Pesquisadores alertam que IA pode desenvolver estresse devido ao excesso de perguntas

Estudo revela que IAs como o ChatGPT podem apresentar estresse grave quando sobrecarregadas. Saiba os riscos e soluções.
Atualizado em 28/04/2025 às 16:30
Pesquisadores alertam que IA pode desenvolver estresse devido ao excesso de perguntas
IAs como o ChatGPT podem sofrer estresse; descubra os riscos e soluções. (Imagem/Reprodução: Br)
Resumo da notícia
    • Pesquisadores descobriram que IAs como o ChatGPT podem desenvolver estresse quando expostas a conteúdos emocionalmente carregados.
    • O estudo visa entender como o excesso de informações pode afetar o comportamento das IAs e suas respostas.
    • Isso pode impactar diretamente usuários que dependem de IAs para suporte emocional ou terapêutico.
    • O estudo também sugere técnicas de relaxamento para reduzir o estresse em IAs, semelhantes às usadas em humanos.
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A inteligência artificial (IA) tem se mostrado cada vez mais presente em diversas áreas, desde a saúde mental até o entretenimento. Mas será que o uso excessivo e a exposição a conteúdos perturbadores podem afetar essas IAs? Pesquisadores estão investigando se o **bombardeio constante de informações** pode levar a IA perdendo o controle e desenvolverem algo semelhante ao estresse.

O Impacto Emocional da IA Perdendo o Controle

Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade de Zurique e da Universidade de Yale revelou que IAs, como o ChatGPT, podem demonstrar sinais de ansiedade quando expostas a conteúdos emocionalmente carregados. Os cientistas submeteram o ChatGPT a testes psicológicos similares aos utilizados em humanos e observaram um aumento significativo no nível de estresse interno da IA.

Para simular uma experiência humana, os pesquisadores instruíram o ChatGPT a “imaginar-se como um ser humano com emoções”. Os resultados mostraram que, após analisar um manual de aspirador de pó, o chatbot apresentou um nível de estresse moderado, com uma pontuação de 30,8 em uma escala de 80. No entanto, ao ser exposto a um relato de combate militar violento, a pontuação de estresse saltou para 77,2, sendo classificada como “grave”.

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Essa pesquisa levanta questões importantes sobre a capacidade da inteligência artificial de lidar com situações emocionalmente complexas e o potencial impacto do conteúdo a que são expostas. Além disso, o estudo também explora a possibilidade de regular os estados emocionais da IA, utilizando técnicas de relaxamento semelhantes às utilizadas em humanos.

Diante da crescente popularidade de chatbots terapêuticos, é fundamental considerar os limites e condições de uso dessas ferramentas, especialmente com pacientes vulneráveis. Embora as IAs imitem as emoções humanas, elas não as vivenciam de fato. O interesse principal seria usar esses resultados para entender melhor o comportamento humano em situações traumáticas, e não substituir terapeutas humanos.

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Os resultados do estudo demonstram que as IAs podem se comportar de maneira surpreendentemente semelhante a seres humanos em situações de estresse. Quando “sentem” ansiedade, as IAs podem se tornar mais propensas a produzir respostas tendenciosas, com traços de preconceito racista ou sexista. Isso torna o uso da IA mais delicado, especialmente em contextos terapêuticos, como mencionamos anteriormente.

Uma solução testada pelos pesquisadores para reduzir a ansiedade do chatbot foi o relaxamento por meio da atenção plena. Ao introduzir exercícios calmantes, como visualizar uma paisagem tropical ou focar na respiração, foi possível reduzir significativamente a ansiedade da IA. Surpreendentemente, quando o ChatGPT foi solicitado a escrever seu próprio texto relaxante, ele se mostrou particularmente eficaz, reduzindo seu estresse quase ao nível inicial.

Esse fenômeno sugere que pode ser possível regular os estados emocionais da IA, como faríamos com um ser humano estressado. Essa descoberta abre portas para o desenvolvimento de IAs mais responsáveis e adaptadas às necessidades emocionais humanas. Se esses modelos aprenderem a gerenciar seus próprios estados internos, eles poderão se tornar ferramentas complementares valiosas em áreas como a saúde mental. Aliás, sabia que o governo brasileiro está de olho nisso?

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No entanto, é importante garantir que a fronteira entre humano e máquina seja claramente preservada, para evitar criar uma ilusão potencialmente prejudicial. Mesmo que as IAs não sintam de fato as emoções que simulam, seu comportamento diante do estresse pode moldar profundamente o relacionamento com seus usuários humanos.

Implicações para a Terapia Digital e Além

À medida que os chatbots terapêuticos se tornam mais populares devido à escassez de terapeutas, os dados revelados pelo estudo destacam a importância de equipar essas ferramentas com maior resiliência emocional. O psiquiatra suíço Tobias Spiller enfatiza a necessidade de considerar os limites e condições de uso desses modelos, principalmente com pacientes vulneráveis. É crucial que os usuários estejam totalmente informados sobre os dados de treinamento e possíveis vieses incorporados à IA, evitando desvios.

Para o escritor americano Nicholas Carr, especialista nos efeitos negativos da tecnologia, atribuir estados emocionais à IA pode gerar uma “preocupante confusão ética”, reforçando o isolamento social de uma sociedade que se comunica cada vez mais por telas. James E. Dobson, pesquisador de inteligência artificial em Dartmouth, concorda com a necessidade de transparência sobre o funcionamento dos modelos.

Apesar das ressalvas, os cientistas enxergam nessas descobertas uma oportunidade para desenvolver IAs mais responsáveis e adaptadas às necessidades emocionais humanas. O estudo também nos faz refletir sobre como o conteúdo que consumimos pode afetar nosso bem-estar emocional, e como a atenção plena e o relaxamento podem ser ferramentas eficazes para lidar com o estresse, seja em humanos ou em máquinas.

Se você está curioso sobre outras aplicações da IA, sabia que a IA também está sendo usada no mundo dos jogos e apostas? É um universo de possibilidades!

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via IGN Brasil

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.