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- Receitas de protocolos DeFi caíram drasticamente em março, com quedas de até 75% em algumas plataformas.
- Você pode ver seu investimento em DeFi afetado pela redução nas receitas e no volume de negociações.
- O mercado descentralizado enfrenta um cenário mais cauteloso, com impacto direto nos investidores e plataformas.
- O protocolo MakerDAO foi uma exceção, registrando aumento de 11% nas receitas em março.
Receitas de protocolos DeFi apresentaram queda expressiva em março, acompanhando o recuo na atividade das principais blockchains e redução nos volumes negociados. Dados do setor mostram que plataformas em Solana e BNB Chain, além dos protocolos baseados em Ethereum, tiveram uma diminuição acentuada nas receitas, indicando um cenário mais cauteloso para o mercado descentralizado neste início de 2025.
Solana, BNB Chain e as principais plataformas sentem forte desaceleração
No universo Solana, plataformas como Pump.fun, Jito e Raydium arrecadaram aproximadamente US$ 42 milhões em março. O número representa um recuo de cerca de 55% em relação a fevereiro e uma diminuição expressiva de 75% quando comparado aos recordes atingidos em janeiro deste mesmo ano, segundo dados do setor.
Enquanto isso, o principal protocolo da BNB Chain, o PancakeSwap, gerou cerca de US$ 21 milhões neste mesmo período. A quantia revela queda de 54% em comparação com o mês anterior, demostrando que a redução não se limita a um ecossistema, mas atinge múltiplas redes blockchain.
Essa queda nas receitas acompanha a diminuição geral do volume de negociações on-chain, impactando desde as menores plataformas descentralizadas até os players mais consolidados, refletindo cautela de investidores.
Apesar dessa tendência negativa, uma exceção se destacou: o protocolo MakerDAO, que mudou sua marca para Sky, faturou em março US$ 10 milhões em receitas, apresentando aumento de 11% frente a fevereiro. Com isso, foi o único entre 11 grandes protocolos analisados que conseguiu registrar crescimento no período.
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Ethereum e a redução de 65% desde janeiro nas receitas dos principais protocolos
Os principais protocolos DeFi baseados no ecossistema Ethereum, incluindo Ethena, Lido, Aave, Curve, Compound e Sushi, geraram juntos uma receita de US$ 24,5 milhões em março. A queda chega a mais de 52% em comparação ao mês anterior e representa redução de 65% desde janeiro.
Esse resultado negativo acompanha a trajetória dos tokens ligados ao DeFi. O índice GMCI DeFi Index (GMDEFI), que monitora tokens como Uniswap, Aave, Jupiter, Ethena, Maker e PancakeSwap, recuou cerca de 40% no acumulado de 2025 até agora.
Especialistas do setor apontam que o principal motivo para as quedas sucessivas está na menor participação dos usuários, na redução da quantidade de transações realizadas e no cenário macroeconômico mais desafiador, que trava muitas atividades em criptomoedas.
O mercado também observa que, apesar desse quadro, moedas estáveis que oferecem rendimento (yield-bearing stablecoins) continuam ganhando espaço, assim como protocolos voltados a ativos vinculados ao Bitcoin.
Queda no total bloqueado em DeFi supera 30% após pico de dezembro
Desde o pico local atingido em dezembro de 2024, o valor total bloqueado (TVL) em protocolos DeFi encolheu mais de 30%, reforçando a cautela. O volume está atualmente em US$ 94,49 bilhões, distante do topo de US$ 137 bilhões marcado em 17 de dezembro e com um recuo ainda maior, já que chegou a cair pontualmente para US$ 88 bilhões em março.
Esse recuo no TVL acompanha uma onda negativa no mercado cripto, que havia ensaiado uma recuperação animada após as eleições norte-americanas de novembro, quando Donald Trump foi eleito presidente. No período, o otimismo dos investidores chegou a elevar o TVL para cima da barreira dos 100 bilhões de dólares.
O entusiasmo, porém, perdeu força diante de preocupações econômicas, como imposição de tarifas comerciais recíprocas e pressões inflacionárias que reafirmaram a postura conservadora do Federal Reserve, que mantém por ora as taxas de juros elevadas sem projeção para cortes iminentes.
O resultado é que o Bitcoin recuou de seu maior preço histórico, acima de US$ 108 mil observado em janeiro, para cerca de 83 mil dólares atualmente. O Ether, por sua vez, caiu de US$ 4 mil em dezembro para em torno de US$ 1,8 mil, refletindo o desaquecimento do setor.
Perspectivas para a adoção global e desafios regulatórios
Essa instabilidade e as receitas menores convivem com o aumento da incerteza regulatória nos Estados Unidos, cenário que afeta o futuro do mercado descentralizado. Conforme destacou Dan Greer, cofundador da DeFi App, em entrevista recente, o setor representa bem mais do que uma simples alternativa financeira, podendo transformar sistemas globais.
Greer alerta, entretanto, que para alcançar uma adoção massiva, o DeFi precisa superar três grandes desafios: reduzir sua complexidade, baixar os custos e tornar as plataformas mais acessíveis, evitando que obstáculos afastem novos entrantes.
Além disso, ele observa que questões regulatórias não resolvidas podem provocar a fuga de talentos e projetos para jurisdições mais acolhedoras ou menos rígidas, o que afetaria negativamente o desenvolvimento tecnológico no setor.
No cenário atual, as próximas movimentações macroeconômicas e as definições regulatórias devem influenciar diretamente os números. Enquanto isso, alguns especialistas do mercado avaliam que o DeFi pode passar por consolidações ou surgir com soluções que simplifiquem ainda mais a experiência dos usuários.
Assim, mesmo frente às quedas recentes, o setor DeFi permanece no radar dos investidores por seu potencial, ainda que no curto prazo as receitas apontem para um período de menor crescimento.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.