Radioterapia no tratamento do câncer: desafios na oferta de radioisótopos

Radioterapia no tratamento do câncer. A escassez de radioisótopos afeta a imagem de órgãos e tumores, apresentando desafios significativos na oferta e tratamento eficaz.
Atualizado há 5 dias
Radioterapia no tratamento do câncer.

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Recentemente, um problema em um reator nuclear na Holanda causou a suspensão de milhares de consultas médicas. O reator de Petten, que é um dos principais produtores de molibdênio-99, um radioisótopo essencial para a radioterapia no tratamento do câncer, teve que ser desligado devido a uma deformidade em um dos seus tubos de resfriamento. Essa situação gerou preocupações sobre a continuidade do fornecimento desse importante recurso para a medicina.

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Impacto da Deformidade no Reator

Em outubro, engenheiros detectaram uma bulge no tubo de resfriamento do reator. Embora pequena, essa deformidade levou à decisão de interromper as operações do reator, o que afetou a produção de molibdênio-99. Este radioisótopo é crucial, pois se transforma em tecnécio-99m, utilizado em exames de imagem para diagnosticar diversas condições, incluindo câncer.

Consequências para Pacientes

A interrupção na produção resultou em cancelamentos de consultas em hospitais do Reino Unido e adiamentos de testes na Holanda. Especialistas alertam que, embora a escassez de molibdênio-99 não seja nova, a situação atual é particularmente crítica. A combinação de manutenções programadas em outros reatores e o problema em Petten resultou em uma escassez significativa.

Medidas para Mitigar a Escassez

Com a reabertura do reator em 4 de novembro, as entregas de molibdênio-99 começaram a ser normalizadas. No entanto, a baixa quantidade de produtores desse radioisótopo na Europa levanta preocupações sobre futuras interrupções. O reator de Petten é um dos seis principais produtores comerciais do mundo, e a falta de alternativas pode agravar a situação.

Futuro da Produção de Radioisótopos

Para aumentar a capacidade de produção, a NRG, operadora do reator, está construindo um novo reator chamado PALLAS, que deve entrar em operação em 2030. Este novo reator permitirá uma produção mais consistente de radioisótopos, aumentando a disponibilidade para hospitais e clínicas.

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Além disso, nos Estados Unidos, esforços estão sendo feitos para estabelecer uma produção doméstica de molibdênio-99. O Departamento de Energia dos EUA anunciou um investimento de 32 milhões de dólares para a construção de uma nova instalação em Wisconsin, que deve ajudar a garantir um fornecimento mais estável desse importante recurso.

Com o aumento da demanda por exames de imagem, especialmente em uma população envelhecida e com crescente incidência de câncer, é essencial que as autoridades e os produtores se preparem para garantir a continuidade do fornecimento de radioisótopos. A situação atual destaca a importância de um planejamento adequado para evitar futuras crises no setor de saúde.

Via WIRED

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.