Por que o problema bilionário da Edtech não será resolvido sem os educadores

Descubra por que a tecnologia educacional precisa dos educadores para resolver seus desafios bilionários e melhorar o aprendizado.
Atualizado há 4 dias
Por que o problema bilionário da Edtech não será resolvido sem os educadores
Educação e tecnologia: uma parceria essencial para superar desafios e impulsionar o aprendizado. (Imagem/Reprodução: Aibusiness)
Resumo da notícia
    • Empresas de Edtech estão investindo em IA sem avaliar seu impacto real no aprendizado, criando ferramentas ineficazes.
    • O texto alerta sobre a necessidade de incluir educadores no desenvolvimento de tecnologias educacionais para garantir resultados reais.
    • Sem a participação dos educadores, as plataformas de Edtech podem perder credibilidade e usuários devido à falta de progresso.
    • A IA pode ser uma aliada na educação se usada de forma ponderada e com supervisão humana.
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As empresas de Edtech com educadores estão correndo para integrar a inteligência artificial (IA) em suas plataformas, muitas vezes sem avaliar se isso realmente melhora o aprendizado. O resultado? Ferramentas que parecem impressionantes, mas não entregam resultados educacionais significativos.

O investimento em educação online caiu de US$ 17,3 bilhões no auge da pandemia para apenas US$ 3 bilhões em 2024, o menor valor em uma década. Enquanto isso, o investimento em IA dispara, com US$ 51,4 bilhões investidos só este ano.

Prioridades vs. Inteligência Artificial

O problema não é a IA, mas sim as prioridades mal definidas. Muitas plataformas de educação online priorizam métricas de engajamento em vez de aprendizado real. Elas apostam em truques tecnológicos rápidos que parecem impressionantes, mas não são baseados em métodos educacionais comprovados.

Aplicativos de aprendizado de idiomas gamificados são um bom exemplo. Embora mantenham os usuários engajados, eles se concentram na criação de hábitos em vez de domínio real do idioma. Exercícios repetitivos, gerados por IA, treinam os usuários a navegar no aplicativo, reforçando padrões em vez de desenvolver habilidades de comunicação no mundo real. Em vez de se tornarem fluentes, os usuários simplesmente ficam melhores em usar o aplicativo.

Essa desconexão gera frustração. Uma pesquisa recente mostrou que 30% dos usuários abandonam esses aplicativos devido à falta de progresso. Se as plataformas de EdTech continuarem a negligenciar metodologias de ensino comprovadas, correm o risco de perder credibilidade, retenção e, mais importante, resultados a longo prazo.

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A importância dos educadores em Edtech com educadores

Para priorizar os alunos, precisamos priorizar também os educadores. A maior falha é excluí-los do processo de design. Eles entendem como os alunos aprendem melhor, mas muitas vezes são consultados por último, ou nem são consultados.

Ferramentas de tutoria com IA, como assistentes de dever de casa com tecnologia ChatGPT, são úteis para respostas instantâneas, mas carecem da profundidade das instruções lideradas por professores. Pior, podem fornecer respostas superficiais ou incorretas, reforçando a desinformação em vez de promover a compreensão profunda. Sem supervisão especializada, essas ferramentas se tornam mais um problema do que uma solução. A IA reflete vieses humanos; a IA ética depende da supervisão humana ética.

Em muitas empresas, os educadores estão envolvidos em todas as etapas do desenvolvimento tecnológico. As equipes colaboram diariamente com profissionais da educação, garantindo que a IA melhore, em vez de substituir, os professores. Sem inovação liderada por educadores, a indústria continuará a produzir as mesmas ferramentas brilhantes, porém ineficazes, com mais painéis chamativos e lições gamificadas, mas pouco impacto real.

Tecnologia com propósito

A tecnologia não é a inimiga, mas sim a forma como a utilizamos. Quando aplicada de forma ponderada, a IA pode aumentar o aprendizado, simplificando tarefas administrativas, fornecendo feedback em tempo real, identificando lacunas de aprendizado e adaptando as lições às necessidades individuais. Isso ajuda a liberar os professores para se concentrarem no que fazem de melhor: treinar, orientar e inspirar os alunos.

A tecnologia precisa ser construída com educadores e alunos em mente. Soluções genéricas e apressadas geralmente levam a experiências ruins e frustrantes, que acabam sendo abandonadas. A regra é simples: se não servir a um propósito claro, deixe de fora. Inovação sem progresso significativo não contribui para a educação. Como disse Steve Wozniak, cofundador da Apple: “A IA na educação deve aprimorar o aprendizado, não substituir o pensamento”. O verdadeiro aprendizado vem do engajamento, da curiosidade e do pensamento independente, com a IA aprimorando essas habilidades centradas no ser humano. Ela deve ser vista como uma ferramenta de apoio e uma oportunidade para o avanço humano, não uma ameaça.

O futuro do Edtech

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Apesar da queda no financiamento do setor de EdTech, o setor de educação em si continua sendo uma potência global. A expectativa é que a indústria atinja quase US$ 10 trilhões até 2030, com a educação infantil e a educação para o mercado de trabalho entre os segmentos de crescimento mais rápido. Dentro deste cenário, o aprendizado da língua inglesa deverá ultrapassar US$ 90 bilhões até 2031, expandindo-se a uma taxa anual de 10,6%, à medida que a demanda aumenta nos mercados urbanos e os modelos de aprendizado híbrido ganham força.

Existem muitas oportunidades nesse espaço, mas o EdTech não desbloqueará todo o seu potencial apenas seguindo tendências. O sucesso está em aproveitar o conhecimento humano para cortar o ruído da IA, apoiado por uma tecnologia útil que oferece resultados reais e mensuráveis. As empresas que colocam educadores e alunos no centro da inovação serão as que impulsionarão o progresso real e prosperarão a longo prazo.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via AI Business

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.