança: conduzir, mas sem a necessidade de estar sob os holofotes.

Sua maior habilidade não era simplesmente abrir lojas, realizar compras assertivas ou lançar marcas. Era transformar empresas com uma visão estratégica, foco na execução e coragem para desafiar a matriz – ou o chefe.

Entre momentos de sobrecarga, conflitos culturais e mudanças profundas, Janot deixou sua marca em diversos setores. Se hoje a Zara é uma referência no mercado de fast fashion no Brasil, e a Azul é uma companhia aérea admirada pelo seu atendimento e rotas inteligentes, grande parte desse sucesso se deve à visão pragmática e à inquietude estratégica de Pedro Janot – um executivo que nunca hesitou em mudar de rumo, mesmo quando o cenário parecia desfavorável.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via InfoMoney

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.