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A região onde o Papa Leão 14 viveu no Peru guarda tesouros da cultura moche, com sítios arqueológicos e museus que exibem cerâmicas, roupas e joias de líderes antigos. A descoberta da tumba do Senhor de Sipán em 1987 transformou o entendimento dessa civilização pré-incaica e atraiu a atenção de turistas e pesquisadores.
Descobertas arqueológicas na região de Lambayeque
Peregrinos católicos e curiosos têm visitado o noroeste do Peru, nas cidades de Trujillo, Chiclayo e Piura, desde que Robert Prevost, o novo Papa Leão 14, mencionou a região onde viveu por duas décadas. A área costeira perto do Equador, agora um ponto de interesse para os cristãos, também preserva relíquias de uma cultura milenar.
A poucos quilômetros de onde o Papa viveu, encontra-se um dos principais sítios arqueológicos da cultura moche, onde a tumba do Senhor de Sipán foi descoberta em 1987. O arqueólogo Walter Alva liderou a expedição que encontrou esse tesouro histórico.
Em 1987, Walter Alva liderou uma expedição que desenterrou a tumba do Senhor de Sipán. Este líder guerreiro moche viveu entre os séculos I e VII d.C. A descoberta foi a primeira de uma tumba real de uma civilização peruana pré-incaica em excelente estado de conservação.
O líder guerreiro foi sepultado com adornos, cerâmicas e oferendas de cobre e ouro, além de oito indivíduos: três mulheres, um comandante, um vigia, um guardião, um porta-estandarte e uma criança. Ele também dividia o espaço com duas lhamas e um cão. Acredita-se que os membros da corte foram sacrificados em sua homenagem.
O Museu das Tumbas Reais de Sipán, localizado em Lambayeque, exibe parte desses achados, a cerca de 20 minutos de carro de Chiclayo. A descoberta revolucionou a compreensão dessa civilização e é considerada um dos maiores feitos da arqueologia moderna. A equipe de Alva encontrou a tumba intacta, um feito raro em uma região onde muitos túmulos foram saqueados.
O Museu das Tumbas Reais de Sipán
As escavações revelaram um conjunto de oferendas com mais de mil peças de cerâmica, e o sarcófago real continha aproximadamente 500 objetos ornamentais, incluindo uma coroa. A importância da descoberta reside também na demonstração do uso de materiais como metais preciosos, conchas e pedras semipreciosas pelos moche.
Destaque para os colares e brincos usados pelo soberano, que combinam ouro, conchas e pedras marinhas. Outras peças exibem uma visão particular do mundo moche, com representações de figuras humanas, divindades, seres mitológicos e cenas de rituais e batalhas. Um dos conjuntos expostos no museu ilustra o ciclo da vida, desde a concepção até a vida após a morte.
A cultura moche, também conhecida como mochica, ocupou os vales de Chicama e Trujillo, estendendo-se do vale Huarmey, no sul, até o vale Piura, no norte, influenciando até as ilhas Chincha. Esse povo desapareceu cerca de mil anos antes do domínio inca.
Segundo a Enciclopédia de História Mundial, a capital, Moche, situava-se ao pé do Cerro Blanco e abrangia 300 hectares, incluindo áreas urbanas, praças, armazéns e monumentos, como as duas grandes pirâmides próximas a Trujillo. A Huaca del Sol, a maior delas, foi construída com 140 milhões de tijolos, enquanto a Huaca de la Luna, menor, utilizou 50 milhões de tijolos.
Os conquistadores espanhóis, ao desviar o rio Moche, danificaram a Huaca del Sol e saquearam as tumbas. As construções ao redor incluíam residências grandes e campos bem organizados, com a agricultura beneficiada por um sistema avançado de irrigação.
As descobertas destacam a relação entre a religião e a vida cotidiana, os desastres ambientais e a relevância das mulheres em cerimônias religiosas. A religião moche, influenciada pelas culturas chavin e chimu, tinha como divindades principais Aiapaec (o deus criador) e Si (a deusa da lua).
Sacrifícios humanos, especialmente de prisioneiros de guerra, eram oferecidos para apaziguar o deus, e a arte moche frequentemente retrata Aiapaec e cenas de sacrifícios. As autoridades peruanas esperam que o turismo gerado pela eleição do novo Papa impulsione a visitação aos sítios da cultura moche.
A região onde o Papa Leão 14 viveu no Peru não é apenas um destino religioso, mas também um local de grande riqueza histórica e cultural, com tesouros da civilização moche que oferecem uma visão fascinante do passado pré-incaico do país. As descobertas arqueológicas e os artefatos preservados proporcionam uma experiência enriquecedora para todos os visitantes.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de S.Paulo