Já ouviu falar em quimeras? Na mitologia, são seres fantásticos, mas acredite, elas existem na vida real, em uma versão micro e nada assustadora. O termo quimera ganhou espaço para descrever coisas ou pessoas heterogêneas nas artes. Se você já prestou vestibular, talvez se lembre do livro ‘A Última Quimera’, de Ana Miranda, que conta a história de Augusto dos Anjos.
Além da mitologia e da literatura, a genética também é um tema importante. Hoje, vamos explorar as maravilhas desse campo da biologia e descobrir como você pode ter tornado sua mãe uma microquimera.
O que é uma Quimera?
Quimera é um organismo com pelo menos dois conjuntos genéticos diferentes coexistindo, tipo, uma pessoa com dois DNAs! É super raro, com cerca de 100 casos confirmados em humanos. Mas, não são só pessoas, viu? Animais, plantas e até alguns vírus de RNA podem ter essa combinação.
Essa condição genética pode rolar de várias formas, tanto natural quanto artificialmente. Às vezes, é só uma fase, outras vezes, não, depende de como a quimera se formou.
As quimeras “eternas” são aquelas que se formam lá no comecinho, quando o zigoto está se formando, ou nas fases de embrião e feto. No quimerismo partenogenético, um óvulo pode ser fecundado por dois espermatozoides. Mas, como tem carga genética extra, o óvulo não faz meiose e não rola gerar descendentes.
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Já no quimerismo tetragamético, a coisa é mais complexa, mas dá certo. Aqui, dois óvulos são fecundados, cada um por um espermatozoide. Só que, em vez de ter gêmeos, os zigotos misturam seus DNAs e formam um único indivíduo.
As células com DNAs diferentes podem se concentrar em diferentes áreas do corpo, tipo, formar só os pulmões ou o sangue. Em outra pessoa, pode ser que essa mistura dê características únicas na pele, como ter o tronco, braços ou pernas de uma cor diferente do resto do corpo. As misturas podem ser bem variadas e até invisíveis. Isso dificulta encontrar pessoas com quimerismo, já que essa combinação não causa problemas graves de saúde.
Uma quimera também pode se formar em gestações de gêmeos, quando um dos bebês absorve células do outro, que parou de se desenvolver. Mas, nesse caso, as células são “adquiridas” e se misturam com as suas, englobando o DNA, sem absorver partes do outro irmão.
Nessa relação complexa entre gêmeos, também pode rolar o quimerismo sanguíneo. Veias que se comunicam entre gêmeos fraternos podem causar uma transfusão, com efeitos que duram para sempre.
Além dos tipos sanguíneos comuns, como A, B, O e AB, as quimeras também poderiam ter sangue do tipo OA ou OB, em proporções diferentes. Essas são as condições para ter uma quimera completa, permanente e rara! Mas, existem outras formas de virar uma quimera.
Como Descobrir se Você é uma Quimera?
Para saber se você é uma quimera completa, precisa fazer testes genéticos. Com o boom dos testes de DNA, você pode se perguntar se essa realidade pode mudar, mas a resposta é não.
Para saber se uma pessoa é quimera, é preciso testar o DNA de diferentes partes do corpo, além do sangue. Lembra que falamos que o DNA diferente pode estar só em uma parte do corpo? Por isso, os testes caseiros não pegam quimeras, já que coletam e testam amostras de apenas uma região.
Essa especificidade já causou discussões jurídicas em casos em que a maternidade só podia ser provada pelo DNA do útero. O resto dava conflito. Mas, também dá para virar uma quimera temporária sem medo de errar nos testes de maternidade e paternidade. Se você é mãe, recebeu uma doação de órgãos ou fez transplante de medula óssea, é possível que você seja, ou tenha sido, uma microquimera.
Microquimerismo Fetal: Uma Doação de Células
Microquimerismo fetal é quando pequenas quantidades de células com DNA diferente circulam no organismo, seja de forma natural ou artificial. Quimeras completas são raras, mas acredita-se que microquimeras sejam bem comuns. Inclusive, você tornou sua mãe uma microquimera temporária, mesmo que essa “temporalidade” dure décadas.
Estudos mostram que, durante a gravidez, algumas células fetais podem circular no corpo da mulher. Essas células podem ter efeitos bons e reparadores no organismo da mãe, segundo alguns estudos. Por outro lado, a longo prazo, essas mesmas células com DNA “estranho” podem estar ligadas ao desenvolvimento de doenças autoimunes. Isso acontece porque, ao tentar diminuir os efeitos dessa herança fetal, o corpo começa uma luta e não consegue identificar os alvos certos.
Uma curiosidade é que, graças à descoberta do microquimerismo, exames como a sexagem fetal e o NIPT, que investiga síndromes e outras condições genéticas, são possíveis. Esses testes analisam a presença de células fetais no sangue da mãe.
Acredita-se que, a cada gravidez, novas células fetais são deixadas como uma herança que some em meses após o nascimento do bebê, mas há casos de duração de décadas. As células fetais que circulam no corpo da mãe também não parecem atrapalhar outras gestações, já que a placenta que comanda a relação mãe-bebê é única para cada filho.
Outras formas de virar uma microquimera temporária são receber órgãos, fazer transplante de medula óssea e, menos comum, receber sangue. Tirando o transplante, nas outras situações, nosso corpo consegue se regenerar e as células herdadas podem sumir.
As pesquisas com microquimeras e o impacto da inclusão de DNA, mesmo que pequeno, estão só começando. Ainda há muito para descobrir nesse campo da genética, onde as pessoas descobrem que são quimeras mais por acaso do que por problemas de saúde ou traços genéticos que precisam de atenção.
Você sabia sobre o microquimerismo fetal? Conte para a gente nas redes sociais qual outro fenômeno genético você quer ver por aqui. E, enquanto isso, veja como os testes de DNA funcionam e diga se você acha que uma quimera conseguiria enganá-los. Até mais!
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via TecMundo