Por que nossas casas inteligentes ainda estão longe do sonho dos desenhos animados

A maioria das casas conectadas ainda funciona de forma limitada e enfrenta desafios como fragmentação e segurança, dificultando uma verdadeira inteligência.
Atualizado há 7 horas atrás
Por que nossas casas inteligentes ainda estão longe do sonho dos desenhos animados
Casas conectadas enfrentam desafios que limitam sua verdadeira inteligência. (Imagem/Reprodução: Gizchina)
Resumo da notícia
    • Nossa tecnologia de casas conectadas ainda está longe de atender às expectativas dos desenhos animados dos anos 60.
    • Atualmente, a automação residencial enfrenta problemas como fragmentação de sistemas, insegurança e configuração complexa.
    • A falta de inteligência genuína impede as casas de se adaptarem de forma intuitiva às necessidades dos moradores.
    • Avanços em inteligência artificial e protocolos como Matter podem acelerar o cumprimento dessa visão futurista.
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Lembra dos Jetsons, a animação dos anos 1960 que mostrava um futuro cheio de carros voadores e robôs domésticos? Naquela época, parecia que as casas seriam superinteligentes. Hoje, muitas empresas vendem a ideia de casas conectadas, mas a realidade ainda está bem longe daquela visão do futuro. Por que será que nossas casas ainda não são tão espertas?

Se você já se viu gritando “acende a luz da cozinha!” várias vezes para uma assistente de voz que insiste em perguntar “Pode repetir?”, então você entende a diferença entre o que sonhamos e o que temos. Neste artigo, vamos conversar sobre o porquê de a nossa realidade tecnológica ainda estar distante daquela que víamos nos desenhos.

Casas conectadas, mas não tão inteligentes

Apesar de muitas empresas de tecnologia usarem o termo “casa inteligente” em suas campanhas, a verdade é que estamos mais no controle remoto do que na inteligência de verdade. Atualmente, podemos ajustar luzes, a temperatura do termostato e até trancar a porta usando um smartphone ou comando de voz. Isso é uma automação prática, mas não é a mesma coisa que ter uma casa que realmente pensa por você.

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Uma casa verdadeiramente inteligente, como a que era mostrada nos Jetsons, conseguiria prever suas necessidades e se adaptar aos seus hábitos sem muita interferência sua. Em vez disso, o que temos são rotinas que falham, assistentes que não nos entendem direito e dispositivos que funcionam de forma isolada.

A grande questão da fragmentação tecnológica

Um dos maiores obstáculos para alcançarmos o futuro ideal é a fragmentação de sistemas. Grandes empresas como Google, Apple, Amazon e Samsung construíram seus próprios ecossistemas. E, na maioria das vezes, dispositivos de diferentes marcas e sistemas não se dão bem uns com os outros. Tentar fazer seu termostato Nest funcionar com suas lâmpadas inteligentes, se elas forem de outro sistema, pode ser um desafio.

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Para tentar resolver esse problema, foi criado o protocolo Matter. A ideia é que ele seja uma língua universal para todos os aparelhos inteligentes. Mas o processo de adoção é lento, e a compatibilidade ainda não é perfeita nas casas de hoje. A promessa é grande, mas a execução ainda precisa de tempo para amadurecer.

Dispositivos espertos com segurança ingênua

Em um mundo cada vez mais conectado, a segurança é uma preocupação enorme. Ninguém quer compartilhar dados sem controle ou dar permissão para empresas monitorarem suas casas e hábitos sem total confiança. Diferente da visão otimista dos Jetsons, os usuários de hoje estão mais atentos e, com razão, hesitantes em abrir suas casas para tecnologias com câmeras e microfones.

Câmeras de segurança, microfones sempre ligados e dispositivos conectados levantam muitas dúvidas. Já aconteceram casos de babás eletrônicas invadidas, gravações de voz vazadas e imagens de campainhas usadas sem permissão. Muitos produtos mais baratos, inclusive, ignoram as boas práticas de segurança, o que faz as pessoas pensarem duas vezes antes de colocar essa tecnologia em suas residências.

Configuração complicada e pouco retorno nas Casas inteligentes atuais

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Uma coisa é bem clara sobre as casas inteligentes de hoje: a instalação e a configuração podem ser bem cansativas, principalmente para quem não tem muita familiaridade com tecnologia. Esses dispositivos ainda não foram feitos para o público em geral e podem ser um bicho de sete cabeças para pessoas mais velhas. Toda essa complicação acaba gerando muita frustração.

Aplicativos ruins, problemas de software e processos de emparelhamento confusos, como conectar uma lâmpada inteligente que parece mais difícil do que desarmar uma bomba, são comuns. Além disso, se sua casa é mais antiga, adaptar tudo a essa nova tecnologia pode sair bem mais caro do que o esperado.

A automação é algo que, quando funciona, traz muita satisfação e praticidade. Mas, às vezes, é tão frágil quanto um copo de cristal. Quando algo não sai como o planejado, a frustração é garantida. Rotinas param de funcionar, aparelhos ficam offline ou assistentes de voz não entendem o que foi dito. Um comando de voz que não foi claro ou uma falha na rede de casa são suficientes para atrapalhar tudo. A experiência ainda não é tão fluida quanto o marketing promete.

A falta de inteligência genuína

Se formos procurar a maior razão que nos impede de viver o futuro em nossas casas, é a falta de inteligência de verdade. Mesmo com todo o burburinho sobre inteligência artificial, a maioria das casas inteligentes ainda funciona com uma lógica simples de “se isso, então aquilo”. Esse é o princípio básico de qualquer programação ou algoritmo.

Sem uma inteligência adequada, as casas conectadas não conseguem oferecer uma resposta contextualizada às suas necessidades. Sua casa não sabe se você está doente e quer silêncio, ou se está nublado e as persianas deveriam abrir para aproveitar a luz natural. Os sistemas ainda não aprendem nem se adaptam da maneira intuitiva e significativa que imaginamos.

Nos Jetsons, a Rosie, a robô empregada, limpava, cuidava das crianças, fazia piadas e até dava conselhos. Isso ainda está bem distante da nossa realidade, já que a robótica não chegou a esse ponto. É engraçado pensar que, em 2025, temos um aspirador de pó robô que vive batendo nas coisas e enroscando debaixo do sofá. A realidade dos robôs domésticos ainda está em um estágio bem inicial.

A esperança na inteligência artificial

Embora os Jetsons tenham sido lançados em 1962, com a história ambientada em 2062, muitas das tecnologias previstas já existem. Chamadas de vídeo, relógios inteligentes e televisões de tela plana eram ficção nos anos 60 e hoje são comuns. Infelizmente, as casas inteligentes que funcionam em total harmonia para servir contextualizadamente ainda não são uma realidade.

Essa visão pode estar distante, talvez até atrasada, mas ao observar o avanço da tecnologia e da Inteligência Artificial, podemos dizer que é um futuro inevitável. Com o crescimento da tecnologia de IA, podemos estar mais perto dessa realidade. Os novos modelos de IA podem se tornar o cérebro dos futuros dispositivos conectados.

Os aparelhos estão ficando mais inteligentes, o Matter está melhorando a compatibilidade aos poucos, e a IA está entrando nas casas. Por enquanto, o sonho de um espaço totalmente integrado e inteligente ainda parece coisa de desenho animado. No entanto, estamos caminhando para lá. Ainda falta um bom tempo até 2062, mas, considerando como a IA tem surpreendido o mundo, podemos rapidamente entrar em um mundo como o dos Jetsons.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Gizchina.com

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.