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- Hamdan Ballal, codiretor do documentário vencedor do Oscar, compartilha experiências da Cisjordânia.
- O artigo destaca a realidade dura enfrentada pela comunidade palestina apesar do reconhecimento internacional.
- A violência continua a afetar a vida cotidiana na região, mesmo após conquistas no cinema.
- Ballal faz um apelo para que a audiência global não esqueça a luta do seu povo.
É inegável que o cinema tem o poder de amplificar vozes e causas, mas o que acontece quando a vida real contrasta fortemente com o brilho das premiações? Hamdan Ballal, codiretor do documentário No Other Land, vencedor do Oscar, expôs essa dualidade em um artigo no The New York Times, revelando que, apesar do reconhecimento global, a violência e a opressão em sua comunidade na Cisjordânia continuam.
O relato de Ballal oferece uma perspectiva sobre a realidade enfrentada pelos palestinos, mesmo após o sucesso internacional de seu filme.
O Assalto na Cisjordânia e as Reflexões de Hamdan Ballal
No final de março, Hamdan Ballal, Khaled Mohammad Shanran e Nasser Shreteh sofreram um ataque que resultou em suas prisões. Yuval Abraham, também codiretor do filme, relatou que Ballal teve ferimentos na cabeça e no estômago após ser agredido por colonos em Susiya, sua cidade natal.
Após a cerimônia do Oscar, a Academia inicialmente se recusou a emitir uma declaração em apoio a Ballal, gerando críticas. Mais tarde, a organização se desculpou e reafirmou seu compromisso com a liberdade de expressão.
Em seu artigo, Ballal descreve a noite de 24 de março, quando foi confrontado por um grupo de homens em sua casa. Ele temeu por sua vida e a de sua esposa. “É difícil para mim escrever sobre este momento agora”, escreveu Ballal. “Depois de ser espancado, fui algemado, vendado e jogado em um jipe do exército. Fiquei horas vendado no chão, no que depois soube ser uma base militar, temendo ser mantido por muito tempo e espancado repetidamente. Fui libertado um dia depois.”
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A Dicótoma Realidade Após o Oscar de No Other Land
Ballal descreve a vitória no Oscar como “um dos momentos mais incríveis” de sua vida, uma experiência que lhe deu “um gostinho de poder e possibilidade”. Ele contrastou a riqueza e a grandiosidade de Los Angeles com a realidade de sua vida. A premiação, segundo ele, foi uma experiência surreal.
Apesar do reconhecimento global, Ballal lamenta que o filme não tenha conseguido melhorar a vida de sua comunidade. “Minha vida ainda está à mercê dos colonos e da ocupação”, desabafou. “Minha comunidade ainda sofre com a violência sem fim. Nosso filme ganhou um Oscar, mas nossas vidas não estão melhores do que antes.”
A Violência Contínua e o Apelo de Ballal
O ataque a Ballal e sua comunidade, embora brutal, é um evento comum na região. Ele relata que, poucos dias depois, dezenas de colonos atacaram Jinba, uma vila vizinha, resultando em hospitalizações e prisões. O cineasta termina seu artigo pedindo ao público que não ignore a violência em Susiya e outras áreas. “Eu sei que há milhares e milhares de pessoas que agora sabem meu nome e minha história, que conhecem o nome da minha comunidade e nossa história e que estão conosco e nos apoiam. Não se afastem agora.”
O exército israelense, por outro lado, apresentou uma versão diferente dos acontecimentos, afirmando que a violência começou quando “vários terroristas atiraram pedras em cidadãos israelenses, danificando seus veículos”. Ambos os lados trocaram pedras, e as forças de segurança israelenses prenderam três palestinos.
No Other Land, que narra a amizade entre um ativista palestino e um jornalista israelense, foi dirigido por quatro cineastas, dois israelenses e dois palestinos. O filme conquistou o prêmio de melhor documentário na 97ª edição do Oscar, em 2 de março.
O impacto de No Other Land vai além do tapete vermelho, expondo a persistente luta por dignidade e justiça em meio a um conflito complexo. O apelo de Ballal ressoa como um chamado à ação, lembrando que a atenção global deve se traduzir em mudanças tangíveis no dia a dia das comunidades afetadas.
Primeira: Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.
Segunda: Via The Hollywood Reporter