Ransomware: entenda o que é e como se proteger contra esses ataques virtuais

Descubra o que é ransomware e veja dicas para proteger seu computador contra ataques virtuais.
Publicado dia 7/09/2025
Ransomware: entenda o que é e como se proteger contra esses ataques virtuais
(Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Um ataque de ransomware bloqueia o acesso aos seus arquivos ou dispositivo, exigindo pagamento para liberação.
    • Conhecer o funcionamento do ransomware ajuda você a evitar perdas financeiras e danos pessoais.
    • Empresas, órgãos públicos e indivíduos podem sofrer prejuízos e ter dados confidenciais expostos.
    • Técnicas como backups e cuidado com e-mails suspeitos são essenciais para proteção digital.
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Imagine ligar seu computador e ver uma mensagem pedindo dinheiro para liberar seus arquivos. Essa é a realidade de um ataque de ransomware, um tipo de golpe virtual que “sequestra” dados ou dispositivos. Ele pode trazer grandes prejuízos e danos à reputação, tanto para usuários comuns quanto para grandes organizações. Conhecer seu funcionamento e as formas de proteção é fundamental para evitar dores de cabeça.

O que é ransomware e como ele funciona?

O ransomware é um tipo de software malicioso, um malware, que consegue bloquear o acesso aos seus arquivos ou até mesmo ao seu computador inteiro. Ele faz isso “sequestrando” seus dados através de um processo de criptografia. É como se ele trancasse tudo com uma chave secreta, e você só consegue abrir se tiver essa chave.

Para ter acesso de volta, os criminosos, que são os autores do ataque, pedem um pagamento. A quantia que eles cobram não é fixa; ela muda bastante. Depende de fatores como a quantidade e o tipo de dados que foram “sequestrados”, e até mesmo se a vítima é uma pessoa ou uma empresa.

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Não é só o bloqueio que assusta. Os criminosos geralmente ameaçam divulgar seus dados para o mundo ou apagar tudo de vez, caso você não pague. Eles usam essa pressão para forçar o resgate. Para dificultar que sejam rastreados, eles costumam pedir o pagamento em criptomoedas, como bitcoin.

Principais tipos de ransomware

Nos últimos anos, especialistas em segurança digital viram muitas variações de ransomware surgindo. Essas versões estão sempre evoluindo, criando novas maneiras de passar pelas defesas de segurança. Eles são organizados em diferentes famílias, cada uma com características únicas, códigos específicos e funções distintas.

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Existem dois tipos principais de ransomware. O primeiro, e mais comum, é o ransomware criptografado. Nele, o ataque bloqueia seus arquivos e pastas usando criptografia. Para ter acesso de volta, você precisa de uma chave de descriptografia, que é controlada pelos criminosos.

Já o ransomware não criptografado é aquele em que o aparelho como um todo se torna o alvo, impedindo que o sistema operacional seja iniciado. Quando a vítima liga o computador, ela já vê uma tela com a mensagem do ataque e a exigência de pagamento, sem conseguir usar o PC.

Dentro desses tipos principais, ainda encontramos subcategorias interessantes. Por exemplo, o leakware, também conhecido como doxware, rouba dados sigilosos e ameaça divulgá-los. Há também o ransomware móvel, voltado para smartphones. Outro tipo é o wiper, um ransomware destrutivo que ameaça apagar todos os seus dados. E por fim, temos o scareware, que pode criptografar ou simplesmente simular um bloqueio para te assustar e forçar o pagamento.

Como o ataque acontece

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Os ataques de ransomware podem começar de várias maneiras, usando diferentes “portas de entrada” para chegar ao seu aparelho ou à rede de uma empresa. Uma das táticas mais comuns é o phishing, onde e-mails falsos tentam enganar a vítima para que ela clique em links maliciosos ou baixe anexos contaminados.

Outra forma popular é a engenharia social, um conjunto de técnicas para manipular pessoas e fazê-las revelar informações ou realizar ações que comprometam a segurança. Muitas vezes, criminosos usam e-mails falsos, os chamados phishing, para enganar as pessoas, assim como o golpe do astronauta que vitimou uma idosa japonesa e a fez perder mais de R$ 36 mil. Eles se passam por bancos, serviços de entrega ou até mesmo colegas de trabalho.

Os criminosos também podem explorar falhas de segurança conhecidas em sistemas, comprar dados de acesso roubados em mercados ilegais ou usar outros tipos de malwares como porta de entrada. Uma vez dentro do sistema, os invasores procuram por informações importantes e podem fazer uma cópia de todos esses dados antes de iniciar a criptografia. O objetivo é ter algo para chantagear a vítima.

Além disso, a campanha de ataque quase sempre inclui a desativação de ferramentas de restauração e backup, para dificultar a recuperação. Depois de tudo bloqueado, a vítima é notificada sobre o ataque. Ela verá uma mensagem na tela, explicando que seus arquivos ou o próprio dispositivo foram “sequestrados” e as instruções para realizar o pagamento do resgate. Se a vítima pagar, ela receberá uma chave para descriptografar os dados. No entanto, é importante saber que não existe garantia de que os criminosos cumprirão sua parte do acordo e que os dados serão realmente liberados.

Diferença entre ransomware e outros malwares

É bom entender que o ransomware é apenas um tipo, um “parente”, dentro da grande família dos malwares. Sua principal característica é a criptografia de dados, liberando o acesso somente após o pagamento de um resgate. Ele é bem focado nesse objetivo de extorsão.

Mas existem muitos outros programas maliciosos com funções bem diferentes. Por exemplo, temos o spyware, que, como o nome sugere, espiona a vítima, coletando informações sem que ela perceba. Há também o adware, que enche sua tela com anúncios indesejados, e o trojan, ou cavalo de Troia.

O trojan é um impostor: ele se disfarça de um programa útil ou legítimo. Por trás da fachada, ele permite que criminosos tenham acesso remoto ao seu aparelho, roubando dados ou controlando o sistema. Cada tipo de malware tem sua própria maneira de causar problemas.

Impactos dos ataques de ransomware

Quando um ataque de ransomware atinge uma empresa, as consequências podem ser graves. As atividades podem ser completamente paralisadas, o que gera prejuízos financeiros enormes. Em alguns casos, esses valores chegam a centenas de milhões de dólares, afetando drasticamente o caixa da organização.

Além das perdas financeiras diretas, há também o risco de um grande dano à imagem da empresa. Um vazamento de dados confidenciais pode abalar a confiança dos clientes e parceiros, com impactos duradouros na reputação. A recuperação pode levar muito tempo e exigir um grande investimento.

Agências governamentais e órgãos públicos também estão na mira dos grupos de ransomware. Um ataque a essas instituições pode interromper serviços essenciais, prejudicando a população e afetando o funcionamento do governo. A segurança dos dados públicos é um desafio constante.

Para indivíduos, as consequências são igualmente preocupantes. A principal delas é a chance de que dados e imagens muito pessoais e sensíveis sejam divulgados publicamente. Além disso, o custo para tentar recuperar o acesso aos arquivos e dispositivos pode ser alto, mesmo sem garantia de sucesso.

Inteligência Artificial (IA) e ransomware

Não é surpresa que a Inteligência Artificial (IA) também esteja sendo usada para tornar os malwares mais sofisticados. A IA oferece ferramentas que podem aprimorar muito a eficácia dos ataques. De acordo com informações da Acronis, a tecnologia já tem um papel importante nisso.

No primeiro semestre de 2025, a IA ajudou a impulsionar ataques de engenharia social. Esses ataques representaram 25,6% das ações maliciosas, um aumento considerável em relação aos 20% registrados no mesmo período de 2024. A engenharia social é, historicamente, um dos métodos mais utilizados por grupos de ransomware.

O papel da inteligência artificial nos ataques

Um exemplo claro de como a IA pode turbinar os malwares é o “PromptLock“. Este é o primeiro ransomware conhecido a ser impulsionado por Inteligência Artificial. Ele foi descoberto recentemente por pesquisadores da ESET e já chama a atenção pela sua capacidade.

O PromptLock utiliza modelos de IA da OpenAI, a mesma empresa que desenvolveu o popular ChatGPT. Essas inovações na IA, como os chats temporários do Google Gemini, mostram como a tecnologia está em constante avanço e adaptação. A ideia é que ele analise o dispositivo infectado e, de forma autônoma, tome decisões sobre o que fazer.

Ele pode decidir se irá apenas roubar dados, criptografar os arquivos para exigir um resgate, ou até mesmo destruí-los completamente. Essa autonomia o torna uma ameaça mais imprevisível e adaptável. Embora ainda não tenha sido visto em ataques reais, o PromptLock já serve como um aviso.

Ele mostra o potencial da IA para tornar os ciberataques muito mais perigosos e difíceis de combater no futuro. A capacidade de um malware decidir por si só as melhores táticas para causar dano eleva o nível de preocupação para especialistas em cibersegurança e usuários.

Exemplos de ataques famosos no Brasil e no mundo

A história do ransomware não é recente. O primeiro ataque documentado aconteceu lá em 1989 e ficou conhecido como “Trojan AIDS“. Naquela época, o malware era distribuído por meio de disquetes, uma tecnologia bem diferente da atual. O valor do resgate pedido foi baixo, apenas US$ 189, o equivalente a R$ 1.026 hoje.

De lá para cá, as campanhas de ransomware evoluíram muito. Os criminosos ficaram mais sofisticados, e os valores dos resgates aumentaram drasticamente, chegando a cifras altíssimas. Vários casos se tornaram famosos pela proporção dos danos.

  • WannaCry: Em 2017, este ataque afetou mais de 250 mil computadores em 116 países. Os prejuízos causados foram estimados em bilhões de dólares.
  • Petya: Este incidente de 2016 gerou mais de US$ 10 bilhões (cerca de R$ 54,3 bilhões) em perdas. Grandes empresas, como a Mondelez, foram impactadas severamente.
  • Ataque à Capcom: Em 2020, a desenvolvedora de jogos famosa por Street Fighter e Resident Evil teve mais de 1 TB de dados roubados e criptografados.
  • Ataque à Atento: A empresa de contact center foi alvo de um ciberataque em 2021, resultando em perdas financeiras de quase R$ 200 milhões.
  • Ataque à JBS: Em 2021, a gigante brasileira do setor de alimentos sofreu um ciberataque e pagou um resgate de US$ 11 milhões (R$ 59,8 milhões) em bitcoins.
  • Ataque ao STJ: Em novembro de 2020, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) teve todo o seu acervo de processos bloqueado. Felizmente, um backup do sistema permitiu a restauração dos dados.

Como se proteger contra ransomware

Evitar um ataque de ransomware é mais fácil do que lidar com suas consequências. Existem várias medidas de segurança que, além de te protegerem do ransomware, também servem para afastar outras ameaças virtuais. Adotar essas práticas no seu dia a dia pode fazer uma grande diferença na sua segurança digital.

Boas práticas de cibersegurança no dia a dia

Para começar, seja sempre seletivo com o que você baixa da internet. Faça downloads apenas de fontes que você realmente confia. Além disso, mantenha seu software de segurança, como antivírus e firewall, sempre atualizado. Essas ferramentas são sua primeira linha de defesa contra muitos ataques.

Outra dica importante é ter cuidado com dispositivos USB desconhecidos, como pendrives. Evite conectá-los ao seu computador, pois eles podem ser uma forma de infecção. Ao usar redes Wi-Fi públicas, ative uma VPN (Rede Privada Virtual) para criptografar sua conexão e proteger seus dados.

Não compartilhe informações pessoais sensíveis em sites ou aplicativos que não pareçam seguros. Lembre-se, muitas pessoas têm a prática de dizer ‘Eu só compartilho meu número real com pessoas, nunca com empresas‘ para proteger sua privacidade. E, claro, mantenha seu sistema operacional e todos os seus programas atualizados. As atualizações frequentemente corrigem falhas de segurança que podem ser exploradas por criminosos. Um sistema operacional atualizado é mais resistente a ataques.

Importância de backups regulares e criptografia

Uma das defesas mais eficazes contra o ransomware é o bom e velho backup. Fazer cópias de segurança dos seus arquivos importantes é essencial. Assim, se acontecer o pior, você não perde tudo. Guarde essas cópias em um local separado, de preferência, que não esteja conectado à sua rede principal.

Além de fazer o backup, é uma boa ideia proteger essas cópias com alguma forma de criptografia. Isso adiciona uma camada extra de segurança, garantindo que, mesmo que o backup caia em mãos erradas, os dados ainda estarão protegidos. Para organizar seus arquivos, o uso de um bom gerenciador pode ajudar.

Se for possível, mantenha uma cópia física dessas informações, como em um disco externo ou outra mídia. Isso facilita a restauração em caso de um ataque que comprometa até mesmo suas soluções de backup online. O planejamento prévio é a chave para a recuperação sem maiores problemas.

Atenção redobrada com os e-mails que você recebe é fundamental. Essa é uma das principais portas de entrada para o ransomware. Nunca, em hipótese alguma, clique em links ou abra anexos que pareçam suspeitos, mesmo que a mensagem pareça vir de alguém conhecido.

Muitas vezes, criminosos usam e-mails falsos, os chamados phishing, para enganar as pessoas. Eles se passam por bancos, serviços de entrega ou até mesmo colegas de trabalho. Um clique errado pode ser o suficiente para iniciar o ataque. É crucial verificar a autenticidade do remetente antes de qualquer ação.

Para empresas, a educação dos funcionários é vital. Treinar a equipe para reconhecer e-mails fraudulentos e evitar clicar em links não verificados reduz muito o risco de infecção. Uma única falha pode comprometer toda a rede corporativa. A conscientização faz toda a diferença.

Além disso, o uso de um bom firewall e a implementação de políticas de acesso restrito nas redes corporativas são medidas que reforçam a segurança. Limitar o que cada usuário pode acessar e instalar ajuda a conter a propagação caso um ataque de ransomware consiga penetrar as defesas iniciais.

O que fazer em caso de ataque de ransomware

Se, infelizmente, você for vítima de um ciberataque de ransomware, a situação pode ser bem complicada. Por isso, é muito importante agir rápido para tentar diminuir os estragos e encontrar as melhores saídas. Cada minuto conta para evitar que o problema se agrave ainda mais.

Primeiros passos imediatos

A primeira coisa a fazer é desconectar imediatamente o dispositivo infectado de qualquer rede, seja ela Wi-Fi ou a cabo. Isso é crucial para evitar que o ransomware se espalhe para outros computadores ou dispositivos conectados. Pense em isolar o problema o mais rápido possível.

Em seguida, tente identificar qual é o tipo de ransomware que te atingiu. Existem ferramentas online que podem ajudar a reconhecer a variante. É essencial relatar o incidente às autoridades competentes, como a polícia ou órgãos de segurança cibernética. Eles podem orientar os próximos passos.

Depois de acionar as autoridades, procure a ajuda de especialistas em segurança digital. Eles podem oferecer soluções para tentar recuperar seus dados. Em alguns casos, a melhor saída pode ser formatar o dispositivo e restaurar os dados de um backup seguro, se você tiver um.

Sobre pagar o resgate, a recomendação oficial das autoridades, incluindo o FBI, é não fazê-lo. Isso porque não há nenhuma garantia de que seus dados serão realmente recuperados, e o aparelho pode continuar infectado. Além disso, pagar o resgate acaba financiando novas atividades criminosas, incentivando os ataques.

Ficar por dentro das novidades e tendências em segurança digital é uma ótima forma de se proteger. Mantenha-se informado sobre as últimas ameaças e como se prevenir para navegar na internet com mais tranquilidade.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.