Tecnologias que a Xiaomi retirou discretamente de seus celulares

Conheça as tecnologias que a Xiaomi deixou de usar em seus smartphones para modernizar seus produtos.
Atualizado há 10 horas
Tecnologias que a Xiaomi retirou discretamente de seus celulares
(Imagem/Reprodução: Xiaomitime)
Resumo da notícia
    • A Xiaomi descontinuou cinco tecnologias importantes para modernizar seu ecossistema de smartphones e IoT.
    • Você deve estar atento às mudanças para aproveitar os avanços em desempenho e conectividade nos novos aparelhos.
    • Essa evolução impacta diretamente a experiência dos usuários com maior integração e suporte a hardware recente.
    • A estratégia reforça o posicionamento da Xiaomi no mercado global e o foco em inteligência artificial e veículos elétricos.

A estratégia de longo prazo da Xiaomi para a inovação sempre combinou a experimentação rápida com a capacidade de descontinuar tecnologias que já não se alinham aos objetivos maiores do seu ecossistema. Desde uma empresa focada em software até se tornar uma fabricante global de smartphones e AIoT, a Xiaomi deixou de usar diversos recursos de hardware e software para modernizar sua plataforma. Este artigo explora cinco tecnologias que a empresa não utiliza mais, mostrando como cada decisão moldou sua direção estratégica.

O Fim da MIUI e a Chegada do HyperOS

Em 2010, a Xiaomi lançou sua primeira interface oficial, a MIUI. Ao longo de mais de uma década, ela conquistou mais de 500 milhões de usuários ativos mensalmente, tornando-se uma parte importante da identidade da Xiaomi. Contudo, em 2023, o design do sistema atingiu seu limite estrutural. Foi então que a Xiaomi apresentou o HyperOS como sua arquitetura unificada.

Essa nova arquitetura abrange smartphones, dispositivos IoT e até mesmo veículos elétricos. A transição não teve relação com problemas de desempenho, mas sim com necessidades estratégicas para o futuro da empresa. O HyperOS unifica sob uma única estrutura o Xiaomi HyperConnect, as bases do Vela IoT e os sistemas veiculares.

Isso deu à Xiaomi a oportunidade de otimizar a interconectividade entre os dispositivos, melhorar o desempenho de todo o sistema e modernizar suas futuras capacidades de inteligência artificial. A versão global do HyperOS mantém muitas semelhanças com a interface da MIUI, oferecendo uma experiência familiar aos usuários.

Já a variante chinesa do sistema, no entanto, apresenta recursos mais aprofundados assistidos por inteligência artificial, além de reescritas extensivas no sistema. Essa abordagem visa atender às particularidades do mercado chinês e explorar o máximo potencial da integração de tecnologias.

Evolução de smartphones Xiaomi: Impacto no Ciclo de Vida dos Dispositivos

A partir do HyperOS 3, o sistema operacional baseado no Android 16 marcou o início da descontinuação do suporte para modelos mais antigos. Isso incluiu a série Xiaomi 11, a geração Redmi Note 11 e a série Xiaomi Pad 5. Essa medida está alinhada aos planos de longo prazo da empresa.

O objetivo é manter o ecossistema tão estável quanto o da Apple, com uma integração mais estreita entre smartphones, tablets e até veículos. Além disso, essa decisão direciona os usuários para hardwares mais recentes, capazes de suportar a arquitetura completa do HyperOS.

Ao incentivar a migração para dispositivos mais novos, a Xiaomi garante que os usuários possam aproveitar todos os avanços e otimizações do sistema. Isso contribui para uma experiência tecnológica mais fluida e atualizada. A empresa busca, com isso, uma maior coesão e eficiência em toda a sua linha de produtos conectados.

Essa estratégia reflete o compromisso da Xiaomi em manter seu ecossistema moderno e relevante. Ao mesmo tempo, garante que os recursos mais recentes de inteligência artificial e conectividade sejam aproveitados ao máximo nos novos aparelhos. É um movimento para o futuro da plataforma da marca.

O Auge e a Queda das Câmeras Pop-Up

A busca por telas com visualização sem entalhes ou furos, onde a tela ocupa quase toda a frente do aparelho, popularizou as câmeras frontais pop-up. A Xiaomi foi uma das empresas que mais investiu nesse design com modelos como o Mi 9T e o Redmi K20.

Esses celulares contavam com mecanismos motorizados que entregavam telas AMOLED sem bordas. A ideia era oferecer uma experiência visual imersiva e sem interrupções. No entanto, o design com câmera pop-up logo encontrou alguns desafios técnicos.

Os sistemas pop-up exigiam mais espaço físico dentro do telefone. Isso adicionava complexidade para acomodar a capacidade da bateria, o posicionamento da antena 5G e o gerenciamento térmico. Além disso, esses dispositivos apresentavam desafios em relação à resistência à água, durabilidade e à experiência do usuário em longo prazo.

O mecanismo da câmera também tornava o desbloqueio biométrico mais lento. Com a expansão das redes 5G, o espaço interno dos telefones se tornou ainda mais valioso, levando os fabricantes a buscar alternativas. As telas com furos (punch-hole) surgiram como uma solução.

Essas telas ofereciam menor custo de produção, maior confiabilidade e melhor certificação IP contra água e poeira. A Xiaomi, então, decidiu encerrar seu programa de câmeras pop-up e padronizou as abordagens de tela mais modernas em toda a sua linha de produtos.

Lente Líquida: Uma Ideia Promissora com Limitações

A tecnologia de lente líquida foi introduzida com o Xiaomi Mi Mix Fold. Essa solução óptica, inspirada no olho humano, tinha como objetivo combinar recursos de telefoto e fotografia macro em um único módulo de câmera. Para isso, utilizava um fluido que mudava de forma dentro de uma lente selada.

Apesar de ser um conceito avançado, o hardware da lente líquida apresentou algumas limitações importantes. Os custos de fabricação eram altos, e o design suportava apenas sensores pequenos, com tamanho máximo de aproximadamente 1/1.8 polegadas. Isso impossibilitou a Xiaomi de integrar a tecnologia em seus celulares topo de linha, que já utilizavam sensores maiores, de 1 polegada.

Enquanto isso, as tecnologias convencionais continuavam a evoluir e oferecer melhores resultados. Lentes periscópio melhoraram o desempenho do zoom, e sensores de 200MP ofereciam soluções de corte de sensor para zoom sem perdas e imagens macro de alta qualidade.

Eventualmente, a Xiaomi abandonou o desenvolvimento de lentes líquidas para smartphones de massa. A empresa optou por retornar aos sistemas ópticos convencionais, que eram mais escaláveis e viáveis para sua produção em larga escala. A decisão refletiu a necessidade de focar em tecnologias com maior potencial de aplicação.

Fim da Marca “Mi”

Em 2021, a Xiaomi anunciou a remoção da marca “Mi” de seus smartphones. Com isso, aparelhos como o “Mi 11” passaram a ser chamados simplesmente de “Xiaomi 11”. Essa mudança faz parte de uma estratégia de posicionamento global da empresa.

O objetivo é uniformizar a nomenclatura dos produtos, fortalecendo a identidade da marca e reduzindo inconsistências entre diferentes regiões. Essa transição unifica smartphones, dispositivos AIoT e futuros produtos de veículos elétricos sob uma única marca reconhecida mundialmente. A decisão visa simplificar a comunicação e criar uma imagem de marca mais coesa em todos os mercados.

Ao consolidar todos os seus produtos sob o nome “Xiaomi”, a empresa busca reforçar seu reconhecimento e presença global. Essa padronização facilita o entendimento dos consumidores sobre a origem e a linha de produtos da marca.

A medida é um passo importante para a expansão da Xiaomi em novos segmentos, como o de veículos elétricos, garantindo que a marca seja facilmente identificável em todas as suas frentes de atuação. Modelos mais robustos também se beneficiam da clareza na nomenclatura.

Remoção de Entradas de 3.5mm e Slots para MicroSD

Assim como a maioria dos fabricantes de smartphones premium, a Xiaomi deixou de incluir a entrada de 3.5mm para fones de ouvido e o slot para cartões microSD em seus celulares topo de linha. Essa decisão está alinhada às tendências da indústria, que priorizam a resistência à água, a robustez interna e soluções de armazenamento baseadas em ecossistemas, como o armazenamento em nuvem.

As razões para essa transição são diversas e estratégicas para o design dos aparelhos. Os fabricantes precisam de mais espaço interno para acomodar baterias maiores e sistemas de resfriamento mais sofisticados.

  • Baterias maiores e sistemas avançados de resfriamento exigem espaço adicional dentro do aparelho.
  • É mais difícil alcançar uma proteção IP aprimorada contra água e poeira quando há portas externas.
  • O armazenamento UFS de alta velocidade oferece um desempenho superior em comparação com os cartões microSD.
  • Serviços de áudio sem fio e soluções de armazenamento em nuvem se tornaram partes centrais do ecossistema AIoT da Xiaomi.

Essas mudanças resultaram em designs mais limpos, arquiteturas internas mais simples e uma compatibilidade aprimorada com os futuros recursos do HyperOS. Dessa forma, a Xiaomi continua a otimizar seus dispositivos para as demandas tecnológicas atuais e futuras.

A Evolução de smartphones Xiaomi demonstra que a empresa não se limita a adotar novas tecnologias, mas também realiza uma eliminação estratégica de sistemas legados. Desde a transição da MIUI para o HyperOS até a remoção de designs de câmera mecânicos, cada decisão mostra a missão de longo prazo da Xiaomi.

O objetivo é criar um ecossistema coeso de smartphones e AIoT. Com a entrada em veículos elétricos e sistemas inteligentes de próxima geração, essa abordagem disciplinada para a inovação e descontinuação continuará a moldar a competitividade global da marca no mercado.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via xiaomitime.com

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.