Smartwatches e smart rings: quando realmente fazem diferença no seu dia a dia

Descubra quando smartwatches e smart rings são necessários para melhorar sua saúde e estilo de vida.
Atualizado há 11 horas
Smartwatches e smart rings: quando realmente fazem diferença no seu dia a dia
(Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Dispositivos wearable como smartwatches e smart rings oferecem funções inteligentes integradas ao cotidiano.
    • Você pode usar esses aparelhos para acompanhar saúde, sono e atividades físicas, incentivando um estilo de vida mais ativo.
    • A precisão dos dados pode variar e a privacidade é uma preocupação importante para os usuários.
    • Dispositivos são mais indicados para quem quer um incentivo à saúde ou precisa de soluções específicas, não sendo essenciais para todos.
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Dispositivos wearable são tecnologias vestíveis que se integram ao seu dia a dia, transformando-se em parte do seu estilo enquanto oferecem funções inteligentes. Os mais conhecidos atualmente são os smartwatches e os smart rings. Empresas como Apple, Samsung e Xiaomi atuam forte nesse mercado. Mas a pergunta é: esses aparelhos são realmente necessários para a maioria das pessoas? Vamos explorar isso.

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A verdadeira funcionalidade dos dispositivos inteligentes

Quem usa relógios inteligentes costuma apontar funções como monitoramento de batimentos cardíacos, acompanhamento do sono e contagem de passos como as principais vantagens. Essas informações, de fato, são úteis no dia a dia para quem busca um controle maior sobre a saúde e o bem-estar.

Ter esses dados em mãos pode ajudar a identificar um pico de batimentos durante uma crise de ansiedade ou a verificar a qualidade do seu descanso noturno. Além disso, é possível monitorar o nível de atividade física ao longo do dia, incentivando uma rotina mais ativa.

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Um estudo de 2019, que analisou a incorporação do eletrocardiograma (ECG) em smartwatches, concluiu que esse recurso facilita a promoção da saúde. Ele encoraja as pessoas a adotarem uma postura mais ativa em relação ao seu próprio bem-estar e a tomarem medidas preventivas.

O acesso facilitado a esses dados pode despertar o interesse em melhorar a saúde de forma geral. Isso pode levar a decisões como reduzir o consumo de bebidas energéticas, dar mais atenção à higiene do sono ou simplesmente buscar uma vida mais ativa.

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É também um ótimo incentivo para quem já pratica ou quer começar uma atividade física ou esportiva. Exercícios cardiovasculares, como a corrida e o ciclismo, por exemplo, se beneficiam muito da possibilidade de acessar essas informações em tempo real durante o treino.

Desafios e a precisão dos dados

Apesar dos benefícios, o acesso constante a dados de saúde também pode gerar preocupações para algumas pessoas. Se um usuário se sente mal e percebe que seu batimento cardíaco está um pouco acima do normal, isso pode facilmente desencadear uma crise de ansiedade.

Mas será que esses dados são realmente precisos? Essa é uma das maiores dúvidas de quem pensa em adquirir um desses dispositivos. Afinal, se o objetivo é monitorar a saúde, a certeza de que as informações são corretas, ou o mais próximas da realidade possível, é fundamental.

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Contudo, a realidade pode não ser bem essa. O mesmo estudo de 2019, que mencionamos anteriormente, aponta desafios significativos. Entre eles, a falta de dados sobre desfechos clínicos, a ocorrência de falsos positivos e as preocupações com a privacidade dos dados coletados.

Para comprovar isso, nem é preciso ir muito longe. O conhecido youtuber Marques Brownlee realizou testes de contagem de passos com vários wearables diferentes em mais de uma ocasião. Os resultados mostraram variações consideráveis entre os modelos.

Outro estudo, da Universidade de Stanford, em 2017, indicou que os dados de batimentos cardíacos são confiáveis, com uma margem de erro de apenas 5%. No entanto, ele também revelou que nenhum dos dispositivos avaliados foi capaz de estimar corretamente os gastos energéticos em qualquer tipo de atividade. Uma revisão sistemática de 2022 apresentou resultados semelhantes, confirmando a dificuldade de medição de gasto calórico.

Existem também situações específicas que podem levar a medições imprecisas. Se o usuário tiver tatuagens na área do sensor do aparelho ou um tom de pele mais escuro, a coleta de informações pode ser prejudicada. Casos curiosos também são relatados, como um estudo saudita de 2023. Ele concluiu que as medições de saturação de oxigênio no sangue em crianças eram imprecisas por causa do tamanho menor de seus pulsos.

Privacidade e a abordagem do marketing

Diante desses fatos, fica claro que a confiabilidade desses dispositivos pode não ser total. E o cenário pode piorar, principalmente no que diz respeito à privacidade. O médico e influencer Doctor Mike, em entrevista ao podcast Waveform, alertou sobre a falta de direcionamento claro para as empresas. Não há regras definidas sobre o que elas devem fazer com os dados coletados.

Muitas vezes, existe o que se poderia chamar de uma “abordagem questionável” no marketing. As empresas lançam funcionalidades novas sem comprovação científica de sua eficácia. O processo de validação é caro e demorado, e ainda pode revelar a ineficácia dos recursos.

Apesar disso, grandes investimentos são feitos em campanhas de marketing. Elas frequentemente divulgam que o dispositivo “salvou vidas” ou que um novo recurso é “essencial”, criando uma percepção de necessidade que pode não corresponder à realidade comprovada.

O potencial no ambiente acadêmico

Felizmente, nem tudo é incerteza. O meio acadêmico tem encontrado formas de aproveitar esses dispositivos para o bem, e muitos tratamentos estão sendo desenvolvidos com o auxílio deles.

Um artigo publicado em 2015 mostrou uma análise preliminar com resultados promissores. Ele explorava o uso de um smartwatch em terapias da fala para pessoas com Parkinson, sugerindo um futuro para a aplicação desses dispositivos em áreas terapêuticas.

Outro estudo, de 2019, indicou uma resposta positiva na coleta de dados de pacientes idosos que sofrem de dores crônicas, como a artrose. A portabilidade, a facilidade de acesso e o custo significativamente menor em comparação com os smartphones foram pontos positivos destacados. Há, inclusive, pesquisas focadas no desenvolvimento de algoritmos para detecção automatizada de fibrilação atrial, uma arritmia cardíaca considerada grave.

Então, o Smartwatch é desnecessário para você?

A intenção aqui não é afirmar que esses dispositivos são inúteis. A questão é que, para a maioria das pessoas, é provável que não sejam tão necessários quanto se imagina. Tudo vai depender do quanto você está disposto a usá-los como um incentivo para mudar seu estilo de vida.

É claro que você pode comprá-lo por um motivo que não seja ligado à saúde, como a estética. São aparelhos visualmente atraentes, que se integram bem ao visual e podem adicionar um toque tecnológico. Essa é uma opção válida, mas é preciso reconhecer que, sob essa perspectiva, ele se torna funcionalmente desnecessário.

Às vezes, pode ser mais vantajoso investir em um relógio mais tradicional, como um Casio ou Naviforce. Assim, você evita gastar muito em um aparelho de alta tecnologia cujas funcionalidades, na prática, podem não ser utilizadas.

Posso parecer contraditório, pois, mesmo com todas essas considerações, estou sempre com um smartwatch no pulso. O motivo é bem pessoal: meu celular parou de vibrar há um tempo. Como ele está sempre no silencioso, eu ficava incomunicável por horas. O smartwatch se tornou a solução mais acessível e prática para resolver esse problema na época.

No final das contas, o que quero dizer é que, para a maioria das pessoas, um smartwatch pode ser um item dispensável. Os dados podem ser imprecisos e a privacidade, comprometida. Ele acaba sendo, na prática, um acessório estético e tecnológico com algumas funções interessantes, mas não algo pelo qual você deva se esforçar demais para adquirir. A menos, é claro, que ele realmente ajude a impulsionar uma vida mais ativa e saudável. Ou, se seu celular também parar de vibrar.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.