Trump suspende tarifas para iPhones e eletrônicos, mas medida pode ser temporária

Governo dos EUA suspende tarifas para iPhones e outros eletrônicos, mas especialistas alertam que a isenção pode não durar. Entenda os impactos.
Atualizado há 23 horas
Trump suspende tarifas para iPhones e eletrônicos, mas medida pode ser temporária
EUA suspende tarifas sobre eletrônicos, mas especialistas dizem que a isenção pode acabar. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • O governo de Donald Trump suspendeu temporariamente tarifas para produtos eletrônicos como iPhones e computadores.
    • A medida visa evitar aumentos imediatos nos preços de produtos essenciais para consumidores e empresas.
    • Especialistas alertam que a isenção pode ser revogada, gerando incerteza no mercado de tecnologia.
    • A decisão também protege investimentos estratégicos no setor de semicondutores nos EUA.
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Em um cenário de crescentes tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, o governo de Donald Trump anunciou uma suspensão temporária das tarifas para alguns produtos eletrônicos. A medida exclui smartphones, computadores e chips de memória das tarifas “recíprocas”, que poderiam ter chegado a 125% para produtos chineses e 10% para outros países. Essa decisão gerou alívio no setor de tecnologia, mas especialistas alertam que a isenção pode não durar.

Alívio temporário para o setor de tecnologia

A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA oficializou a decisão na última sexta-feira (11), evitando um impacto imediato em eletrônicos populares como os iPhones da Apple. Houve até relatos de “correria” às lojas, com consumidores temendo um aumento nos preços. Essa isenção também beneficia outras fabricantes, como a Samsung e a Taiwan Semiconductor, que recentemente anunciou investimentos nos EUA. Para entender melhor, você pode conferir sobre como as empresas de tecnologia driblam as tarifas de Trump com aumento recorde nas remessas de PCs.

Apesar do alívio, autoridades e analistas permanecem cautelosos, enfatizando que a medida pode ser apenas temporária. As isenções decorrem de uma regra que impede a cobrança cumulativa de tarifas adicionais sobre setores já taxados. Isso significa que, embora os eletrônicos estejam protegidos nesta rodada, eles podem retornar à pauta tarifária no futuro.

A nova rodada de tarifas imposta por Trump faz parte de sua estratégia de guerra comercial, visando reduzir o déficit comercial dos EUA e proteger a indústria nacional. Nos últimos meses, os Estados Unidos elevaram as tarifas sobre produtos chineses para até 145%, levando o governo chinês a retaliar com tarifas de 125% sobre produtos americanos. Além da China, Trump também aplicou uma tarifa global básica de 10% sobre a maioria dos países, com algumas exceções.

Segundo o presidente americano, as tarifas são “animadoras” para os EUA e para o mundo. Em uma publicação na rede Truth Social, Trump defendeu que a política tarifária está “indo muito bem” e incentivará investimentos no país, além de proteger empregos. No entanto, o impacto econômico já se reflete nos mercados globais, com aumento de preços para consumidores e volatilidade nos índices acionários.

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O contexto da guerra comercial e o futuro incerto

Trump acrescentou: “Em algum momento, esperançosamente em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis.” A situação é complexa e envolve muitos fatores, inclusive a possibilidade de que as tarifas de Trump podem prejudicar a expansão de fabricantes de chips nos EUA.

Produtos como iPhones, notebooks, processadores e discos rígidos foram poupados, em parte, porque sua produção é majoritariamente concentrada no exterior, especialmente na Ásia. Montar uma cadeia produtiva equivalente nos EUA demandaria anos e investimentos bilionários. Além disso, muitos desses itens são essenciais para consumidores e empresas, o que poderia gerar forte pressão política e social com a alta repentina de preços.

Outro fator relevante é o setor de semicondutores. Máquinas e equipamentos usados na fabricação de chips também foram incluídos na lista de isenções. A medida protege investimentos estratégicos no país, como o da Taiwan Semiconductor, que lidera a produção mundial de processadores e anunciou novas fábricas em solo americano.

Por fim, a medida também pode reconhecer discretamente que a atual indústria norte-americana não estaria preparada para suprir toda a demanda nacional provocada pelas novas tarifas — especialmente frente ao aumento do preço de produtos importados.

Alívio limitado e riscos no horizonte

Apesar do alívio, especialistas ressaltam que a medida não significa o fim da tensão comercial. Como as isenções foram motivadas por uma regra técnica — que impede a sobreposição de tarifas — há espaço para que esses produtos sejam alvo de futuras rodadas, talvez com tarifas mais baixas ou direcionadas.

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Trump também já havia prometido uma tarifa específica para semicondutores, ainda não concretizada. Com isso, permanece a incerteza para o setor de tecnologia, que acompanha de perto as decisões da Casa Branca. Segundo a Bloomberg, a dispensa também evita um impacto negativo direto nos consumidores americanos, que enfrentariam preços mais altos em produtos essenciais.

Desde o início de 2025, a guerra tarifária entre EUA e China se intensificou, com tarifas recíprocas que impactam desde bens de consumo até produtos industriais. A estratégia de Trump mira reduzir a dependência dos EUA de importações, principalmente da China, e estimular a produção doméstica. A diferença no comércio entre os dois países, que chegou a US$ 295 bilhões em 2024, é um dos principais argumentos da administração americana.

Além da China, mais de 180 países foram afetados por novas tarifas americanas, com alíquotas variando de 10% a 50%. Em resposta, nações como Canadá, Vietnã, União Europeia e Reino Unido anunciaram medidas retaliatórias ou buscaram acordos para amenizar os efeitos. Para não perder nada, confira as principais notícias da semana: tecnologia, ciência e entretenimento (07/04 a 11/04).

O futuro do comércio global e as tarifas

Economistas alertam que, mesmo com as isenções anunciadas, o cenário tarifário atual deve pressionar preços, reduzir a competitividade internacional e gerar incerteza no comércio global. Produtos que dependem de componentes importados, como automóveis e eletrônicos, podem ter seus preços reajustados à medida que os custos de produção aumentam.

A decisão de manter smartphones, computadores e chips fora das tarifas mais pesadas evita um impacto imediato para gigantes como Apple e Samsung. No entanto, o governo americano sinalizou que continuará ajustando suas políticas comerciais de forma estratégica. Para empresas e consumidores, a principal preocupação é a instabilidade: novas tarifas podem ser anunciadas a qualquer momento.

Enquanto isso, os mercados seguem atentos aos desdobramentos, principalmente com a China elevando suas tarifas sobre produtos americanos para 125%. O cenário sugere que a guerra comercial está longe de acabar — e que o alívio sentido pelo setor de tecnologia pode ser apenas temporário.

Para quem acompanha as novidades do mundo da tecnologia, vale a pena conferir quais smartphones a equipe do Android Authority usa no dia a dia em 2025. É sempre bom estar por dentro das tendências e preferências dos especialistas.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via TecMundo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.