Russell T Davies quer manter Doctor Who inovador em nova temporada

A nova temporada de Doctor Who está chegando, e Russell T Davies, o showrunner que revitalizou a série em 2005, está cheio de ideias para manter o show sempre inovador. Após 20 anos do retorno da série, e com a chegada de uma nova companheira, Belinda, Davies quer garantir que Doctor Who continue a surpreender e encantar o público. Mas, afinal, o que podemos esperar dessa nova fase?

Russell T Davies e a Essência de Doctor Who

Davies quer que o público sinta a alegria que sempre foi a marca registrada de Doctor Who. Seja em planetas distantes, em Miami nos anos 50 ou em qualquer cenário inusitado, a série mantém seu espírito divertido. A cada semana, a Terra está em perigo, mas a forma como a história é contada é o que faz tudo valer a pena.

“Acho que é um grande show que se esforça ao máximo, e quando faz isso, manda a bola para fora do estádio”, brinca Davies, usando uma analogia do baseball para ilustrar o impacto que Doctor Who busca causar.

A Nova Companheira: Belinda Chandra

Uma das grandes novidades desta temporada é Belinda Chandra, interpretada por Varada Sethu, conhecida por seu papel em Andor. Belinda é uma enfermeira que não se impressiona facilmente com o charme do Doutor e está mais preocupada em voltar para a Terra a tempo do seu próximo turno. Essa abordagem traz uma dinâmica diferente em relação à conexão imediata vista entre o 15º Doutor e Ruby Sunday na temporada anterior.

Davies explica que essa mudança foi intencional. Após a chegada de Ruby, era importante mostrar que nem todos os companheiros do Doutor precisam ser extremamente jovens e positivos. “Uma nova audiência assistindo Doctor Who pode pensar que todo companheiro é como Ruby Sunday, que é uma companheira perfeita”, diz Davies.

A ideia é apresentar uma perspectiva mais realista. Imagine abrir a porta da TARDIS e se deparar com um perigo iminente: “Você vai ser jogado de um penhasco, ou ter sua cabeça serrada por um robô, ou ser colocado no ninho de um abutre eletrônico para virar comida. Você vai dizer ‘Eu não gosto disso, me leve para casa!'” Davies completa, “Eu saio [da temporada] pensando que eu seria Belinda. Todos nós queremos imaginar que seríamos Ruby, ou Rose Tyler. Belinda é a que diz ‘Ele é um louco, me tirem daqui, me levem para casa.'”

Uma Nova Dinâmica e Reflexão

Com Belinda ao lado do Doutor, a série ganha uma nova perspectiva sobre sua própria narrativa. Não que Doctor Who vá abandonar sua essência aventureira, mas a presença de uma personagem mais cética permite explorar diferentes nuances e reflexões.

“Isso mostra o programa sob uma luz diferente”, explica Davies. “Mostra o formato sob uma luz diferente, mostra o Doutor sob uma luz diferente — dá a Ncuti material inédito para trabalhar. A chave para programas de longa duração é sempre trabalhar duro para seu protagonista e garantir que ele receba material novo, material que o desafie, material que o faça pensar ‘Eu não acho que já fiz isso antes.’ Acho que é um show útil [para Gatwa] estar… ele é um ator ilimitado, que pode lidar com absolutamente tudo que você joga nele, e recebe todas essas mudanças de braços abertos.”

Além das mudanças no elenco, a equipe por trás das câmeras também está diferente. Na temporada de 2024, Davies escreveu a maioria dos episódios, com apenas dois sendo assinados por outros roteiristas. Nesta temporada, metade dos episódios são de outros autores.

Davies destaca a importância de trazer novas vozes para a série: “Cada escritor traz um sopro de ar fresco, um lado diferente do Doutor, uma perspectiva diferente sobre os acontecimentos”. Ele menciona o prazer de trabalhar com pessoas como Inua Ellams, Juno Dawson, Sharma Angel Walfall e Peter Tighe, que enriquecem o universo de Doctor Who com suas visões únicas.

“Isso mantém o show girando, mantém ele animado. Me mantém animado”, continua Davies. “Eu sou um escritor e não há ninguém com quem eu preferiria sentar e conversar do que com escritores. Escritores não têm muitas oportunidades de sentar e conversar com outros escritores. Tendemos a viver em nossos próprios círculos. É um processo muito saudável e acho que nos proporcionou uma grande variedade de histórias.”

O Legado de Russell T Davies e o Futuro de Doctor Who

É essa vontade de sempre inovar que mantém Doctor Who relevante por tanto tempo. Para Davies, ver o impacto da série nas pessoas é algo gratificante. Ele relembra como muitos estudantes que o encontram em Manchester, onde mora, expressam o quanto amavam o show quando crianças.

“Eu literalmente estava dizendo, onde eu moro em Manchester é na rua da Universidade de Manchester, então eu caminho por uma rua que me leva até a cidade e passo pela maior população estudantil da Europa. E muitos estudantes assistiram e amaram quando crianças”, reflete Davies. “Eu sou um homem de sorte, eu sou como o Flautista de Hamelin. Eles me param na rua e dizem o quanto amam.”

“Eu sou o homem mais sortudo da Grã-Bretanha, eu acho, por ter pessoas me parando na rua e me dizendo o quanto Who significou para elas quando eram crianças. Que isso continue por muito tempo! Eu sempre penso que tem alguma criança de oito anos assistindo pela primeira vez, que estará tão maravilhada e cativada.” Para saber mais sobre o universo de séries, você pode conferir novidades sobre a terceira temporada confirmada pela HBO.

A nova temporada de Doctor Who estreou no Disney+ mundialmente e na BBC One e BBC iPlayer no dia 12 de abril.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Gizmodo

André Luiz

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.