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- A Netflix lançou “Congonhas: Tragédia Anunciada”, relembrando o acidente da TAM em 2007.
- Essa série pode ajudar você a entender as falhas na aviação que levaram ao acidente.
- A tragédia influenciou a segurança aérea e a regulamentação no Brasil, trazendo mudanças significativas.
- O caso ainda ressoa com muitas famílias, sublinhando a importância da memória coletiva sobre o ocorrido.
Em abril de 2025, a Netflix lançou “Congonhas: Tragédia Anunciada”, uma série documental que revisita um dos eventos mais marcantes da história da aviação brasileira: o Acidente da TAM em Congonhas. A produção, dividida em três episódios, explora o fatídico dia 17 de julho de 2007, quando o voo 3054 da TAM colidiu com um prédio da empresa, um caso que até hoje é lembrado com pesar pelas famílias das 199 vítimas.
Além de relembrar a tragédia, a série aborda as mudanças implementadas no setor aéreo brasileiro após o acidente e questiona a falta de responsabilização judicial dos envolvidos, quase duas décadas depois.
Relembre o Acidente da TAM em Congonhas retratado no documentário
O voo 3054 da TAM, operado por um Airbus A320-233, decolou de Porto Alegre com destino ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no dia 17 de julho de 2007. Ao aterrissar, a aeronave não conseguiu frear na pista e colidiu com um prédio da TAM Express e um posto de gasolina, resultando na morte de 187 passageiros e tripulantes, além de 12 pessoas em solo. Este foi o maior acidente da história da aviação brasileira em número de vítimas.
O relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), divulgado em setembro de 2009, apontou uma combinação de fatores como causa do acidente. Entre eles, a configuração incorreta dos manetes pelo piloto e graves problemas de infraestrutura em Congonhas, como a ausência de ranhuras na pista para facilitar a frenagem.
A investigação também revelou que a excessiva autonomia dos instrumentos de navegação e computadores contribuiu para a tragédia. Apesar do recapeamento da pista realizado pela Infraero, as ranhuras (groovings) não foram aplicadas, o que impedia o escoamento da água em dias de chuva.
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Pilotos já haviam alertado sobre os riscos, mas a situação foi ignorada devido ao “Apagão Aéreo” de 2006, que causou atrasos e cancelamentos de voos. Para evitar maiores transtornos, as operações em Congonhas foram mantidas, mesmo com as pistas de pouso em condições inadequadas.
Outro fator que contribuiu para o Acidente da TAM em Congonhas foi um defeito no reversor do motor direito da aeronave, que estava inoperante. A Airbus, fabricante do avião, considerava que o problema não impedia a operação, desde que fosse corrigido em até 10 dias. O relatório final também apontou falhas na comunicação da cabine devido à presença de dois comandantes simultaneamente.
Denise Abreu, diretora da Anac na época, Alberto Fajerman, vice-presidente de operações da TAM, e Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro, diretor de segurança de voo da companhia, foram considerados os principais responsáveis pelo acidente. No entanto, todos foram absolvidos pela Justiça em 2015, sob a alegação de que não houve intenção de causar as mortes.
O que mudou após o Acidente da TAM em Congonhas
O relatório final da investigação, divulgado em 2009, também apontou falhas nos processos de treinamento da TAM e responsabilizou a Anac por não fechar o aeroporto de Congonhas durante as fortes chuvas. A Infraero também foi considerada culpada por liberar a pista sem as ranhuras de escoamento de água.
Após o acidente, as companhias aéreas foram obrigadas a instalar alertas nas aeronaves para indicar a configuração incorreta dos manetes. Em Congonhas, as distâncias de pouso e decolagem foram reduzidas, áreas de escape foram criadas e o uso de pistas sem grooving foi proibido.
O aeroporto passou por reformas para melhorar o escoamento de água, o número de autorizações de pousos e decolagens por hora foi limitado, e a fiscalização das operações aéreas foi intensificada. A Infraero também aumentou a fiscalização das pistas e aprimorou o treinamento das equipes de bombeiros para resgates aéreos.
Angelo Defanti, diretor de “Congonhas: Tragédia Anunciada”, disse em entrevista que decidiu produzir a série em 2016, após visitar o memorial das vítimas. Segundo ele, o local perdeu o significado com o passar do tempo, à medida que as pessoas se esquecem da tragédia e dos responsáveis por ela.
Defanti também se mostrou chocado com a série de erros que levaram ao Acidente da TAM em Congonhas, afirmando que a colisão poderia ter sido evitada. “Não foi um erro isolado, mas uma sucessão de falhas gravíssimas. Conforme estudávamos, renovava-se nosso pasmo”, explicou.
O diretor acredita que é importante revisitar essa ferida aberta da aviação nacional e destacar o lado humano da tragédia. Ele também alerta para os riscos da atual administração privada de Congonhas, que pode priorizar o aumento de voos em busca de lucro, resultando em novos desastres.
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Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via TecMundo