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- Muitas pessoas estão conectadas à internet, mas não entendem a lógica da inteligência artificial que influencia suas vidas digitais.
- Você precisa conhecer a IA para evitar manipulações e decisões automáticas que podem afetar suas escolhas e privacidade.
- A falta de alfabetização em IA pode aumentar a vulnerabilidade individual e social diante dos algoritmos e suas decisões.
- Empresas, governos e instituições devem promover a educação para garantir transparência e proteção da cidadania digital.
Você usa seu celular o dia todo, confere redes sociais, pede comida e assiste a vídeos. Parece que está totalmente por dentro do mundo digital, certo? Nem sempre. A grande questão hoje não é quem está fora da internet, mas sim quem está conectado sem realmente entender a lógica por trás de tudo isso, especialmente com o avanço da inteligência artificial.
A Nova Frente da Alfabetização Digital
No cenário atual, onde a inteligência artificial (IA) está por toda parte, essa falta de compreensão se torna ainda mais evidente. Muitos profissionais, sem perceber, entregam o controle de suas escolhas e até informações de suas carreiras a algoritmos. Estes sistemas, muitas vezes, não os compreendem bem ou não enxergam a imagem completa.
Essa é a essência do que chamamos de alfabetização em inteligência artificial. É um novo tipo de analfabetismo digital que surge quando a interação com a tecnologia se aprofunda, mas o entendimento sobre seu funcionamento não acompanha.
Estudos indicam que cerca de metade das pessoas que usam serviços digitais intensamente não entendem a IA por trás deles. Essa combinação de uso frequente e pouca compreensão pode ser um risco. Ela torna as pessoas mais vulneráveis a manipulações sutis e a decisões automáticas que podem ser incorretas ou tendenciosas.
A integração de IA em diversas plataformas, por exemplo, mostra como os algoritmos podem influenciar o que vemos. Por isso, saber como eles funcionam é fundamental para não ser um alvo fácil.
Entendendo a Inteligência Artificial e seus Impactos
Antigamente, a alfabetização digital se resumia a saber navegar em sites, usar aplicativos, criar conteúdo básico e proteger senhas. Hoje, isso já não basta. A nova fronteira é a alfabetização em inteligência artificial.
Isso significa ter, pelo menos em um nível conceitual, uma noção sobre o papel dos dados, dos algoritmos, dos modelos preditivos, dos vieses, das métricas de acurácia e dos limites das máquinas. Esse vocabulário não é apenas técnico; ele decide sobre crédito, vagas de emprego, as notícias que aparecem nas redes sociais e até a relação das pessoas com o governo.
Ao entender a IA, mesmo que não seja um especialista técnico, o indivíduo ganha a capacidade de fazer perguntas importantes. Ele pode, por exemplo, exigir mais transparência e se recusar a ser apenas um “objeto de cálculo” para os sistemas.
A adoção da IA tem sido muito rápida, mas o conhecimento sobre ela não. O AI Index 2025, do Instituto de IA Centrada em Humanos de Stanford, mostra que 78% das empresas usaram IA em 2024, um aumento grande em relação aos 55% do ano anterior.
A tecnologia já funciona como uma estrutura essencial para negócios, serviços e governos. É claro que o mundo corporativo avança mais rápido, enquanto cidadãos e trabalhadores ainda não têm as ferramentas para entender o que essas soluções fazem com seus dados e com seu futuro.
Por exemplo, a integração de IAs como o Google Gemini em navegadores mostra como a tecnologia se torna parte do dia a dia, muitas vezes de forma imperceptível.
O Cenário Brasileiro e a Necessidade de Compreensão
O Brasil é um bom exemplo do novo analfabetismo digital. De acordo com a PNAD Contínua TIC 2024, do IBGE, 89,1% das pessoas com 10 anos ou mais usaram a internet nos três meses anteriores à pesquisa. Isso representa cerca de 168 milhões de brasileiros conectados.
A ideia da exclusão digital, que antes era sobre “não ter internet”, mudou para algo mais complexo. A maioria está conectada, mas uma parte significativa ainda segue a lógica das plataformas sem um pensamento crítico. As diferenças sociais acendem um alerta importante.
Entre pessoas sem instrução, apenas 46,0% usaram a internet. Já entre quem tem ensino superior incompleto, o número chega a 97,9%, e entre os com superior completo, 97,2%. Quando a IA se torna comum sobre essa base desigual, a diferença de informação transforma a falta de educação em pouca autonomia diante dos algoritmos.
A alfabetização em inteligência artificial envolve diversas habilidades práticas. Inclui a compreensão básica de como os dados alimentam os modelos de IA, além da capacidade de questionar padrões personalizados demais em
É importante entender que os vieses presentes em dados antigos podem ser repetidos em decisões algorítmicas, afetando mais os grupos que já sofrem discriminação. Ter a capacidade de ligar casos individuais a problemas maiores, em vez de pensar que “o algoritmo só errou comigo”, é crucial para uma verdadeira compreensão da IA.
Por exemplo, é útil saber como interagir com ferramentas de IA como o ChatGPT, mas também entender o que acontece por trás da interface. É essa clareza que nos dá mais controle sobre a tecnologia que usamos diariamente.
Responsabilidade e o Futuro da Cidadania Digital
As organizações também têm uma grande responsabilidade, que cresce junto com sua influência. Empresas, governos e instituições de ensino, que contam com especialistas em IA, precisam investir em programas de formação para o público em geral. Isso vai além das ações de marketing tradicionais.
Mostrar como a IA é usada em processos de seleção, aprovação de crédito, definição de preços e moderação de conteúdo não é uma ameaça para a competitividade. É um compromisso básico com a cidadania digital, garantindo que as pessoas entendam o que está acontecendo.
Grandes empresas e universidades já têm conhecimento suficiente para criar cursos acessíveis sobre IA, em português, para diferentes públicos. Isso inclui adultos que não estão mais na escola formal, permitindo que mais pessoas se familiarizem com o tema e seus impactos.
A falta de entrega de recursos de IA prometidos em produtos como o Galaxy S25 também mostra a necessidade de transparência. Os usuários precisam saber o que esperar e o que realmente recebem ao usar tecnologias com IA.
A nova divisão digital não é entre quem tem ou não internet, mas entre quem consegue enxergar a IA e quem apenas vive dentro dela, sem entender. De um lado, estão os cidadãos que sabem fazer perguntas sobre a tecnologia e exigem mais clareza, recusando usos que considerem abusivos. Eles pedem mais regulamentação e transparência total.
Do outro lado, estão as pessoas que acham que as decisões dos algoritmos são apenas “destino”. Elas podem confundir notícias falsas criadas por IA com opiniões verdadeiras, e veem sua própria autonomia diminuir com notificações e sugestões irresistíveis. A primeira situação oferece uma espécie de “imunidade”, enquanto a segunda deixa as pessoas vulneráveis a qualquer campanha de manipulação.
Para o CEO do Google, a IA pode tornar até a programação mais acessível e divertida, o que reforça o potencial educativo da tecnologia. Mas para que isso aconteça de forma positiva, a compreensão do público é fundamental.
O novo analfabetismo digital não é um problema inevitável, mas sim o resultado de escolhas. Governos que atrasam as políticas de educação em IA, empresas que veem a transparência como um problema e sistemas de ensino que demoram para atualizar seus currículos contribuem para essa diferença entre quem controla a tecnologia e quem apenas a usa.
A alfabetização em inteligência artificial precisa ter a mesma importância que aprender a ler e escrever. Sem ela, a pessoa pode até ler contratos, mas não entende que algoritmos já definiram seu limite de crédito. Ela vê as redes sociais, mas não percebe que cada rolagem alimenta um modelo. Pode votar, mas não consegue diferenciar uma voz humana de uma voz clonada por IA.
A IA é uma camada fundamental da vida no século XXI. Se tratarmos a alfabetização em IA como um direito de todos, conseguiremos proteger nossa autonomia. Se a deixarmos apenas para os especialistas, aceitaremos viver sob o controle dos algoritmos.
De forma clara: quem não entende a inteligência artificial transforma sua própria liberdade em algo a ser calculado por outros. Defender nossa cidadania exige educação, regulamentação e transparência. Sem esses três pilares, o analfabetismo digital prevalece e nos torna meros observadores das decisões que moldam nosso futuro.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

