Projeto ‘Domo Dourado’ de Trump: sistema antimíssil dos EUA é viável?

Trump planeja investir trilhões em um sistema antimíssil para os EUA. Entenda os custos, viabilidade e impactos do projeto 'Domo Dourado'.
Atualizado há 11 horas atrás
Projeto 'Domo Dourado' de Trump: sistema antimíssil dos EUA é viável?
Trump propõe trillhões para o 'Domo Dourado', novo sistema antimíssil nos EUA. (Imagem/Reprodução: Super)
Resumo da notícia
    • Donald Trump propõe um sistema antimíssil chamado ‘Domo Dourado’, com custo estimado em trilhões de dólares.
    • O objetivo é proteger os EUA de ameaças aéreas, incluindo mísseis nucleares e drones.
    • O projeto pode impactar a geopolítica global, gerando debates sobre militarização do espaço e corrida armamentista.
    • A viabilidade técnica e financeira do sistema ainda é questionada por especialistas.
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Quase um trilhão de reais. Essa é a quantia que Donald Trump planeja investir em um novo sistema de defesa antimíssil para os Estados Unidos. Batizada de Golden Dome (“Domo Dourado”), a proposta custaria US$ 175 bilhões e protegeria o país de ataques aéreos, inclusive vindos do espaço. A ideia, que lembra um pouco os filmes de ficção científica, tem gerado debates sobre sua viabilidade e custos.

O Projeto “Domo Dourado”: Uma Nova Proteção antimíssil para os EUA?

A equipe do ex-presidente Trump estima que o projeto do Golden Dome custaria US$ 175 bilhões. No entanto, uma agência apartidária do Congresso americano calcula que o sistema de interceptação de mísseis pode variar entre US$ 161 bilhões (R$ 906 bilhões) e US$ 542 bilhões (R$ 3 trilhões) ao longo de 20 anos. É um investimento considerável, e muitos questionam se realmente vale a pena.

O governo republicano acredita que sim, e a ideia é que o Domo Dourado opere em diferentes níveis: terra, mar e espaço. O objetivo é proteger o território americano de qualquer ameaça aérea, desde mísseis nucleares até drones menores. Trump prometeu o sistema de defesa para o final de seu mandato, ou seja, até o início de 2029. Será que ele conseguiria cumprir essa promessa ambiciosa?

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Ao contrário do que o nome sugere, o Domo Dourado não será uma estrutura física gigante cobrindo os Estados Unidos. Em vez disso, o sistema consistirá em uma rede de sensores e equipamentos para interceptar ameaças, espalhados por todo o território americano e complementados por satélites no espaço. Essa ideia, inclusive, já era um sonho de Ronald Reagan nos anos 1980, com seu sistema de defesa espacial apelidado de Star Wars, que acabou não se concretizando.

O funcionamento seria relativamente simples: radares detectariam uma ameaça se aproximando dos EUA e calculariam a área de impacto. Em seguida, um míssil seria lançado do solo americano para colidir com a arma inimiga, destruindo-a com uma explosão no ar. Empresas de armamentos, como a Lockheed Martin, e de tecnologia, como a SpaceX, estariam envolvidas no projeto do governo americano.

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O financiamento do projeto, no entanto, enfrenta resistência no Congresso, com a oposição questionando o favorecimento à empresa espacial de Elon Musk, que é conselheiro sênior de Trump. Resta saber se o projeto será aprovado e se essa parceria trará os resultados esperados.

A Inspiração no Domo de Ferro de Israel

Apesar de ambicioso e caro, o projeto do Domo Dourado se inspira em um sistema já existente e eficiente: o Domo de Ferro de Israel. Esse sistema tem se mostrado eficaz na proteção do país contra ataques de curto alcance.

Os Estados Unidos já possuem um sistema de defesa antimíssil chamado National Missile Defense, que existe desde a década de 1990. Esse sistema utiliza mísseis antibalísticos para interceptar projéteis inimigos em pleno voo, protegendo o país de ataques. Mas o Domo Dourado pretende ir além, com uma abordagem mais abrangente e espacial.

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A proposta do Domo Dourado é ousada e visa militarizar o espaço, ultrapassando tratados sobre armamentos firmados no século passado. Trump já havia se retirado de dois acordos internacionais da época da Guerra Fria sobre mísseis antibalísticos e armas nucleares, alegando que a Rússia não estava cumprindo o acordo. Essa postura levanta preocupações sobre uma possível corrida armamentista.

Um sistema como o Domo Dourado poderia não se enquadrar nesses tratados internacionais, e seu componente espacial levanta questões sobre suas capacidades balísticas, que podem ser tanto defensivas quanto ofensivas. Será que essa aposta em uma defesa espacial é o caminho certo para garantir a segurança dos EUA?

O nome “Domo Dourado” é inspirado no Domo de Ferro, o sofisticado sistema de defesa antimíssil de Israel, que está em operação desde 2011 e foi desenvolvido com apoio dos Estados Unidos. No entanto, as semelhanças podem parar por aí. O Domo de Ferro é capaz de interceptar apenas ameaças de curto alcance, como foguetes e drones, e utiliza radares rebocados por caminhões. Uma realidade bem diferente dos satélites espaciais propostos por Trump, que teoricamente protegeriam uma área 450 vezes maior que Israel.

A eficácia do Domo Dourado é incerta. A tecnologia para interceptar mísseis intercontinentais a partir do espaço ainda está mais no campo da ficção científica do que da realidade. Uma parceria com o Canadá e a instalação de equipamentos na Groenlândia poderiam ajudar no desenvolvimento do projeto, mas tudo isso parece improvável no momento. Além disso, o projeto é extremamente caro e levaria muito mais de três anos para ser implementado, se é que algum dia sairá do papel. Se você está curioso sobre outras inovações, confira as inovações que prometem revolucionar a mobilidade.

Repercussões Internacionais e Críticas ao Sistema de Proteção antimíssil

Mesmo antes de sair do papel, o Domo Dourado já está gerando polêmica. A China, por meio da porta-voz diplomática Mao Ning, criticou o projeto, afirmando que ele aumenta a militarização do espaço e busca segurança apenas para os Estados Unidos, prejudicando a estabilidade global. E essa não é a única preocupação.

Alguns argumentam que o aumento do sistema de defesa dos EUA poderia intensificar uma corrida armamentista com outros países, como ocorreu durante a Guerra Fria. A julgar pelas notícias, o passado não parece tão distante. O mundo observa com atenção os próximos passos dessa proposta ambiciosa e seus possíveis impactos na geopolítica global.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.
Via Superinteressante

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.