Por que nossas casas ainda não são como nos desenhos dos Jetsons

Apesar dos avanços, as casas atuais não são tão inteligentes quanto as imaginadas nos Jetsons, enfrentando desafios de segurança, integração e inteligência artificial.
Atualizado há 5 horas atrás
Por que nossas casas ainda não são como nos desenhos dos Jetsons
Casas modernas ainda não alcançam o potencial futurista dos Jetsons. (Imagem/Reprodução: Gizchina)
Resumo da notícia
    • As casas inteligentes atuais ainda são mais conectadas do que realmente inteligentes, com muitas limitações de adaptação e automação.
    • A fragmentação de sistemas e a falta de uma padronização dificultam uma experiência true de casa inteligente.
    • Segurança, configuração complexa e a ausência de uma inteligência contextual adequada impedem a realização do sonho futurista.
    • O crescimento da IA e o avanço em protocolos como Matter apontam para uma evolução no conceito de casas inteligentes.
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Na década de 1960, a animação Os Jetsons, da Hanna-Barbera, criou uma visão futurista cheia de carros voadores, robôs domésticos e eletrodomésticos controlados por voz. Parecia um futuro próximo e funcional, servindo de inspiração para o conceito de “casa inteligente”. Hoje, mais de 60 anos depois, muitas empresas vendem a ideia de casas inteligentes atuais, mas a realidade ainda está longe dessa imaginação otimista.

Se você já se viu gritando várias vezes “acender a luz da cozinha” enquanto o assistente de voz pede para repetir, provavelmente entende a diferença entre sonho e realidade. Neste artigo, vamos explorar por que a nossa realidade está tão distante dessa visão futurista, apesar dos avanços tecnológicos.

Casas Inteligentes Atuais: Mais Conectadas do que Espertas

Enquanto muitas empresas de tecnologia e seus times de marketing promovem a ideia de casas inteligentes, a verdade é um pouco diferente. O que temos hoje são casas automatizadas e, em alguns casos, controladas remotamente. É possível, por exemplo, diminuir a intensidade das luzes com um celular, ajustar o termostato com um comando de voz ou destravar a porta de qualquer lugar.

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No entanto, isso não é inteligência de verdade, e sim interconectividade. Uma casa realmente inteligente, como as imaginadas nos Jetsons, anteciparia suas necessidades. Ela se adaptaria aos seus hábitos e funcionaria com pouca intervenção humana.

Em vez disso, enfrentamos rotinas que falham facilmente, assistentes que não nos entendem e dispositivos que operam de forma isolada. Há uma grande diferença entre simplesmente controlar aparelhos e ter um ambiente que realmente “pensa” por você. As inovações em eletrodomésticos com inteligência artificial estão chegando, mas a integração ainda é um desafio.

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A Fragmentação é Um dos Principais Obstáculos

Um dos maiores problemas que impede o avanço rumo a esse futuro é a fragmentação de sistemas. Grandes empresas como Google, Apple, Amazon e Samsung construíram seus próprios ecossistemas. Na maioria das vezes, dispositivos de diferentes marcas e ecossistemas não funcionam bem juntos.

Você quer que seu termostato Nest acenda suas luzes inteligentes? Isso pode funcionar, a menos que você use um sistema baseado em Apple HomeKit ou Alexa. É comum ter dificuldades ao tentar sincronizar esses dispositivos distintos, o que gera frustração e limita a experiência.

O protocolo Matter surgiu para tentar resolver essa questão, criando uma linguagem universal para os aparelhos inteligentes. Mas sua implementação ainda é lenta, e a compatibilidade varia bastante em ambientes domésticos reais. Uma fechadura inteligente Nuki, por exemplo, pode não ser compatível com todos os sistemas existentes.

Segurança Limitada em Dispositivos Conectados

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Na era dos dispositivos conectados, da inteligência artificial e de um mundo interligado, a segurança é uma preocupação importante. Hoje, existem sérias ameaças, e nem todos se sentem à vontade compartilhando dados ou dando permissões para grandes empresas monitorarem suas casas e hábitos. Diferente da visão otimista dos Jetsons, os usuários modernos são mais cautelosos, e com razão, ao permitir que suas casas tenham “olhos e ouvidos”.

Câmeras, microfones e dispositivos sempre conectados levantam questões sérias sobre privacidade. Já houve casos reais de babás eletrônicas hackeadas, gravações de voz vazadas e imagens de campainhas usadas sem consentimento. Muitos aparelhos mais baratos não seguem as melhores práticas de segurança, o que leva as pessoas a duvidarem da segurança de convidar essa tecnologia para suas residências.

Configuração Complicada e Benefícios Limitados

Uma característica das atuais casas inteligentes é que a configuração pode ser bem cansativa, principalmente para quem não tem muito conhecimento técnico. Os dispositivos inteligentes ainda não são feitos para o público em geral e podem ser algo de outro mundo para pessoas mais velhas. Essa complexidade excessiva acaba gerando muita frustração.

Existem aplicativos ruins, firmware inconsistente e processos de pareamento complicados, como sincronizar uma lâmpada inteligente de uma maneira que parece que você está desarmando uma bomba. Se sua casa é mais antiga, adaptar-se à nova tecnologia pode ser ainda mais caro e desafiador.

A automação, quando funciona, é algo que traz satisfação e conveniência. No entanto, às vezes ela é frágil, como vidro, e quando falha, a frustração é grande. Rotinas param de funcionar, dispositivos ficam desconectados, ou os assistentes de voz ficam confusos. Uma entrada de voz não tão clara ou uma falha na rede doméstica são suficientes para que esses dispositivos ajam de forma estranha. A experiência ainda não é tão fluida quanto o marketing promete.

A Inteligência Que Falta

A maior razão pela qual ainda não vivemos o futuro nas nossas casas é a falta de inteligência real. Apesar de todo o falatório sobre IA, a maioria das casas inteligentes ainda funciona com a lógica básica de “se isso, então aquilo”. Esse é o princípio mais fundamental usado em programação e algoritmos simples. Para saber por que infraestrutura de avaliação deve vir primeiro em IA, é preciso mais do que lógica simples.

Sem uma inteligência adequada, as casas inteligentes não conseguem dar uma resposta contextual com base nas suas necessidades. Sua casa inteligente não sabe se você está doente e precisa de silêncio, ou se está nublado e as persianas deveriam abrir para a luz natural. Os sistemas atuais não aprendem nem se adaptam de maneiras intuitivas e significativas como imaginamos.

Os Jetsons tinham Rosie, a robô doméstica, que limpava, cuidava das crianças, fazia piadas e dava conselhos. Isso pode estar longe da realidade, já que a robótica ainda não está pronta para entregar algo assim. No entanto, é divertido pensar que, em 2025, temos um aspirador que bate nos móveis e fica preso debaixo do sofá. Ainda há muito a evoluir.

A Esperança Está na Inteligência Artificial

Embora Os Jetsons tenha estreado em 1962, com a história ambientada no ano de 2062, muitas das tecnologias previstas se tornaram realidade. Chamadas de vídeo, relógios inteligentes e televisores de tela plana, tudo isso parecia impossível nos anos 1960. Hoje, no entanto, é comum para a maioria de nós, mostrando o poder da previsão tecnológica. Por que nossas casas inteligentes ainda estão longe do sonho dos desenhos animados é uma questão complexa.

Infelizmente, a ideia de casas inteligentes que trabalham em harmonia para servi-lo contextualmente ainda não é uma realidade. Pode estar distante, talvez atrasada, mas ao observar o avanço da tecnologia e da inteligência artificial, é possível dizer que esse futuro é inevitável. Os dispositivos vestíveis também mostram como a tecnologia avança.

Com o crescimento da tecnologia de IA, podemos estar nos aproximando desse futuro. Os novos modelos de IA podem se tornar o “cérebro” dos futuros dispositivos inteligentes. Os aparelhos estão ficando mais espertos, o Matter está melhorando a compatibilidade aos poucos, e a IA está, gradualmente, encontrando seu espaço dentro de casa. Por enquanto, o sonho de um espaço de convivência integrado e inteligente parece algo saído de um desenho animado. No entanto, estamos caminhando nessa direção. Ainda há um longo caminho até 2062, mas considerando como a IA tem surpreendido o mundo, podemos entrar rapidamente em um mundo parecido com o dos Jetsons.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Gizchina.com

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.