Pesquisa revela que dados transmitidos por satélites são facilmente espionados

Estudo alerta sobre vulnerabilidade na segurança das transmissões via satélite, expondo dados pessoais e corporativos.
Publicado dia 16/10/2025
Pesquisa revela que dados transmitidos por satélites são facilmente espionados
(Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Metade dos satélites geoestacionários transmite dados sem criptografia, tornando-os vulneráveis à interceptação.
    • Você pode ter suas comunicações pessoais e profissionais expostas por falhas na segurança dos satélites.
    • A falta de proteção afeta governos, empresas e cidadãos, comprometendo dados sensíveis globalmente.
    • A pesquisa mostra que, mesmo com alertas, muitas organizações ainda não corrigiram as falhas de segurança.
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Uma descoberta recente revelou que cerca de metade dos satélites geoestacionários, responsáveis por transmitir informações importantes, estão vulneráveis à interceptação. Pesquisadores das universidades da Califórnia e de Maryland identificaram que muitos desses dados são enviados sem qualquer tipo de criptografia. Isso significa que comunicações confidenciais de pessoas, empresas, governos e militares podem ser facilmente interceptadas com equipamentos específicos, levantando sérias preocupações sobre a segurança digital global.

A Descoberta da Espionagem de Satélites

O estudo, publicado recentemente, aponta que uma grande quantidade de dados sensíveis está exposta. Mensagens de texto, chamadas telefônicas, tráfego de internet e informações militares estão entre as comunicações vulneráveis. A facilidade de acesso a esses dados foi o que mais surpreendeu os pesquisadores responsáveis pela investigação.

Para testar a segurança dos sinais transmitidos pelo espaço, a equipe de cientistas montou um sistema de baixo custo. Eles investiram cerca de US$ 800, o equivalente a aproximadamente R$ 4.360 na cotação da época. O equipamento incluía uma antena parabólica e um receptor, componentes relativamente comuns.

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O sistema foi instalado no telhado de um prédio na cidade de San Diego, nos Estados Unidos. A partir desse local, os pesquisadores iniciaram um trabalho minucioso que durou três anos. Durante esse período, eles direcionaram a antena para mais de 30 satélites geostacionários que orbitam a Terra.

Com isso, eles conseguiram interceptar uma vasta quantidade de dados. A ausência de proteção permitiu que os sinais fossem decodificados e interpretados sem grandes dificuldades. A surpresa foi que a mensagens diretas, ligações, e-mails corporativos e até dados de navegação de passageiros de companhias aéreas foram coletados.

A lista de informações interceptadas era bem extensa. Incluía comunicações de clientes da operadora T-Mobile e dados de concessionárias de energia. Além disso, foram obtidas informações transmitidas para caixas eletrônicos e até comunicações de policiais nos EUA e México. Estes últimos dados revelaram a localização de agentes, equipamentos e instalações, algo bastante crítico.

O professor Aaron Schulman, um dos líderes do projeto, comentou à Wired que a descoberta foi um choque completo. Ele afirmou que “existem algumas peças realmente críticas de nossa infraestrutura que dependem desse ecossistema de satélite, e nossa suspeita era que tudo seria criptografado”. A equipe não esperava encontrar tamanha fragilidade.

Schulman ironizou que os responsáveis pelo sistema global de comunicação via satélite provavelmente presumiram que ninguém se daria ao trabalho de tentar invadir cada satélite. “Esse era o método de segurança deles”, destacou o pesquisador, ressaltando a falha de planejamento.

A Proteção das Informações em Questão

Os pesquisadores afirmaram que alertaram diversas empresas e agências cujos dados foram interceptados. Os avisos sobre a falta de segurança nas transmissões via satélite ocorreram durante quase todo o ano anterior à publicação do estudo. A intenção era dar tempo para que as falhas fossem corrigidas.

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Alguns dos envolvidos, como a T-Mobile e a AT&T no México, realmente tomaram providências para corrigir o erro. Eles implementaram a criptografia das informações, demonstrando uma resposta positiva. Isso mostra que é possível aplicar medidas de segurança quando há conscientização sobre o risco. Uma atualização de protocolos de segurança foi implementada nessas empresas.

No entanto, muitos outros ignoraram as notificações, mantendo os dados expostos. Isso significa que, com conhecimentos técnicos e o equipamento apropriado, as informações continuam vulneráveis à interceptação. Provedores de infraestrutura crítica estão entre os que não efetuaram qualquer correção, deixando dados sensíveis em risco.

A pesquisa também levanta uma preocupação maior: a possibilidade de agências de inteligência se aproveitarem dessa fragilidade. A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), assim como agências da China e Rússia, poderiam estar explorando essa mesma falta de proteção para espionar comunicações. Vale lembrar que a própria NSA já havia alertado sobre o problema em 2022.

A continuidade dessas transmissões sem criptografia representa um risco constante. A segurança de dados pessoais, corporativos e governamentais permanece em xeque, dependendo da proatividade das organizações em adotar as medidas de proteção necessárias. A vulnerabilidade dos satélites geoestacionários destaca a necessidade de uma revisão urgente nos protocolos de segurança da comunicação via espaço.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.