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- A Gradiente, antiga referência em eletrônicos no Brasil, enfrentou uma crise financeira após os anos 2000 e mudou seu modelo de negócios.
- Você vai entender como a empresa, que foi pioneira em produtos como aparelhos de som e consoles de videogame, está se reinventando hoje.
- A história da Gradiente reflete as transformações do mercado de eletrônicos no Brasil e o impacto da concorrência internacional.
- Atualmente, a empresa opera com licenciamento de marca e investe em energia solar, buscando novas oportunidades.
Quem viveu no Brasil nos anos 80 e 90 com certeza se lembra da Gradiente, uma marca que marcou presença nos lares e nas lojas de todo o país. Pioneira no mercado de eletrônicos, principalmente em áudio e games, a empresa enfrentou uma grave crise financeira após os anos 2000, que a afastou dos lançamentos de produtos. Mas que fim levou a Gradiente? Vamos descobrir a história dessa companhia tão importante e entender como ela está atuando hoje.
O Início da Gradiente
A história da Gradiente começou em 1930, quando o empresário Emile Staub abriu uma empresa de representação comercial. Em 1964, a Gradiente nasceu como uma fabricante e vendedora de eletrônicos, focada em aparelhos de som. Anos depois, a família Staub adquiriu a empresa e Eugênio Staub, filho de Emile, assumiu a presidência, liderando o grupo por décadas.
Aproveitando o período da reserva nacional do mercado de informática e outros setores de eletrônicos, que favoreceu as empresas locais, a Gradiente se estabeleceu como um nome forte no Brasil. Essa medida governamental impulsionou o crescimento da empresa, permitindo que ela se consolidasse no mercado nacional.
Ao longo dos anos, a Gradiente se tornou sinônimo de qualidade em produtos de áudio, como amplificadores, receptores e os famosos aparelhos do tipo “system”. Esses modelos completos incluíam duas caixas de som, toca-discos, toca-fitas e receptor de rádio, evoluindo para versões mais compactas como “mini-system” e “micro-system”. A empresa também diversificou seu catálogo com telefones, videocassetes, televisores e tocadores de fita cassete.
A Gradiente também realizou aquisições estratégicas para expandir seu catálogo e tecnologias. Em 1978, adquiriu a britânica Garrard, buscando entrar no mercado internacional, mas a operação não obteve sucesso. Em 1979, comprou a Polyvox, especializada em equipamentos sonoros, e em 1989, adquiriu a Telefunken, pioneira em rádios e TVs. Essas aquisições fortaleceram a marca, agregando conhecimento e diversidade em seus produtos.
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A Importância da Gradiente no Mercado Nacional
Além do grande volume de vendas até o início dos anos 2000, a Gradiente se destacou por lançar produtos inéditos no Brasil, como o primeiro telefone no padrão nacional em 1979. Em 1989, lançou o primeiro CD player, seguido pela primeira televisão de tela grande (acima de 29 polegadas) em 1990. Em 1993, apresentou o primeiro celular analógico fabricado no país e, em 1998, o primeiro DVD player.
Mais tarde, a empresa investiu em celulares mais avançados, mp3 players, reprodutores de Blu-Ray e HDTVs, além de monitores. Na década de 1980, já era uma das maiores empresas de eletroeletrônicos do Brasil. A Gradiente também teve um papel importante na história dos games no país.
Em 1983, a empresa lançou, através da Polyvox, o console Atari 2600 de forma regularizada, sendo o primeiro console doméstico oficial do Brasil. Além disso, lançou o Phantom System, um clone do Nintendinho, e se tornou a primeira parceira da Nintendo em território nacional.
Em 1993, a Gradiente e a Nintendo iniciaram a Playtronic, que representou a empresa japonesa no Brasil por uma década. A Gradiente também lançou o computador Expert XP-800, conhecido como Expert, um dos dois modelos de MSX comercializados no país. Se você gosta de relembrar momentos nostálgicos, aproveite para conferir 5 filmes pouco conhecidos na Netflix para assistir em maio de 2025.
Que fim levou a Gradiente: A Queda
O mercado de eletrônicos no Brasil mudou, tornando-se mais competitivo e com menos espaço para diversas empresas. As empresas brasileiras começaram a perder mercado para as multinacionais, e mesmo algumas dessas marcas não conseguiam se destacar em todos os segmentos de produtos.
Em 2005, a Gradiente adquiriu a Philco por R$ 60 milhões, mas vendeu a divisão dois anos depois por um terço do preço. Essa negociação foi considerada um dos piores passos da marca, já que foi cara e não trouxe os resultados esperados. A empresa já enfrentava outros problemas financeiros graves e paralisou as atividades por tempo indeterminado, tentando uma recuperação judicial sem sucesso.
Em 2012, o grupo mudou seu nome para IGB Eletrônica e lançou uma campanha baseada na nostalgia para tentar reconquistar o público. A linha “Meu Primeiro Gradiente” era voltada para crianças e incluía o clássico gravador, uma câmera digital e um tablet. Afundada em dívidas que chegavam a R$ 976 milhões, a Gradiente pediu recuperação judicial em 2018, enfrentando o risco de falência definitiva. Veja também dez startups que foram escolhidas para o Programa Fogo Alto após evento em São Paulo.
Nesse momento, muitos acreditaram que a empresa não voltaria às atividades. Se você gosta de saber o que acontece no mundo empresarial, veja essa matéria sobre a trajetória da FCamara, que fatura mais de R$ 500 milhões.
A Gradiente Ainda Existe?
Apesar de enfrentar um futuro incerto, a Gradiente conseguiu sair da recuperação judicial em 2023, após renegociar suas dívidas e vender ativos e estruturas industriais. A empresa optou por não retomar as atividades no mesmo ritmo de antes e passou a focar em novos mercados.
Atualmente, a Gradiente opera de maneira diferente, atuando com o licenciamento de marca e o recebimento de royalties para quem deseja vender eletrônicos com o nome Gradiente. A empresa também criou a Gradiente Solar, uma divisão de painéis solares fotovoltaicos, liderada por Eugênio Staub. Outra fonte de renda é o aluguel de galpões industriais que antes abrigavam suas estruturas na Zona Franca de Manaus.
A Gradiente também aguarda a resolução da disputa judicial contra a Apple pelos direitos do nome “iPhone” no Brasil, que por enquanto está favorável à marca estrangeira. No entanto, os problemas administrativos continuam: a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou a família Staub em 2023 e 2024 por possíveis irregularidades tributárias e falta de transparência.
Apesar dos desafios, a Gradiente segue ativa, buscando novas oportunidades e mantendo viva a sua história no mercado brasileiro. Para saber mais sobre o mundo da tecnologia, veja essa matéria sobre como a neurodiversidade impulsiona a inovação.
Primeira: Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.
Segunda: Via TecMundo