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- O Kazaa foi um programa de compartilhamento de arquivos muito popular nos anos 2000, mas desapareceu devido a pressões legais e mudanças na tecnologia.
- Você vai entender como o Kazaa influenciou a era dos downloads e por que ele não sobreviveu ao surgimento do streaming.
- O fim do Kazaa marcou o declínio dos programas P2P e o início de uma nova era digital focada em serviços legais.
- O caso do Kazaa também mostra como a indústria do entretenimento se adaptou para combater a pirataria.
Em uma época dominada pela conexão discada e antes da popularização dos serviços de streaming, programas para baixar músicas e vídeos reinavam na internet. Ferramentas fáceis de usar permitiam o acesso a lançamentos e discografias completas, especialmente em formatos como o MP3. Um desses programas, o Kazaa, tornou-se uma referência, marcando a vida de muitos jovens e causando preocupação nas indústrias de música e cinema devido ao vasto acesso a conteúdo pirateado.
Mas, afinal, o que aconteceu com o Kazaa? Vamos relembrar a trajetória desse programa que marcou uma era.
O Início do Kazaa
O Kazaa foi lançado em março de 2001, com uma grafia estilizada: KaZaA. Criado por programadores da BlueMoon Interactive, uma pequena desenvolvedora da Estônia, o programa utilizava um protocolo chamado FastTrack.
O projeto não demorou a mudar de mãos, passando para o controle dos empreendedores Niklas Zennström e Janus Friis. Essa dupla também desenvolveu, junto com a BlueMoon, outra plataforma que se tornaria muito popular: o Skype.
Naquela época, o Napster era um dos programas mais populares para baixar músicas piratas em MP3, mas estava enfrentando problemas legais. Isso abriu uma lacuna no mercado de compartilhamento de arquivos, que o Kazaa logo aproveitou.
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O Kazaa conquistou o público rapidamente com uma interface mais amigável e moderna do que a do Napster. O funcionamento era similar: através de um mecanismo de busca, o usuário escolhia as músicas e aguardava o download, acompanhando o progresso em uma barra.
Além disso, o método de compartilhamento de arquivos era igualmente eficiente: o peer-to-peer, ou P2P. Nesse sistema, os computadores (“nós”) se interconectam, trocando arquivos entre si em vez de depender de um único servidor, um padrão que também é a base do torrent.
Ao fazer o download ou ouvir um arquivo, o usuário de um serviço P2P também contribui para que outras pessoas da comunidade acessem o mesmo conteúdo.
Apesar de ser popular, o Kazaa também era polêmico, principalmente pela instalação de adwares, programas de publicidade escondida, o que gerou muitas críticas. Análises de serviços de cibersegurança também apontaram para uma coleta exagerada de dados e possíveis brechas para o envio de malwares. Se você tem curiosidade sobre segurança, aqui tem ataques cibernéticos a hospitais custando US$ 600 mil por hora.
Isso levou a comunidade a criar uma versão alternativa, o Kazaa Lite, mais leve e igualmente funcional. Utilizando o mesmo padrão FastTrack, essa versão se tornou ainda mais popular que o programa original.
O Cerco Contra o Kazaa
Assim como a indústria da música já estava em guerra contra o Napster, o Kazaa também se tornou alvo. No mesmo ano de seu lançamento, órgãos reguladores dos Países Baixos e dos Estados Unidos começaram a investigar o programa por violação de direitos autorais.
Para complicar a situação, a equipe transferiu o comando do Kazaa para uma empresa de fachada chamada Sharman Networks. Registrada em Vanuatu, com servidores na Dinamarca e o domínio Kazaa.com mantido por uma empresa australiana, a estrutura visava dificultar a identificação pelas autoridades.
A Sharman tentou aumentar sua receita com um serviço pago, o Kazaa Plus. Essa versão, sem anúncios, oferecia downloads mais rápidos e simultâneos, numa tentativa de arrecadar fundos para lidar com os processos.
O que aconteceu com o Kazaa?
A perseguição dos órgãos reguladores durou cerca de cinco anos, até que um dos processos resultou em um acordo visto como uma vitória para os estúdios de cinema. A Sharman concordou em pagar uma indenização de US$ 100 milhões e se comprometeu a transformar o Kazaa em uma plataforma legalizada de músicas, com acesso limitado a catálogos e compensação financeira para artistas e gravadoras.
No entanto, as preocupações legais não terminaram, já que vários processos acumulavam-se ao redor do mundo. A situação tornou-se insustentável, mesmo com a tentativa de legalização da plataforma.
Além disso, abandonar a pirataria significava perder relevância. O Kazaa mudou de donos algumas vezes e lançou um aplicativo para dispositivos móveis em 2011, mas não resistiu ao torrent e ao surgimento dos serviços de streaming, como o YouTube.
O site do Kazaa, a última evidência de que os servidores ainda estavam ativos, foi desativado em 2012, marcando o fim de um dos programas de download de músicas e vídeos mais populares de uma geração. E se você se interessa por esse universo da tecnologia e internet, sabia que a União Europeia implementou etiquetas de energia para smartphones e tablets?
No auge, o Kazaa chegou a ter 6 milhões de acessos simultâneos, números impressionantes para uma internet com menos de uma década de vida. O programa, nas versões original e Lite, era um dos mais baixados em sites como o Baixaki.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.