Reflexões sobre eutanásia e dignidade no fim da vida no Brasil

Entenda o debate sobre eutanásia no Brasil, a legislação atual e os desafios para garantir dignidade no fim da vida.
Atualizado há 7 horas atrás
Reflexões sobre eutanásia e dignidade no fim da vida no Brasil
Explorando a eutanásia no Brasil: leis e desafios para uma morte digna. (Imagem/Reprodução: Redir)
Resumo da notícia
    • O debate sobre a eutanásia no Brasil ganha destaque diante da proibição atual e da busca por dignidade no fim da vida.
    • Você pode se questionar sobre como a legislação atual afeta suas escolhas e direitos em situações terminais.
    • A discussão impacta diretamente pacientes terminais, familiares e profissionais de saúde, além de desafiar o sistema público.
    • A comparação com países como Colômbia e Canadá evidencia a necessidade de atualização das leis brasileiras.
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Começo aqui uma reflexão sobre a finitude da vida, dignidade e as questões de saúde pública que emergem quando nos aproximamos do fim. A seguir, compartilho uma experiência pessoal, buscando trazer luz a um debate urgente sobre a eutanásia no Brasil e a necessidade de repensarmos nossa legislação.

Há pouco mais de um ano, meu pai foi diagnosticado com câncer de orofaringe. O diagnóstico tardio impediu a cirurgia, restando quimioterapia e radioterapia. Felizmente, houve redução do tumor, possibilitando a cirurgia em 1º de novembro. A esperança de remissão, porém, durou pouco. Um exame revelou que o câncer persistia, agora inoperável. Foi nesse momento que a eutanásia surgiu como um desejo.

No Brasil, a eutanásia é proibida. A Colômbia, por outro lado, possui uma das legislações mais avançadas da América Latina. Canadá e Suíça também têm suas próprias regulamentações, com o Canadá limitando o recurso a seus cidadãos e a Suíça permitindo apenas a morte assistida. Diante das dificuldades, meu pai concordou com um protocolo de imunoterapia, mas sem abandonar seu desejo de evitar o sofrimento.

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Antes do tratamento, uma síncope o levou ao hospital, onde permaneceu sob cuidados paliativos. O sofrimento se intensificou após a radioterapia e a cirurgia, que o deixou com sequelas severas: rosto desfigurado, perda de movimentos faciais, da voz e da capacidade de engolir. O tumor, pressionando o crânio, causava dores lancinantes, e ele perdeu mais de 40 kg.

No hospital, a gastrostomia surgiu como única alternativa à inanição. Meu pai recusou, exercendo seu direito, e pediu sedação contínua, negada pelos protocolos até 30 horas antes de sua morte, em 10 de maio.

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A Legislação Brasileira e a Eutanásia no Brasil

A experiência de ver meu pai sofrer me fez questionar a quantidade de dor imposta a alguém lúcido, com diagnóstico terminal, que só queria dignidade. Precisamos falar sobre eutanásia. Para alguns, Deus decide a hora de cada um. Para outros, como os espíritas, antecipar a morte interrompe um aprendizado. Mas todas as religiões valorizam o livre arbítrio.

Não seria justo que a decisão de abreviar um sofrimento fosse um direito individual? A compaixão e o respeito à autonomia do paciente devem ser considerados. É preciso encontrar um equilíbrio que garanta a dignidade humana até o último momento.

Saúde Pública e a Eutanásia no Brasil

Além da questão da dignidade, há o aspecto da saúde pública. Reflito sobre os recursos médicos gastos para manter pessoas vivas contra sua vontade, em sofrimento, com um fim inevitável. A discussão sobre como equilibrar custos e inovação em saúde se torna ainda mais relevante nesse contexto, buscando alocar recursos de forma mais eficiente e humana.

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A proibição incondicional da eutanásia no Brasil precisa ser revista. É importante que nossos representantes se debrucem sobre essa questão. A legislação atual não protege o bem-estar dos pacientes, não auxilia os médicos, não otimiza o sistema de saúde e desrespeita a liberdade de crença, um direito constitucional.

O Atraso da Legislação e a Busca por Alternativas

A falta de legislação específica sobre a eutanásia no Brasil cria um vácuo jurídico que impede a realização dos desejos de pacientes em estado terminal. A questão da recuperação da independência e autonomia no fim da vida é central para garantir que os indivíduos possam tomar decisões sobre seus próprios corpos e destinos.

Enquanto isso, muitos pacientes buscam alternativas em outros países, como a Colômbia, que possui uma legislação mais avançada sobre o tema. A questão da cidadania e do direito à escolha também se torna evidente quando comparamos a legislação brasileira com a de outros países.

Reflexões sobre Finitude e Dignidade

A experiência com meu pai me ensinou muito sobre a importância de valorizar cada momento e de lutar por uma morte digna. A questão da finitude é algo que todos nós enfrentaremos, e é fundamental que tenhamos o direito de escolher como queremos viver nossos últimos dias. É essencial que a sociedade brasileira se abra para um debate honesto e transparente sobre a eutanásia, buscando construir uma legislação que proteja os direitos e a dignidade de todos.

A discussão sobre a eutanásia não é fácil, mas é necessária. É preciso quebrar tabus e preconceitos, ouvindo as diferentes perspectivas e buscando um consenso que respeite a autonomia e a liberdade de cada indivíduo. O objetivo final é garantir que todos tenham o direito de ter uma morte digna, sem sofrimento e com respeito às suas escolhas.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.