TCU arquiva pedido de auditoria sobre acordo da Telebras com SpaceSail

TCU decide arquivar pedido de auditoria sobre o acordo entre Telebras e SpaceSail, alegando falta de evidências.
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TCU arquiva pedido de auditoria sobre acordo da Telebras com SpaceSail
Resumo da notícia
    • O TCU arquivou o pedido de auditoria sobre o acordo entre Telebras e SpaceSail, alegando falta de indícios de irregularidades.
    • Essa decisão impacta a transparência e fiscalização dos acordos públicos, especialmente em tecnologia e comunicação.
    • O tema continua a ser debatido na Câmara, e uma nova avaliação pode ocorrer no futuro.
    • A SpaceSail deve iniciar operações no Brasil em 2026, o que pode trazer novas opções ao mercado de conectividade.
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O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu não seguir adiante com o pedido de investigação do acordo entre Telebras e SpaceSail, uma empresa chinesa que atua no setor de conexão via satélite e que concorre com a Starlink. O pedido havia sido feito pelo deputado Filipe Barros (PL-PR). A decisão foi tomada devido à falta de evidências de irregularidades e à inadequação do pedido. No entanto, o TCU não descarta a possibilidade de uma nova avaliação no futuro.

Barros solicitou uma auditoria especial e fiscalização do acordo entre Telebras e SpaceSail, alegando que faltava transparência no processo, que havia um impacto estratégico em áreas cruciais para a soberania nacional e que poderiam ocorrer prejuízos financeiros ao governo.

O deputado se referiu ao acordo entre Telebras e SpaceSail como um “contrato”, mas, na verdade, trata-se de um Memorando de Entendimentos. Neste documento, as empresas manifestam a intenção de “explorar a possibilidade de desenvolver um projeto para compartilhar novas infraestruturas espaciais que atendam às necessidades da República Federativa do Brasil e que garantam a independência e autonomia do Estado para o desenvolvimento de programas de políticas públicas voltados para a eliminação da divisão digital”.

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Além disso, o memorando aborda projetos com universidades e o diagnóstico, “em termos técnicos e econômicos, das necessidades atuais e futuras da demanda por conectividade satelital”.

A SpaceSail ainda não opera no Brasil, mas planeja lançar seus serviços no país em 2026, conforme informações do Ministério das Comunicações. Para isso, a empresa precisa obter autorização da Anatel, o que ainda não aconteceu. Apesar disso, o assunto ganhou destaque no debate político porque a SpaceSail é uma das principais concorrentes da empresa de Elon Musk no mercado de constelação de satélites em órbita terrestre baixa (LEO), uma capacidade estratégica para a inclusão digital em áreas remotas.

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Ao analisar o pedido, a área técnica do TCU concluiu que “os fatos narrados não se encontram acompanhados dos indícios concernentes à irregularidade ou ilegalidade”. Além disso, apontou que o deputado não tinha a prerrogativa, conforme o regimento interno, para solicitar uma auditoria. Como deputado, ele pode fazer representações ao TCU, mas não exigir uma apuração desse tipo, que é uma atribuição dos presidentes do Legislativo ou de comissões.

A área técnica ressaltou, no entanto, que o mesmo tema já está sendo tratado em uma Solicitação de Informação ao TCU (SIT 84/2024), que tramita na Câmara. Esse instrumento é adequado para ser utilizado por deputados, mas ainda precisa ser aprovado. O relator na Corte, ministro Aroldo Cedraz, também reforçou essa observação ao acatar os apontamentos técnicos no acórdão.

Detalhes do Questionário ao MCom

Em janeiro, o deputado Barros recebeu as respostas de um questionário enviado à Telebras sobre o acordo entre Telebras e SpaceSail, após um requerimento ao MCom. A estatal respondeu que o memorando “possui caráter exclusivamente exploratório, voltado para a realização de estudos e troca de informações técnicas e comerciais”. Portanto, “não se trata, por ora, de uma escolha de fornecedor ou parceiro estratégico, mas de uma iniciativa que busca ampliar conhecimento sobre tecnologias emergentes no setor de telecomunicações”.

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“A Telebras, em sua atuação como integradora de soluções satelitais, agrega recursos de diversos operadores, nacionais e internacionais, visando atender às demandas específicas de seus clientes com flexibilidade e eficiência. Nesse sentido, o MoU reflete o interesse em ampliar o leque de opções disponíveis, fortalecendo a capacidade de oferecer serviços de alta qualidade e inovação, sempre em conformidade com os normativos aplicáveis e sem a imposição de exclusividade a qualquer empresa”, informou a estatal em comunicado assinado pelo então presidente, Frederico Siqueira.

No ofício, a Telebras também informou que “caso os estudos evoluam para propostas concretas que impliquem impacto em áreas sensíveis, a Telebras assegura que todas as avaliações técnicas e estratégicas serão realizadas, observando rigorosamente os preceitos de segurança nacional e cibernética, em conformidade com as políticas públicas vigentes”.

Enquanto isso, em Xangai…

No mesmo dia em que o TCU tomou a decisão de arquivar o pedido de auditoria, representantes do governo federal, em viagem à China, se reuniram com executivos da SpaceSail. A Casa Civil, responsável por coordenar a comitiva brasileira, expressou a expectativa de ampliar as parcerias para o desenvolvimento de tecnologias e atividades aeroespaciais no Brasil, indo além do memorando já firmado com a Telebras.

Segundo nota divulgada pela Casa Civil, o ministro Rui Costa afirmou que “é de interesse do governo que a prestação de serviços da SpaceSail seja acelerada no Brasil”. A empresa é vista como uma parceira promissora na estratégia de atrair serviços de lançamento de satélites para o país.

A Casa Civil informou que os próximos acordos poderão incluir colaborações entre a SpaceSail e o Centro de Pesquisa do Senai Cimatec, que é ligado à Confederação Nacional da Indústria (CNI). O novo ministro das Comunicações, Frederico Siqueira Filho, também reafirmou a previsão da SpaceSail de iniciar seus serviços de satélite no Brasil em 2026, conforme anunciado durante a assinatura do memorando com a Telebras no ano passado.

O acordo entre Telebras e a SpaceSail foi negociado durante uma visita a Xangai em outubro, quando Juscelino Filho era o ministro das Comunicações. Além de Siqueira, a comitiva da “Missão China”, como o governo chamou a viagem, incluiu membros da Petrobras, BNDES e dos ministérios dos Transportes, Saúde, Minas e Energia, e da Indústria e Comércio.

Na segunda-feira, 28, o chefe do MCom mencionou o plano de data centers em elaboração interministerial a representantes da plataforma Kwai. O governo está aproveitando as agendas com investidores e empresas de tecnologia para sinalizar um ambiente favorável no país para o desenvolvimento de infraestrutura digital.

Primeira: Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

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