Discussões em torno do que a Inteligência Artificial pode fazer aumentaram muito em 2023: ChatGPT, foto do papa, clipe com Elis Regina e etc. Agora mais um capitulo aconteceu. O ator americano Tom Hanks publicou uma mensagem avisando que ele não fez nenhum anúncio nas redes sociais divulgando planos de saúde dental.
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O ator vencedor do Oscar compartilhou uma imagem sua gerada por computador no Instagram no sábado, alertando seus seguidores sobre um vídeo promocional de um plano odontológico que circula online (ou seria o Bruce Willis?).
Hanks já discutiu a ascensão da inteligência artificial e da tecnologia deepfake nas indústrias criativas, dizendo em um episódio do podcast “The Adam Buxton Podcast” sobre a possibilidade dele continuar atuando após sua morte, graças ao uso de Deep Fakes.
“Qualquer pessoa agora pode se recriar em qualquer idade por meio de IA ou tecnologia profundamente falsa. Posso ser atropelado por um ônibus amanhã e pronto, mas as apresentações podem continuar indefinidamente”, disse Hanks. “Fora da compreensão da IA e do deepfake, não haverá nada que lhe diga que não sou eu e apenas eu. E terá algum grau de qualidade realista. Esse é certamente um desafio artístico, mas também é legal.”
A estrela de “Elvis” explicou que “todas as empresas, todas as agências e todos os escritórios de advocacia” estão atualmente em discussão sobre “as ramificações legais do meu rosto e da minha voz e de todos os outros serem nossa propriedade intelectual”.
Hanks acrescentou: “Sem dúvida, as pessoas serão capazes de dizer [que é IA], mas a questão é: será que elas se importarão? Há algumas pessoas que não se importam, que não farão esse delineamento.”
A questão de uso de Inteligência Artificial tem impactado diretamente na greve de atores e roteiristas que se arrasta em Holywood.
Atores brigam porque acham que as produtoras não tem o direito de usarem seus rostos, ou os modificarem, em filmes.
Um exemplo, que inclusive já aconteceu, são produtoras contratarem um ator ou atriz para apenas um dia de filmagem e posteriormente através da captura de sua imagem, usar em diversas cenas geradas por computador ou mesmo usando em outros atores “mais baratos”. Isso se enquadraria em deep fake, por exemplo.
Tem a questão de usarem os rostos de artistas falecidos, como aconteceu recentemente no Brasil com Elis Regina. Inclusive, graças a esse episódio, há um projeto apresentado pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) tramitando no Senado que busca disciplinar e estabelecer regras para a utilização dessas imagens e recursos, principalmente quando se tratarem de pessoas já falecidas.