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- Um pergaminho carbonizado pelo Vesúvio teve seu título e autor revelados graças à inteligência artificial.
- Você pode acompanhar como a tecnologia está sendo usada para desvendar segredos históricos.
- A descoberta abre portas para novas pesquisas sobre documentos antigos e sua preservação.
- O uso de IA nesse contexto pode revolucionar a arqueologia e a história.
Um pergaminho carbonizado pelo Vesúvio, que entrou para a história há quase dois mil anos, teve seu título e autor revelados. A descoberta foi possível graças ao trabalho de dois grupos de pesquisa que contaram com o auxílio da inteligência artificial (IA). Filodemo de Gadara, que viveu de 110 a.C. a 35 a.C., é o autor do texto intitulado “Sobre/Dos Vícios”. A revelação rendeu aos pesquisadores um prêmio de US$ 60 mil, parte do Vesuvius Challenge.
O Vesuvius Challenge, ou Desafio Vesúvio, foi criado por empreendedores da área de tecnologia com o objetivo de decifrar os textos dos papiros da época do Império Romano. Esses documentos foram preservados após a erupção do vulcão que destruiu Pompeia. Outros estudos sobre o pergaminho indicam que o título completo seria algo como “Dos Vícios e suas Virtudes Opostas: em quem se manifestam e sobre o que versam”.
O Desafio de Decifrar um Pergaminho Carbonizado pelo Vesúvio
O desafio era enorme, já que o pergaminho estava enrolado e carbonizado, tornando-se um material extremamente frágil e delicado. A dificuldade em manusear o material aumentava a complexidade da tarefa.
Pela primeira vez, o título de um pergaminho de Herculano ainda enrolado foi recuperado de forma não invasiva. Herculano, assim como Pompeia, foi destruída pela erupção do Vesúvio no ano 79 d.C.
Sean Johnson e Marcel Roth, junto com a equipe de Micha Nowak, conseguiram decifrar o título do pergaminho de forma independente e simultânea. Nowak e sua equipe também aprimoraram os métodos de detecção de tinta para refinar os textos nos documentos carbonizados. Além do título, as equipes encontraram o que parece ser a indicação de que se tratava do “Livro 1”, embora haja alguma incerteza sobre isso.
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Implicações da Descoberta do Pergaminho Carbonizado pelo Vesúvio
Segundo o Desafio Vesúvio, a numeração do livro levanta algumas questões importantes. Michael McOsker, da University College London/Universidade de Oxford, e membro da equipe de papirologia do desafio, comentou que o primeiro livro de “Sobre/Dos Vícios” é tido como a obra “Sobre/Da Bajulação”, conhecida por outro pergaminho.
As premiações do Desafio Vesúvio continuam abertas, já que o pergaminho em questão não é o único que pode ser estudado. Há outros prêmios de US$ 60 mil disponíveis para quem descobrir as primeiras letras dos pergaminhos 2, 3 ou 4, bem como os títulos desses papiros e do primeiro. Além disso, há um prêmio de US$ 200 mil para quem “desenrolar” e ler completamente um pergaminho herculano —algo que não pode ser feito fisicamente, devido à fragilidade dos materiais carbonizados.
O desafio conta com a parceria das bibliotecas Bodleian, em Oxford, da Universidade de Oxford, da Biblioteca Nazionale di Napoli, da Universidade de Naples Federico II e do EduceLab na Universidade do Kentucky. A colaboração entre essas instituições demonstra o esforço conjunto para preservar e entender esses importantes artefatos históricos.
A História por Trás do Desafio
Pouquíssimos textos da Antiguidade chegaram até nossos dias. A maioria das obras da época é conhecida por meio de cópias manuscritas posteriores, geralmente feitas durante a Idade Média. Isso torna cada descoberta de textos originais ainda mais valiosa e significativa para a compreensão da história.
Para chegar às descobertas atuais, foi necessário um longo esforço colaborativo e uma pitada de sorte. Tudo começou há cerca de duas décadas, quando Brent Seales, cientista da computação da Universidade do Kentucky em Lexington, começou a desenvolver técnicas para desenrolar virtualmente os papiros com a ajuda de tomografia computadorizada.
A ideia era que essa técnica pudesse revelar cada uma das camadas internas do pergaminho, para que depois fossem remontadas em uma superfície plana. Para obter a máxima resolução possível, o pesquisador levou os rolos a um acelerador de partículas perto de Oxford, no Reino Unido.
No entanto, surgiu outro problema: a tinta usada nos pergaminhos era à base de carvão, o que impedia que as imagens revelassem diferenças entre o papiro carbonizado e o texto escrito. Foi então que o uso de IA se tornou essencial para identificar padrões sutis de diferença, como na espessura da folha, entre as regiões com e sem tinta. Essa abordagem inovadora abriu novas possibilidades para a leitura de documentos antigos e danificados. Ferramentas como o ChatGPT podem testar assinaturas semanais e vitalícias para ampliar acesso.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de S.Paulo