Com a chegada do iPhone 16e, a discussão sobre a tecnologia eSIM ganhou força. A promessa de mais segurança, praticidade e facilidade para viajantes esbarra em obstáculos impostos pelas operadoras e pela falta de padronização entre as fabricantes de celulares. Será que Apple, Samsung e Google podem se unir para resolver o problema com eSIM e entregar a experiência que os usuários esperam?
O Futuro dos SIMs nas Mãos das Gigantes da Tecnologia
Afinal, o que esperar dos eSIMs? A ideia original era revolucionar a forma como nos conectamos, oferecendo uma alternativa mais segura e prática aos tradicionais SIM cards físicos. A realidade, no entanto, tem se mostrado bem diferente, com muitos desafios e frustrações para os usuários, principalmente para quem viaja com frequência.
A proposta inicial dos eSIMs era simples: reduzir o espaço ocupado pelos chips físicos nos aparelhos, diminuir os riscos de fraude em caso de perda ou roubo do celular e simplificar a troca de operadora. As operadoras, no entanto, alegam que os chips virtuais são mais seguros, já que estariam vinculados ao aparelho, dificultando o uso em caso de roubo ou perda.
A grande vantagem dos eSIMs seria a facilidade para viajantes, que poderiam contratar planos locais ao chegar em um novo país, sem a necessidade de procurar por um SIM card físico. Imagine poder ativar um plano de dados ainda dentro do avião, ou recuperar seu número em minutos caso perca o celular durante a viagem. Seria um sonho, certo?
A experiência atual com eSIMs para viajantes, porém, está longe do ideal. Embora algumas empresas ofereçam eSIMs em determinados países, a maioria exige a apresentação de documentos de identificação, o que dificulta a adesão. Algumas soluções, como Airalo, Holafly e Nomad, oferecem eSIMs para uso em roaming, mas são apenas paliativos.
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A situação se complica ainda mais com as operadoras, que nem sempre oferecem eSIMs para turistas e, mesmo quando oferecem, exigem a ativação prévia de um SIM card físico. Para que o futuro eSIM-only se torne realidade, é preciso que essa lógica mude completamente. A Apple, por exemplo, já adotou o eSIM exclusivo nos Estados Unidos, mas a experiência ainda não é a ideal.
Com o lançamento do iPhone 14, a Apple eliminou a gaveta para SIM cards físicos nos modelos vendidos nos Estados Unidos, apostando em um futuro totalmente digital. A expectativa era que outros países seguissem o mesmo caminho, mas isso não aconteceu e nem deve acontecer tão cedo. Para muitos, essa mudança representou mais um passo em direção a um futuro inevitável, mas será que estamos realmente prontos para ele?
A experiência com os iPhones eSIM-only tem se mostrado frustrante para muitos usuários. As operadoras oferecem pacotes de roaming internacional que reduzem a necessidade de um SIM card local, mas a ativação e transferência de um eSIM ainda é um processo complicado e, muitas vezes, inviável. No fim das contas, o eSIM-only tem beneficiado mais as operadoras do que os consumidores.
A portabilidade facilitada é algo importante para o consumidor, e é possivel dividir contas de telefone entre amigos de forma mais eficiente. Porém, é preciso que a tecnologia funcione bem para isso.
Problema com eSIM: Uma Solução Transversal
Uma parceria entre Apple, Google e Samsung seria a solução ideal para resolver o problema com eSIM. As três empresas poderiam trabalhar juntas para criar um padrão único e global, que permitisse a troca de eSIMs entre diferentes aparelhos e operadoras de forma simples e transparente. Apesar de parecer improvável, já existem precedentes de colaboração entre essas gigantes da tecnologia.
Em 2021, Apple e Google se uniram para permitir o rastreamento de AirTags desconhecidos em aparelhos Android, em resposta às preocupações sobre o uso indevido dos rastreadores da Apple. Essa parceria mostrou que, quando há um objetivo comum e urgente, as empresas conseguem deixar a rivalidade de lado e trabalhar juntas.
A Samsung, como a maior fabricante de celulares do mundo, é peça fundamental nessa equação. Se a empresa coreana seguisse o exemplo da Apple e adotasse o eSIM-only em seus aparelhos, as operadoras seriam forçadas a melhorar suas práticas relacionadas aos eSIMs. No entanto, a colaboração do Google seria essencial para garantir uma experiência verdadeiramente unificada.
Imagine poder trocar seu SIM entre um iPhone e um celular Android sem precisar entrar em contato com a operadora. Mesmo que a ativação inicial do eSIM ainda exigisse a verificação de identidade pelo provedor de telefonia, a simples possibilidade de transferir o chip virtual de forma rápida e fácil já seria um grande avanço.
O Que Esperar do Futuro dos SIMs?
A solução definitiva seria a criação de um padrão multiplataforma para o provisionamento de eSIMs, que permitisse a identificação dos clientes pelas operadoras e a ativação de um eSIM em qualquer operadora, mesmo em roaming. Para isso, as grandes fabricantes de celulares precisariam forçar a adoção do novo padrão, assim como fizeram com o nano-SIM no passado.
Embora a ideia de armazenar vários SIM cards em um único aparelho seja interessante, a experiência de transferir um eSIM para um novo celular ainda é bastante frustrante. O objetivo original do padrão GSM era justamente facilitar a troca de serviço entre aparelhos, mas, de alguma forma, essa facilidade se perdeu no caminho.
A necessidade de economizar espaço interno nos celulares é uma das justificativas para a adoção do eSIM, mas essa alegação não se sustenta. O iPhone 16e, por exemplo, não possui as antenas mmWave, mas também não trouxe de volta a gaveta para SIM cards físicos. A verdade é que a decisão de eliminar o chip físico tem mais a ver com as preferências das operadoras do que com as limitações técnicas dos aparelhos.
Apesar de todos os desafios, ainda há esperança de que o problema com eSIM seja resolvido. Em uma viagem durante o MWC, o autor do artigo teve seu iPhone roubado e descobriu que, embora suas operadoras dos EUA e do Reino Unido não permitissem a ativação de um novo eSIM em roaming, o Google Fi facilitou o acesso ao seu número de telefone. Isso mostra que não há impedimento técnico para a ativação de um eSIM no exterior, apenas falta de vontade das operadoras.
Diante desse cenário, as fabricantes de celulares precisam tomar uma decisão conjunta sobre o futuro dos SIM cards. Ou abandonamos de vez a ideia de um futuro eSIM-only, ou as grandes empresas se unem para resolver os problemas de uma vez por todas. Caso contrário, continuaremos reféns de uma tecnologia que, em vez de facilitar, só complica a nossa vida.
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Via Digital Trends