Telecom Argentina obtém financiamento de US$ 800 milhões para compra da Telefónica

A Telecom Argentina acaba de realizar uma emissão internacional de dívida no valor de US$ 800 milhões, dentro do seu Programa Global de Obrigações Negociáveis, que pode chegar a US$ 3 bilhões. Inicialmente, a operação tinha uma meta de US$ 500 milhões, mas o grande interesse dos investidores fez com que esse valor fosse superado. A taxa fixa ficou em 9,25% ao ano, com pagamentos parciais nos anos 7 e 8.

Essa emissão, referente às Obrigações Negociáveis Classe 24, faz parte da estratégia da empresa para fortalecer suas finanças e viabilizar a recente Aquisição da Telefónica Móviles de Argentina S.A. Essa compra é vista como essencial para consolidar a liderança da Telecom no mercado digital do país.

Segundo a empresa, essa é a maior emissão de dívida de uma companhia privada argentina nos últimos dez anos, além de ser a quinta maior emissão corporativa de alto rendimento na América Latina em 2025. Esse resultado, de acordo com a Telecom, mostra a saúde financeira da empresa e a confiança do mercado internacional na economia do país.

Roberto Nobile, CEO da Telecom Argentina, garantiu que a empresa vai continuar investindo em infraestrutura tecnológica a longo prazo, aproveitando o cenário que começa a oferecer condições mais estáveis para o desenvolvimento de projetos de grande impacto. A empresa também informou que o dinheiro arrecadado será usado para melhorar sua estrutura de dívidas e continuar investindo.

Telecom Argentina e a Expansão no Mercado Digital

A Telecom Argentina é hoje uma das maiores investidoras privadas em infraestrutura tecnológica no país. Em fevereiro de 2025, a Telefónica vendeu suas operações na Argentina para a Telecom por US$ 1,245 bilhão, como parte de sua estratégia de deixar a América Latina.

Com essa Aquisição da Telefónica, a Telecom, que tem como principais acionistas a Cablevisión (Grupo Clarín) e a Fintech (David Martínez), ambos com 40%, e outros investidores com os 20% restantes, passou à frente de outros grandes nomes do setor que também queriam comprar a Telefónica, como DirecTV (Grupo Werthein), Telecentro, LibertyGlobal, Claro e Alpha Media.

Em março, no entanto, o governo argentino suspendeu temporariamente a compra da Telefónica pela Telecom, preocupado com os possíveis impactos da operação no mercado de telecomunicações. Segundo o governo, essa aquisição poderia levar a uma concentração de 61% no mercado de telefonia móvel e 69% no de telefonia fixa.

Durante esse processo, a Claro Argentina apresentou uma reclamação formal ao Ente Nacional de Comunicações (Enacom) contra a compra da Telefónica pela Telecom. A Claro alega que a Lei Argentina Digital exige que qualquer transferência ou venda de licenças seja aprovada antes pelo órgão regulador.

Investimentos Contínuos e Estratégias Financeiras

A Telecom Argentina tem demonstrado um compromisso contínuo com o investimento em infraestrutura tecnológica, buscando se consolidar como líder no ecossistema digital do país. A emissão de dívida de US$ 800 milhões é um passo importante nessa direção, permitindo que a empresa otimize sua estrutura de passivos e continue a fortalecer seu plano de investimentos a longo prazo.

A decisão de suspender preventivamente a Aquisição da Telefónica pelo governo argentino demonstra a complexidade e a importância da análise regulatória em operações de grande escala no setor de telecomunicações. A concentração de mercado é uma preocupação central, e o governo busca garantir que a concorrência seja mantida para beneficiar os consumidores.

A disputa entre a Telecom Argentina e a Claro Argentina pela aquisição da Telefónica reflete a intensa competição no mercado de telecomunicações do país. Ambas as empresas buscam expandir sua presença e oferecer serviços cada vez mais completos e inovadores aos seus clientes. Para saber mais sobre investimentos, a Fintech QINV busca captar R$ 1 milhão para plataforma de investimentos automatizados.

A Aquisição da Telefónica pela Telecom Argentina é um movimento estratégico que visa consolidar a liderança da empresa no mercado digital argentino. No entanto, a operação enfrenta desafios regulatórios e a oposição de concorrentes, o que torna o futuro da transação incerto.

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