Regulação da IA no Brasil pode prejudicar treinamento de modelos como o ChatGPT em português

Entenda como a regulação da IA no Brasil pode afetar o treinamento de modelos como o ChatGPT em português e o desenvolvimento tecnológico.
Atualizado há 14 horas atrás
Regulação da IA no Brasil pode prejudicar treinamento de modelos como o ChatGPT em português
Regulação da IA no Brasil: impacto no ChatGPT e no avanço tecnológico. (Imagem/Reprodução: Mobiletime)
Resumo da notícia
    • A regulamentação da IA no Brasil pode restringir o acesso a dados para treinamento de modelos como o ChatGPT em português.
    • Você pode enfrentar dificuldades ao usar ferramentas de IA para responder perguntas com termos regionais ou específicos.
    • O desenvolvimento de novas tecnologias e negócios no Brasil pode ser prejudicado pela falta de modelos eficazes em português.
    • A OpenAI já utiliza o ChatGPT em projetos educacionais e agrícolas no país, mas isso pode ser comprometido.
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A regulamentação da inteligência artificial (IA) no Brasil pode ter um impacto significativo no treinamento de modelos de linguagem como o ChatGPT em português. Josiara Diniz, gerente de Políticas Públicas da OpenAI, levantou essa preocupação durante o 5º Congresso Brasileiro de Internet, promovido pela Abranet em Brasília. O debate central girou em torno das regras para o uso de dados pelos desenvolvedores de IA.

A proposta em discussão prevê que os titulares de dados tenham direito à remuneração, o que abriria a possibilidade para negociações nesse sentido.

Diniz expressou preocupação com a possibilidade de restrição ao acesso de dados para o treinamento de modelos de IA. Ela destacou que o português representa uma pequena fração do conteúdo disponível na internet, entre 0,5% e 2%, sendo o Brasil o maior contribuinte. Para uma empresa global como a OpenAI, que treina seus modelos majoritariamente em inglês, essa quantidade de conteúdo em português já é considerada baixa. A perda de modelos treinados em português seria um grande revés para o Brasil.

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A diretora da OpenAI também alertou para o impacto potencial não apenas para a sua empresa, mas para todas as outras que desenvolvem LLMs (Large Language Models).

“Estamos falando de todas as indústrias que usam inteligência artificial. Impede o desenvolvimento de novas tecnologias e impede que novos negócios sejam criados”, afirmou Diniz.

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Apesar das preocupações com a regulamentação, Diniz ressaltou que as APIs do ChatGPT já estão sendo utilizadas em projetos de letramento digital e apoio à agricultura no Brasil. Além disso, a ferramenta tem grande popularidade entre os brasileiros.

O Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial de uso gratuito do ChatGPT. No ranking pago, o país figura entre os 10 que mais pagam para utilizar a plataforma. “Culturalmente, o brasileiro tem usado a plataforma”, destacou Diniz.

Diniz explicou que, na prática, uma eventual limitação no acesso aos dados poderia dificultar o uso do ChatGPT para responder a perguntas que envolvem termos regionais. “A forma como o PL está sendo construído, nesse ponto específico, preocupa a gente”, concluiu.

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A forma como os direitos autorais serão tratados na regulação da inteligência artificial no Brasil é um ponto crucial que pode afetar significativamente o desenvolvimento e a aplicação de modelos de linguagem como o ChatGPT. A preocupação da OpenAI, manifestada por Josiara Diniz, reflete um debate mais amplo sobre como equilibrar a proteção dos direitos de propriedade intelectual e o incentivo à inovação tecnológica.

A proposta de remunerar os titulares de dados utilizados no treinamento de IAs, embora possa parecer justa à primeira vista, traz consigo potenciais obstáculos. A necessidade de negociação para o uso desses dados pode criar barreiras burocráticas e financeiras que dificultem o acesso das empresas, especialmente as menores, aos recursos necessários para desenvolver modelos de linguagem eficazes em português.

A dependência de dados para o treinamento de modelos de IA é um fator crítico, especialmente para idiomas menos representados na internet. A escassez de conteúdo em português, como apontado por Diniz, torna ainda mais sensível qualquer restrição ao acesso a esses dados. A perda de modelos treinados em português não apenas prejudicaria a OpenAI, mas também limitaria o avanço da IA em diversas indústrias no Brasil.

A regulação da IA no Brasil, portanto, precisa encontrar um equilíbrio que incentive o desenvolvimento tecnológico sem comprometer os direitos autorais. A discussão sobre o acesso aos dados e a remuneração dos titulares é fundamental para garantir que o país possa se beneficiar plenamente do potencial da inteligência artificial, impulsionando a inovação e a criação de novos negócios.

A OpenAI, por sua vez, tem demonstrado um compromisso com o desenvolvimento de tecnologias que beneficiem o Brasil, como os projetos de letramento digital e apoio à agricultura que utilizam as APIs do ChatGPT. A popularidade da ferramenta entre os brasileiros também indica um interesse crescente em explorar as possibilidades da IA.

No entanto, a efetividade dessas iniciativas pode ser comprometida se a regulação da IA no país não for cuidadosamente planejada para garantir o acesso aos dados necessários para o treinamento dos modelos de linguagem. A preocupação da OpenAI, portanto, serve como um alerta para a importância de um debate amplo e transparente sobre o futuro da inteligência artificial no Brasil.

Primeira: Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.