Promessa bilionária da Foxconn no Brasil não saiu do papel após 14 anos

Após 14 anos, promessa da Foxconn de criar 100 mil empregos e uma cidade inteligente no Brasil ficou no papel, com impacto econômico abaixo do esperado.
13/05/2025 às 18:49
Promessa bilionária da Foxconn no Brasil não saiu do papel após 14 anos
Resumo da notícia
    • O investimento bilionário da Foxconn no Brasil, anunciado há 14 anos, não se concretizou como prometido.
    • Você pode entender como promessas de grandes investimentos podem falhar e impactar a economia local.
    • O fracasso do projeto reduz oportunidades de emprego e desenvolvimento tecnológico no país.
    • O caso serve de alerta para futuros acordos de investimento estrangeiro no Brasil.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O investimento da Foxconn no Brasil, anunciado com grande expectativa há 14 anos, não se concretizou como o esperado. A promessa de uma “cidade inteligente” e a criação de 100 mil empregos durante o governo Dilma Rousseff ficaram em grande parte no papel. Apesar de a empresa montar iPhones no país, o impacto econômico e tecnológico ficou aquém do que foi divulgado inicialmente.

A Promessa Bilionária da Foxconn

Em 2011, o governo Dilma Rousseff celebrou o anúncio de um investimento da Foxconn de US$ 12 bilhões no Brasil, o que corrigido pela inflação, equivaleria a US$ 17 bilhões, ou R$ 95 bilhões na cotação atual. O acordo foi divulgado durante uma visita da então presidente à Pequim, com a expectativa de gerar 100 mil empregos, incluindo 20 mil para engenheiros, e de produzir iPads em território nacional.

As negociações foram lideradas por Aloizio Mercadante, que na época era ministro da Ciência e Tecnologia e atualmente preside o BNDES. A Foxconn, conhecida por fabricar produtos eletrônicos para grandes marcas como Apple, Sony e outras, tinha planos ambiciosos para o Brasil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No entanto, o investimento da Foxconn não se concretizou totalmente. Embora a empresa tenha iniciado a montagem de modelos mais recentes do iPhone no país, o número de empregos criados foi bem menor do que o prometido, e a tão falada cidade inteligente nunca saiu do papel.

A Foxconn, sendo uma das maiores fabricantes de produtos eletrônicos do mundo, sempre teve um papel importante na produção de dispositivos de diversas marcas renomadas. Desde iPhones da Apple até o PlayStation da Sony e diversas TVs, a empresa tem uma vasta atuação no mercado global.

Leia também:

Exigências e Desacordos

Para que o projeto de investimento da Foxconn saísse do papel, a empresa taiwanesa apresentou uma série de exigências, que incluíam desde melhorias na infraestrutura e garantia de incentivos fiscais até mudanças na legislação. Um dos pontos cruciais era o financiamento do BNDES e o apoio do governo na busca por sócios minoritários brasileiros.

Em 2012, a Folha de S.Paulo noticiou que desacordos sobre tecnologia estavam entre os principais impasses que impediam o avanço do investimento da Foxconn. O governo brasileiro insistia que a empresa utilizasse tecnologia de última geração em suas novas fábricas, enquanto a Foxconn resistia a essa exigência. Sem um acordo, o Brasil se recusou a financiar o projeto através do BNDES, o que era uma das principais condições dos taiwaneses.

O cenário internacional também teve um impacto significativo no projeto. Com a diminuição da demanda global, a Foxconn não sentiu a necessidade urgente de expandir suas operações, já que suas unidades na Ásia conseguiam atender aos pedidos do setor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em 2015, uma reportagem da Reuters revelou que a Foxconn havia criado apenas uma pequena fração dos 100 mil empregos que o governo previa, e a maioria das vagas era de baixa qualificação. Atualmente, segundo o perfil da empresa no LinkedIn, a Foxconn possui entre 5.000 e 10 mil funcionários no Brasil.

Na época, a empresa também prometeu um investimento da Foxconn de US$ 1 bilhão para a criação de um parque industrial nacional para a fabricação de componentes eletrônicos.

O Terreno Abandonado em Itu

A terraplanagem do terreno em Itu, São Paulo, onde seria construído o parque industrial, começou em 2014. No entanto, em 2017, o então prefeito da cidade informou ao New York Times que a área estava abandonada. Imagens de satélite atuais mostram que o terreno permanece vazio até hoje.

Apesar das dificuldades, a Foxconn mantém duas unidades operacionais em Jundiaí, São Paulo, de acordo com seu site oficial no Brasil. Além disso, uma subsidiária da empresa opera em Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, sob o nome Fênix by Foxconn. No Brasil, a empresa fabrica iPhones, incluindo os modelos 14, 15, 16 e o 16e, lançado neste ano. A empresa também poderia lançar o Galaxy S25 Edge.

A reportagem da Folha entrou em contato com a Foxconn para confirmar o valor total investido no Brasil até o momento, mas não obteve resposta.

Agora, o governo brasileiro volta a celebrar um grande aporte estrangeiro no país. Durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Pequim, empresas da China anunciaram investimentos de cerca de R$ 27 bilhões no Brasil, cerca de 28% do prometido pela Foxconn.

Novos Investimentos Chineses

O anúncio dos novos investimentos da Foxconn ocorreu em um seminário empresarial organizado pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Um dos principais aportes é o da Envision, que prometeu destinar R$ 5 bilhões para produzir combustível sustentável para aviação (SAF, na sigla em inglês) a partir de cana-de-açúcar no Brasil. Segundo o chefe da Casa Civil, Rui Costa, com o projeto o Brasil passará a ser um dos principais produtores de SAF no mundo.

A montadora GAC, o gigante de delivery Meituan e a maior rede de fast food do mundo, a Mixue, também prometeram investimentos no país. Acordos também foram fechados na área da saúde, com a Sinovac, e de semicondutores, com a fabricante Longsys.

“A nossa relação será indestrutível”, disse Lula em discurso na ocasião. “Porque a China precisa do Brasil e o Brasil precisa da China. E nós dois juntos poderemos fazer com que o sul global seja respeitado no mundo, como nunca foi.”

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Folha de S.Paulo

SUGESTÕES PARA VOCÊ